Amor materno é recurso eficaz no tratamento de pacientes do Huse
Ao conhecer o diagnóstico da pequena Roberta Beatriz, que com apenas oito anos de idade sofre de anemia falciforme, doença hereditária que causa a malformação das hemácias, a jovem mãe Maria de Fátima dos Santos, 38 anos, passou a assumir uma nova postura diante da vida. O itinerário que antes se resumia aos afazeres domésticos, agora se adapta ao dia a dia no maior complexo hospitalar do Estado, o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), que há cinco anos as auxilia na busca pela cura, mediante o acompanhamento de equipes multiprofissionais do Centro de Oncologia da unidade.
Mesmo demonstrando pouca expectativa para as comemorações alusivas ao Dia das Mães (13 de Maio), Maria de Fátima não hesita ao descrever o presente mais apropriado para a ocasião. “Perceber que meus três filhos gozam de plena saúde física e emocional, sem dúvidas, seria o meu maior presente. O fato é que a necessidade de retorno ao Huse tem sido cada vez mais frequente, conforme as necessidades da Roberta Beatriz, que já chegou a enfrentar 16 dias de internamento em função de crises intensas. Embora as evidências não favoreçam o otimismo, como mãe, estarei sempre ao lado dela, crendo que o impossível poderá acontecer a qualquer momento para que, finalmente, possamos voltar para nossa casa”, disse.
O apoio incondicional oferecido pelas mães acompanhantes e/ou visitantes de pacientes atendidos no Huse também representa a terapêutica necessária ao pleno restabelecimento dos mesmos. Depois de sofrer um acidente de moto no município de Estância, Nivaldo Souza Santos, 44 anos, conta com o auxílio e o carinho da mãe Josefa de Souza Santos, 72 anos. “Já senti a dor da perda de um filho e a triste experiência me impulsiona a cuidar ainda mais dos que ainda dependem de mim para encorajá-los e orientá-los nas dificuldades. Compartilhamos momentos felizes e comemoramos juntos as nossas conquistas. Isso é ser família”, declarou Josefa, que permanece numa das enfermarias do Huse aguardando a recuperação do filho após cirurgia realizada na bacia e em um dos pés.
Amenizadora da dor
Com apenas um ano e um mês, a menina Natália Beatriz dos Santos estava acostumada a ter todos os seus passos monitorados pela mãe Naiane dos Santos, 20 anos. Num momento de distração, subitamente, Natália atraiu para si uma xícara de chá quente que estava sobre a mesa da cozinha, o que lhe causou queimaduras de segundo grau na face e no tórax. Encaminhada para a Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) Dr. José Olino de Campos Lima, localizada no Huse, a criança recebeu todos os cuidados necessários para que fosse realizada uma cirurgia.
“Foram os trinta minutos mais longos da minha vida. Só em pensar que a minha filhinha estaria sofrendo, meu coração apertava e meus olhos enchiam de lágrimas. No momento certo, o aconchego e o leite materno ajudavam a consolar Natália, que fazia uso de analgésico para aliviar a dor, embora o mais importante já estivesse sendo disponibilizado para a sua plena recuperação: o amor materno. Só tenho a agradecer imensamente à equipe de plantão no Huse pelo auxílio e conforto num momento tão trágico para a nossa família”, ressaltou Naiane.
Querida por todos
Três palavras puderam descrever a sensação vivida pela dona de casa Maria José Leite dos Santos, 60 anos, no momento em que recebeu alta hospitalar e se dirigia à área externa do Huse, após 16 dias de internamento. Filhos e netos a esperavam cheios de expectativa diante da cura de um câncer de colo de útero que a manterá sob acompanhamento de um médico especialista a cada três meses.
“Não tenho palavras para descrever tamanha emoção. Só sei dizer que é muito mais fácil enfrentar os problemas quando se tem uma família unida por perto. Não vejo a hora de voltar à minha rotina, mas, sobretudo, também me sinto contemplada com a grande família que cativei nesta unidade de saúde, por ser tão bem servida de bons profissionais”, afirmou com emoção a senhora, que é natural do município de Muribeca.
Há cinco anos coordenando o Centro de Oncologia do Huse, Rute Andrade é um exemplo materno que expressa em suas várias faces o interesse pela saúde e bem estar do próximo. Mãe de três filhos e ansiosa pela chegada do neto que, certamente, se unirá aos inúmeros que já se consideram, ela é conhecida entre os pacientes como uma agente de enfrentamento que abarca a sensibilidade tão precisa em situações críticas.
“O enfrentamento de problemáticas que se tornam inevitáveis quando se almeja uma saúde pública de qualidade se estende para o lar, quando é preciso reduzir o tempo que seria dedicado à família. No entanto, a redução passou a ser compensada com o maior aproveitamento dos momentos que tínhamos, passando a serem considerados extremamente especiais para todos”, declarou Rute, considerada como grande matriarca dos pacientes oncológicos do Huse.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Amor materno é recurso eficaz no tratamento de pacientes do Huse – Maria de Fátima e sua filha
- Roberta Beatriz / Fotos: Bruno César/FHS