Alunos do Castelo Branco lamentam descumprimento dos professores

“Achei uma vergonha essa atitude dos professores que optaram pela greve de última hora. Na reunião que houve na semana passada os docentes garantiram que viriam trabalhar e de uma hora para outra mudaram de ideia. Isso foi uma falta de respeito com os alunos que compareceram em massa. Muito desses alunos moram em outros bairros e mesmo com a chuva compareceram. Foi decepcionante essa atitude”, declarou Thiago Matos, presidente do grêmio do Colégio Estadual Castelo Branco, ao lamentar a atitude dos professores da unidade de ensino que decidiram aderir à greve do Sintese e descumpriram o acordo que firmaram com alunos e pais para que as aulas fossem reiniciadas nesta segunda-feira, 6.

Os professores participaram de duas reuniões comandadas pelo secretário de Estado da Educação, Belivaldo Chagas, com a presença dos alunos, pais e equipe diretiva, quando se comprometeram a reiniciar as aulas do Castelo Branco, independentemente da greve da categoria. Nesta manhã, ao chegaram à escola, a decepção era visível na fisionomia dos estudantes que esperavam ansiosamente o reinício das aulas.

O secretário Belivaldo Chagas lamentou essa atitude dos professores. “Depois de tanta luta para reformar a escola, onde o governo investiu mais de R$ 1,4 milhão, fizemos reuniões com a participação de toda a comunidade escolar para garantir o reinício das aulas e fomos surpreendidos com a paralisação dos docentes. Para atender ao Sintese, os professores desconheceram o compromisso que firmaram com os alunos e seus pais”, afirmou Belivaldo.

Decepção

Decepcionada ficou também a estudante Carla Yasmim Soares. “Estava ansiosa para retornar às aulas. Chego aqui r encontro uma escola tão bonita, porém sem professor. Foi realmente falta de consideração com os alunos essa atitude dos professores”, declarou a aluna.

A revolta tomou conta dos alunos que se sentiram traídos pelos mestres, a exemplo de Medlen Clarisse Andrade, que mora distante da escola. “Eu moro na Atalaia, mas como sempre estudei aqui não quis mudar de escola. Venho cheia de expectativa para ver como ficou a escola após a reforma e não tem aula porque os professores não compareceram. É lamentável o que eles fizeram”, declarou a aluna.

O aluno Ian Rodrigues Santos se sentiu desrespeitado com essa atitude dos professores. “Sabemos que o professor tem que ser bem remunerado e sempre estivemos ao lado deles nessa luta. Porém, nesse caso, eles garantiram que viriam dar aula e os alunos foram mobilizados para vir à escola e eles aprontam com a gente. Isso faz com que o aluno perca a confiança no professor”, disse o estudante.

É com essa sensação de prejuízo que se sente o aluno Raimundo Cláudio Lemos, do 3° ano do ensino médio. “Moro no conjunto Eduardo Gomes, estou concluindo o ensino médio, vou prestar vestibular, quero estudar e os professores não comparecem. Entendo que a greve é um direito, porém eles tinham um acordo e não cumpriram, demonstrando uma total falta de interesse com o ensino. Estou me sentindo lesado pelo corpo docente”, disse o aluno.

Já Kerolin Silva confessou que ao chegar à escola ficou muito feliz em ver o prédio depois da reforma e ao mesmo tempo triste por não ter professor. “A escola está realmente linda; me orgulho de estudar aqui. Pena que os professores não compareceram”, disse a aluna.

Essa também foi a mesma sensação de Stefane da Silva, que mora no bairro Porto Dantas. “Concordo com minha colega quando diz que escola está muito bonita. Espero que os professores resolvam voltar para que possamos estudar”, revelou Stefane.

Comparecimento

Apenas o professor Pitanga compareceu à escola. Ele demonstrou insatisfação com essa atitude dos colegas”. Foi uma irresponsabilidade isso que os professores fizeram. Se foi acordado que teria aula, todos deveriam estar aqui. Os mais prejudicados com essa atitude irresponsável são os alunos que, em uma demonstração de interesse, compareceram à escola e agora são obrigados voltar para casa sem aula”, desabafou o professor.