Alunos desenvolvem atividades lúdicas a partir da leitura de livros
A escola estadual Arthur Fortes, no bairro Inácio Barbosa, em Aracaju, está pondo em prática uma ideia simples, mas com resultados grandiosos. Trata-se de um projeto com foco na leitura e sua interpretação que vem mudando a realidade dos alunos que fazem parte da unidade escolar. Nesta quinta-feira, 27, foi promovida a segunda mostra a partir de peças artesanais feitas pelos próprios alunos cujo tema central é baseado no enredo dos livros Coração de Boneca, de Ilka Brunhilde Laurito, e Língua de Trapos, de Adriana Lisboa.
A primeira mostra do projeto ocorreu na semana do livro e prestou uma homenagem a Monteiro Lobato. Nesta segunda edição é fácil perceber que cada vez mais a comunidade escolar está se envolvendo no projeto, cuja ênfase pedagógica é a leitura e a interpretação de textos. “Hoje, essas crianças pegam livros emprestados da escola e levam para ler em casa. Elas se interessam de forma muito mais intensa do que antes. Na verdade, elas dizem que é a parte que amam da aula, e esse é nosso objetivo: desenvolver a paixão e o hábito da leitura”, conta orgulhosa a diretora Maria Aparecida Machado Andrade.
Ela diz que tudo iniciou a partir de uma pequena sala que foi designada para leitura. “Os alunos leem juntamente com o professor e depois interpretam passo a passo. Em seguida, fazem uma redação sobre o enredo do livro e respondem a perguntas sobre a história lida. A culminância é o momento em que fazem trabalhos manuais com algum elemento que mais lhes atraiu no contexto e desenvolvem alguma coisa prática que demonstre o que eles aprenderam com a leitura”, afirmou a diretora.
Ao todo, são 250 alunos do 1° ao 5° ano envolvidos no projeto. Os resultados têm sido tão positivos que a equipe pedagógica da Diretoria de Educação de Aracaju (DEA) já fez referência para outras unidades escolares. O projeto é comandado pela professora Maria de Lurdes Gomes, que coordena a leitura e as atividades. Tudo é acompanhado também pelas professoras Fátima Santos, de mídias e informática, e Denalva Carvalho, da Tv Escola.
A professora Maria de Lurdes conta que sempre gostou muito de livros e vê em cada um deles um lado lúdico. “Acho mágico quando a gente lê e reconstrói a história na cabeça. Depois pomos isso em prática. Eles aprendem não só a entender o que estão lendo, mas no momento em que fazem uma boneca, por exemplo, estão também aprendendo a costurar, a produzir algo deles”, orgulha-se.
Leitura e artesanato
João Paulo, aluno do 4° ano, fez um barco à base de palitos de picolé e canudos. Sua referência foi um personagem do livro que era marinheiro. “Eu adorei a história”, afirmou enfático, enquanto contava detalhadamente todo o enredo.
José Carlos e José Marley, colegas da mesma turma de João Paulo, também fizeram barcos. O mais interessante é que cada um deles imprimiu a sua marca e suas impressões nas suas peças. “Não é nosso objetivo que eles façam objetos a partir de um padrão, mas que eles tentem pôr em prática o que imaginaram a partir da leitura de cada um”, explica a professora Maria de Lurdes.
Já Tauany Melo, aluna do 5° ano, fez uma boneca digna de artesãs profissionais. “Nunca tinha costurado na vida e fiquei muito feliz com minha boneca pronta”. Gabriela Santiago, aluna do 5° ano, também exibia feliz uma boneca de pano. “Eu amei essa atividade. É uma coisa maravilhosa. A gente melhora nossa leitura, aprende a entender e interpretar e ainda faz uma boneca como essa, que eu nunca imaginei fazer”, disse.
A professora que coordena as atividades revela também um critério na escolha dos livros que serão trabalhados. “Vejo que as crianças de hoje estão cada dia mais vivendo como adultos. A sexualidade está sendo imposta diariamente na TV, no dia a dia e eles acabam muitas vezes esquecendo os valores da infância. Por isso, escolhemos temas bem lúdicos, que trazem de volta a inocência presente neles. Além disso, acabam trabalhando a coordenação motora ao tempo em que aprendem atividades como costurar, que será útil até na sua vida”.
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