Atenção Básica elabora projeto de educação em saúde para comunidades quilombolas
A Coordenação da Atenção Básica da Secretaria de Estado da Saúde (SES) elaborou um projeto de educação permanente de saúde voltado aos gestores e profissionais das equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) e Saúde Bucal dos 16 municípios sergipanos que têm comunidades quilombolas em situação de vulnerabilidade, localizadas na zona rural, distantes das sedes dos municípios e que se encontram distribuídas sem uniformidade no território.
Segundo Carlos Adriano Almeida, enfermeiro sanitarista e gestor da Atenção Básica da SES, no início do ano os técnicos da coordenação fizeram um diagnóstico das 600 unidades básicas de saúde do Estado. Na oportunidade, eles visitaram as comunidades quilombolas e verificaram a ausência de ações direcionadas a cuidar da saúde destas populações em Amparo de São Francisco, Aracaju, Barra dos Coqueiros, Brejo Grande, Canhoba, Capela, Cumbe, Frei Paulo, Indiaroba, Japaratuba, Japoatã, Laranjeiras, Poço Redondo, Poço Verde, Porto da Folha e Santa Luzia de Itanhy.
"Estimulada pela coordenação de Políticas Públicas de Inclusão Racial da Secretaria de Estado do Trabalho, Juventude e da Promoção da Igualdade, a Atenção Básica da Secretaria da Saúde confeccionou este projeto. Em um primeiro momento, faremos uma capacitação voltada aos gestores e as equipes de PSF e saúde bucal que atendem a essas comunidades", explicou Adriano.
De acordo com ele, a proposta de trabalho está sendo avaliada pelo Ministério da Saúde (MS). "Caso seja aprovada, nós queremos trabalhar em conjunto com outras secretarias para o benefício destas comunidades. Na semana passada, nós apresentamos o projeto em Brasília aos técnicos da Secretaria Nacional de Políticas Públicas de Igualdade Racial. Eles ficaram entusiasmados e disseram que vão apoiar a iniciativa junto ao Ministério", informou o gestor da Atenção Básica.
Plantar Saúde
Para Adriano, uma das primeiras respostas do Governo de Sergipe às situações de desigualdade e vulnerabilidade sofridas por parte da sociedade sergipana foi pôr em prática o projeto ‘Plantar Saúde’, cuja primeira etapa foi iniciada em março e concluída em setembro.
Na ação, a Secretaria de Estado da Saúde, através da Escola Técnica do Sistema Único de Saúde (SUS), desencadeou juntamente com a coordenação do setor de saúde do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de Sergipe (MST/SE) a construção coletiva de um processo pedagógico completo que partiu da realidade social do grupo e enfatizou a educação popular em saúde, criando espaços de diálogo, troca de saberes e experiências.
"Nossa proposta é ter como extensão do ‘Plantar Saúde’, que formou 500 educadores em saúde dentro do MST, o apoio aos municípios para a assistência a saúde das comunidades quilombolas reconhecidas ou em processo de reconhecimento", disse o técnico da SES.
Definição
Segundo pesquisas realizadas pelos técnicos da Atenção Básica, as comunidades quilombolas são grupos de pessoas ligadas por laços étnicos de matriz africana, sócio-territoriais, culturais, folclóricos, não apenas pessoas descendentes dos escravos fugitivos ou que em algum momento fizeram a luta de resistência ao regime escravocrata, mas que mantém viva a memória de seus antepassados.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Atenção Básica elabora projeto de educação em saúde para comunidades quilombolas – Carlos Adriano Almeida / Foto: Wellington Barreto