[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O último sábado, dia 19, amanheceu com um colorido diferente no bairro América. A praça Franklin Roosevelt foi cenário da quarta edição do circuito ´Arte em Toda Parte’. Com a realização do projeto no local, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju), possibilitou aos moradores do lugar e também de comunidades vizinhas o acesso ao teatro, música, dança e atividades esportivas, recreativas e de lazer.

Cheyla Menezes, moradora do bairro que acompanhou sua filha, não escondeu o contentamento com as diversas atividades realizadas na praça. “Nossa comunidade não tem acesso a essas atividades esportivas e culturais com freqüência. As crianças aqui são carentes de lazer”, disse a moradora, ressaltando a importância de projetos como esse.

A presidente da Funcaju, Lucimara Passos, que participou do evento junto ao prefeito Edvaldo Nogueira, disse que se sente gratificada em chegar ao bairro e ver a adesão de tantas pessoas ao projeto. “É ótimo ver essa movimentação toda na praça, as pessoas participando ativamente, se divertindo e aproveitando tudo o que o ‘Arte em Toda Parte’ oferece”, comentou Lucimara.

Durante todo o dia, cada ponto da praça oferecia um tipo de atividade. Por todos os lados se via crianças brincando com bambolês e patinetes, pulando corda, jogando bola, pulando no ‘jump’, vôlei ou fazendo bolinhas de sabão. Ao mesmo tempo, aconteciam diversas oficinas que contaram com uma grande participação de pessoas.

Oficinas

Dentre as oficinas mais concorridas, estava a de capoeira. O grupo Capoeira Brasil colocou as crianças na roda e realizou brincadeiras didáticas. De acordo com os integrantes do grupo, a capoeira precisa ser vista como esporte. “É importante que a população saiba que ela foi a única luta criada e desenvolvida no Brasil, e esse espaço no ‘Arte em Toda Parte’ serve de pontapé inicial”, afirma o mestre Genivaldo Santana, mais conhecido como Baiano.

Esportes menos comuns também agitaram o espaço, como é o caso do xadrez e da dama. A oficina teve o intuito de democratizar esses esportes e, através deles, produzir na comunidade a necessidade e a importância da reflexão, além de gerar integração entre os pais e filhos que participavam da oficina. “Como o xadrez ainda é visto como um esporte elitizado, torna-se importante inserir essa oficina nas comunidades. Dessa forma, podemos democratizá-lo, e se houver uma continuação na prática dele podemos formar atletas competentes”, diz o Lúcio Alberto, professor da oficina.

A Associação Circulante de Artes Cênicas, que fomenta a arte circense em Sergipe por meio de oficinas de cunho pedagógico, participou do evento reunindo cerca de 30 participantes de variadas faixas etárias. O palhaço e malabarista Fredy Matos, comentou sobre a inserção do circo como agente transformador. “Iniciativas como essas são importantes, pois despertam a comunidade para a arte circense e valorizam o indivíduo enquanto membro de um determinado grupo social. A lona é mágica. Ela é capaz de unir os indivíduos sem distinção de cor, raça ou credo”, acrescentou feliz com a receptividade do público.

As crianças concorriam ainda por uma vaga na Oficina de Desenhos, que acontecia em meio a tintas e muitos lápis de cor. A atividade teve a intenção de estimular a criatividade e a forma de expressar a visão dos participantes através dos desenhos produzidos. “Com essa atividade as crianças tiveram a oportunidade de aprender a manusear as tintas, de aprender como misturar as cores e a cada desenho é perceptível a evolução nos detalhes”, disse a professora Deisiane Prado.

Com a mesma idéia de estimular a criatividade, a oficina de confecção de pipas fez os participantes darem asas à imaginação. José Evanilson, 13 anos, que confeccionou sua própria pipa na oficina, estampava no rosto um sorriso de satisfação enquanto empinava no ar sua criação. “Não pensei que fosse tão fácil fazer uma pipa. Agora já posso fazer a minha em casa. O sábado está bem diferente e animado pois quase não temos diversão no bairro”, comentou Evanilson enquanto brincava no anfiteatro da praça que tinha no alambrado da quadra um cartaz sobre a conscientização da brincadeira com pipas que trazia a frase: “Eu solto pipa com segurança. Pipa é Cultura”.

Biblioteca Móvel e Semana da Luta Antimanicomial

Uma novidade do Circuito ´Arte em Toda Parte´ foi a visita da Biblioteca Móvel Itapemirim. O ônibus que carrega o seu acervo ficou no local e esteve aberto ao público das 10 às 12 horas e das 13 às 17 horas. Monitores que ficaram orientando todos os que visitavam a biblioteca foram cedidos pelas bibliotecas Clodomir Silva e Maria Ivone de Menezes. A biblioteca permaneceu no bairro América até ontem, domingo.

Além disso, já que a semana foi de eventos comemorativos à Luta Antimanicomial, aconteceu uma roda de discussão sobre temas que relacionavam loucura e sociedade. De acordo com Camille Arruda, coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial do município de Aracaju, aproximar ao máximo esse debate da sociedade é de grande importância social e de rompimento do preconceito.

Arte visual, cinema e teatro

O grafiteiro André Chagas e uma turma de colegas tornaram a praça mais bonita com sua arte. Eles deixaram todo o anfiteatro da praça repleto de desenhos alegres e coloridos. André, que trabalha com grafite há seis anos, acredita ter passado um recado importante para a comunidade. “É bom que as pessoas saibam a diferença entre a grafitagem, que é uma forma de arte, e a pichação. A pichação é ilegal, arriscada e só traz poluição visual. A grafitagem é o oposto, deixa tudo mais bonito. É o que fizemos aqui nessa praça hoje”, destacou.

Já era noite quando foi iniciada a exibição do desenho animado ‘Procurando Nemo’. Jorge Paulo Paiva, morador de um bairro vizinho, foi ao local prestigiar o evento e assistiu ao filme. Ele acredita que é importante que a comunidade conheça novas culturas, especialmente as crianças. “Tendo acesso à cultura, como é o caso do cinema, as crianças crescem longe da criminalidade. Esse projeto é importante para isso”, disse.

Ao fim da exibição do filme, entrou em cena o Teatro do Mamulengo Cheiroso, que encantou um participativo e empolgado público, enchendo a tenda de circo montada na quadra da praça. Durante uma apresentação que mostrou aos presentes a magia dos bonecos, o teatro reafirmou sua preferência entre o público que participa do circuito.

A programação se estendeu até a madrugada e fechou mais uma edição do ‘Arte em Toda Parte’, desta vez no bairro América, através da participação das bandas Xote Baião e Guere-Guere, esta última formada por moradores do local. Pessoas da comunidade e dos bairros vizinhos dançaram ao som do forró e do samba de fundo de quintal até altas horas. O prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira, a presidente da Funcaju, Lucimara Passos, e o vice-presidente da fundação, Elder Vieira, participaram da festa até o último minuto, compartilhando desse momento que levou diversão ao bairro América.

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