[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Os gestores do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) estão participando de uma capacitação com o consultor na área de Direitos Humanos do Ministério da Saúde, Domiciano José Ribeiro Siqueira. Domiciano é uma das maiores autoridades brasileiras no que se refere ao Programa de Redução de Danos (PRD). Ele foi fundador e presidente da Associação Brasileira de Redução de Danos, durante oito anos.

O PRD recebeu alterações recentemente e é adotado pela Rede de Atenção Psicossocial (REAP) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O objetivo do programa é garantir ao usuário de drogas acesso aos serviços públicos de saúde, aos direitos individuais, à cidadania e a uma melhor qualidade de vida.

Segundo o coordenador do PRD da SMS, Wagner Mendonça de Morais, a capacitação se faz necessária porque o programa está passando por uma ampliação e recentemente houve mudança de funcionários no Caps AD. Domiciano elogiou o trabalho do Caps AD afirmando que o Centro é um dos mais atuantes e mais fortes do país neste trabalho.

Na tarde de ontem, terça-feira, o curso foi realizado no Centro de Educação Permanente em Saúde (Ceps) da SMS e prossegue até a próxima sexta-feira, dia 25. “Além de novas propostas de tratamento, estamos discutindo também políticas públicas em saúde. O que estamos fazendo aqui é retomando o estudo sobre a origem do uso de drogas em diversas sociedades, as formas que foram utilizadas até hoje para constituir o que a gente chama hoje de tratamento. E, a partir de uma revisão desses conceitos antigos sobre o tema, propor novas possibilidades, como, por exemplo, o tratamento sem que o usuário deixe de utilizar suas drogas”, disse Domiciano.

Segundo ele, parar de usar a droga não é mais uma prioridade, mas, sim, que cidadãs e cidadãos aprendam a se responsabilizar por suas vidas independentemente de usar ou não tais substâncias. “É uma proposta que quebra os conceitos e paradigmas muito enraizados entre nós e que sofre muito preconceito porque a reação mais moralista e conservadora visualiza o tratamento pela abstinência. Por isso as equipes de saúde precisam ser preparadas para lidar com esta nova realidade. Hoje não é mais necessário que se pare de utilizar drogas, pois já é possível continuar o uso e fazer um bom tratamento. Controlar e ter uma vida digna, esta é a grande beleza desta proposta: é respeitar a angústia do outro e propor novas técnicas para que ele sofra menos, afinal, as drogas foram feitas para o prazer e não para o desespero das pessoas”, salientou.

Domiciano revelou que as pessoas não deixam de usar drogas por medo de Aids ou de hepatite. Por isso, o Ministério da Saúde sentiu necessidade de criar novas técnicas e alertar a população usuária. “A saúde pública diz: olha, respeita-se seu consumo de drogas, mas faça sua parte. Ou seja, saiba se prevenir das doenças, escapar da violência. Enfim, é como se a gente dissesse: você tem o direito de usar droga, isso é de foro íntimo, mas tem o dever de não sair da escola, de não roubar, não matar, não bater, não apanhar, não adoecer, isso é redução de danos”, explicou.

Segundo ele, a Saúde Mental do Ministério da Saúde preconiza que as equipes aprendam a lidar com o usuário de droga mesmo que eles não possam ou não consigam se livrar das drogas. Disse ainda que tem sido difícil para as equipes de saúde no Brasil afora entender que podem acompanhar o usuário de drogas e tratá-lo sem que ele deixe de usá-las.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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