Banco de Leite apela por doações para crianças prematuras

O Banco de Leite Marly Sarney está apelando a todas as mães que possuem excesso de leite para que se tornem doadoras. A amamentação com leite humano de todos os recém-nascidos na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, especializada em alto risco, só é possível com a doação do leite materno. Atualmente, há apenas três mães cadastradas na unidade e, por isso, são poucos os bebês que recebem leite materno.

Diariamente, são necessários em média sete litros por dia para alimentar as cerca de 140 crianças que se encontram na maternidade. As doações têm possibilitado apenas a coleta 1,5 litro de leite por dia.

"As mães que estão com os bebês na UTIn geralmente têm leite para os próprios filhos e ainda fazem doação. Já os bebês cujas mães não produzem leite recebem o leite artificial, que é mais difícil de ser absorvido e pode causar intolerância, além de não ser um alimento tão rico quanto o materno", explicou o neonatologista e pediatra Alex Santana.

De acordo com ele, o leite é o melhor remédio para os bebês prematuros, que precisam de nutrientes para recuperação do baixo peso. O médico afirma que o empenho da mãe em estimular e manter a amamentação exclusiva é essencial para a saúde da criança.

O acompanhamento do bebê pela mãe é feito através do projeto Mãe Canguru, que preconiza a humanização no atendimento à gestante e recém-nascido prematuro. "O contato direto da mãe com o bebê, o trabalho delas em massagear o seio, retirar o leite e levar até ele na UTI Neonatal, além do carinho e amor como forma de tratamento têm resultados positivos, levando inclusive à altas precoces e diminuição do risco de infecção", informou Alex Santana.

Exemplo

Para Nicácia Valéria Aragão, mãe de Pedro, que está internado há 15 dias na UTI Neonatal e nasceu com sete meses e um pouco mais de 1Kg, o melhor alimento para o bebê é o leite materno. Por isso, vem todos os dias até a maternidade para retirar o leite e passar carinho para ele.

"Apesar de ter tido alta em cinco dias após o parto, venho todos os dias para não deixar de estimular a amamentação. Mesmo sem ele mamar diretamente no seio, faço questão de que ele seja alimentado com o meu leite", disse, torcendo para que Pedro se recupere logo e possa ir para casa fazer a alegria dos outros três irmãos, que estão ansiosos para vê-lo.

A doméstica Aline Cavalcante, do município de General Maynard, também está com o bebê internado na UTIn. Ela conta que está feliz porque conseguiu ter o primeiro filho depois de oito meses com problemas de saúde ocasionados pela diabetes. "Já criei muitos filhos dos outros e agora quero criar o meu com saúde, por isso tiro o leite para ele todo dia e levo na UTIn. Ele está recuperando bem o peso e tenho fé que tenha alta logo", contou.