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Uma mãe de oito filhos que já se mudou oito vezes enquanto era acampada. Uma jovem de 27 anos que há três anos se tornou uma acampada do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Um pai de 13 filhos que diz que tem coragem e vontade para trabalhar. Um rapaz que garante que deixou a vida de sofrimento. Independente da história, membros de 66 famílias integrantes do MST se tornaram assentados com o processo de reforma agrária iniciado pelo Governo.

Em Canindé de São Francisco, foram 2.598,9 hectares dos imóveis rurais Umburuma, Tabuleirinho e Santa Terezinha adquiridos pelo Governo do Estado no valor total de R$ 3.891.621,02. O governador de Sergipe, Marcelo Déda, fez o pagamento das desapropriações nesta quinta-feira, 29. O ato inicia as ações práticas do convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), através do Instituto Nacional de Colonização Agrícola (Incra), que vai assentar 1.200 famílias de trabalhadores sem terras em 30.011 hectares de áreas sergipanas, num investimento total de R$ 50.502.166,00.

Depois de passar oito anos em assentamentos, Vangelita Maria dos Santos conseguiu o primeiro pedaço de terra. Aos 54 anos, a ex-acampada e agora assentada vai dividir seu pedaço de terra junto aos oito filhos com idades entre 19 e 29 anos. Entre os planos para plantação estão as sementes de milho, feijão e, quem sabe, até uma pequena criação de animais, como galinhas.

Da beira da pista para o seu pedaço de terra, Vangelina já é capaz de mensurar as mudanças. "isso é uma benção! Com 54 anos eu ter minha terrinha para plantar e colher, ter o direito de trabalhar no meu próprio lugar e poder acordar tranqüila. Não tem dinheiro que pague o que Déda fez pela gente".

Com um sorriso mais tímido, a jovem Edilza Marte da Silva, 27 anos, ingressou no MST há três anos. Junto aos dois filhos e dois irmãos, Edilza vai passar a morar em sua própria terra. "Só quem sabe é quem já sofreu a importância de ter seu próprio lugar. Sempre quis ter meu pedacinho de terra. Hoje, depois de uma mudança em Sergipe, eu consegui", disse a nova assentada.

Seu Claudionor Soares, 50 anos, também foi um dos beneficiados pela aquisição de fazendas feitas pelo Governo do Estado, em parceria com o Governo Federal. Dos 13 filhos, oito morarão com ele e a esposa na terra. "É um privilégio tudo isso que está acontecendo. Vontade e força Deus me deu para trabalhar. Agora o Governo deu a terra", comemora.

Bem mais novo, o ex-acampado José Rinaldo, 24 anos, trará para o seu espaço os pais. Na terra plantará milho, feijão, abóbora "e tudo que é cultura de sertanejo. Sabe por quê? Porque agora eu sou um assentado, não sou mais acampado. Deixei a vida de sofrimento e desrespeito", contou o rapaz que foi criado na roça.

Respeito e diálogo

Apesar de a terra ter chegado agora, Vangelita disse que o respeito nasceu no dia 1º de janeiro de 2007. "Antes a gente vivia assombrado. Em oito anos, fizemos oito mudanças. Você sabe o que é isso? É brincadeira você ter que mudar toda hora, ouvir um barulho e achar que é a polícia para te tirar da sua casa? Com a chegada de Déda, tudo mudou e ninguém mais sofreu. Ele dialoga com a gente", contou Vangelita.

Acampada do Antônio Conselheiro II, Maria José Lima parece ter herdado do nome do acampamento a vontade de lutar por uma vida melhor. Carregando a bandeira do MST, Maria se emociona com as mudanças que nasceram com a chegada da nova gestão. "Sem dúvida, Marcelo Déda foi o melhor governador que esse estado já conheceu. Eu fico com os olhos cheios d’água quando falo nisso. Éramos tratados como bichos, víamos nossos barracos sendo destruídos", lembrou Maria José.
 
Enquanto as lágrimas desciam por aquele rosto marcado pelo trabalho, mas com um brilho de esperança, Maria se lembrava do assentamento Quixabeira. "Lá foi o mais massacrado. Os tratores vinham e derrubam tudo sem o menor respeito. Numa barraca perto da minha quase que passavam por cima de uma criança deficiente. Era difícil de eles entenderem que não somos bandidos. A única coisa que queríamos, e hoje graças a Deus e a Déda temos, era um pedaço de terra para trabalhar".

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