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Aos 16 anos, Leiz Conceição de Jesus sofreu um acidente de carro que lhe causou a perda da visão. Desde então, o jovem tem se dedicado a levar uma vida comum dentro das limitações de um deficiente visual. Hoje, passados sete anos, o rapaz comemora uma grande vitória: a conquista de uma vaga no curso de fisioterapia da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
 
“Formado em fisioterapia, poderei trabalhar com o tato para ajudar as pessoas. Vejo-me no futuro como um profissional bem qualificado, habilitado e reconhecido, e quero mostrar que somos todos capazes e iguais, apesar das diferenças e dificuldades”, disse.
 
Leiz é um dos 19 estudantes com deficiência da rede estadual de ensino a ingressar na UFS neste ano. Ele, que concluiu o ensino médio em escolas públicas estaduais, foi aluno, em 2012, do Pré-Universitário, programa oferecido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), que funciona como um curso preparatório, e gratuito, para vestibulandos.
 
Acompanhado da irmã, o jovem assistia às aulas no pólo localizado no Colégio Estadual Tobias Barreto. Segundo ele, o corpo docente facilitou a preparação para o vestibular. “O nível dos professores é excelente. Eles se mostraram sensíveis e preparados para lidar com alunos com diversos tipos de deficiência. O Pré-Universitário teve uma importância fundamental na minha aprovação”, avaliou o futuro fisioterapeuta.
 
Abraão Rodolfo é mais um exemplo de superação. Aos 14 anos uma doença tirou-lhe o movimento das pernas e fez com que passasse a utilizar uma cadeira de rodas para locomoção. Foram anos de dificuldades e privações, quando os estudos ficaram em segundo plano.

Em 2011, Abraão recebeu o certificado de conclusão do ensino médio após obter nota satisfatória no Enem. E com o intuito de prestar o Exame novamente no final de 2012, desta vez para ingressar na UFS, o rapaz de 28 anos procurou o auxílio do programa Pré-Universitário da Seed.
 
“Depois da doença eu me tornei um autodidata. Quando conquistei meu certificado do ensino médio, procurei a Seed para participar do Pré-Universitário. As aulas foram importantes já que eu tinha muitas dúvidas, sobretudo nas matérias de exatas. O material didático fornecido é muito bom, ilustrativo, e os professores se tornaram grandes mestres e amigos. O prédio da escola está adequado para receber e acomodar os alunos com deficiência. Eu conseguia entrar e sair sozinho, todos os dias”, destacou o rapaz, também estudante do pólo C. E. Tobias Barreto.
 
Aluno do 3º ano básico do Conservatório de Música, Abraão é um dos aprovados do curso de licenciatura em história da UFS. “Estudar história é ter um encontro comigo mesmo. Sempre gostei de ler livros dessa área, então não vai ser difícil. Estou ansioso para que as aulas comecem, mas não quero parar por aí. Ainda pretendo cursar jornalismo”, declarou o rapaz.
 
Satisfação
 
Estudar teatro sempre foi o sonho de Rivânia Vitória da Silva, 22 anos, aluna da rede estadual de ensino e do Pré-Universitário no polo do C. E. Dom Luciano. Graças a seu próprio esforço e ao auxílio dos professores e intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais), a jovem surda garantiu seu lugar no curso superior de teatro. “A oportunidade de fazer o Pré-Universitário foi boa, pois contei com a compreensão dos professores e a ajuda dos intérpretes. Eu percebi que eles torciam por mim. Estou muito feliz”, revelou.
 
A aluna surda Raiane Dantas, 20 anos, também comemora a aprovação em ciências contábeis na UFS. “Sempre gostei de cálculos. Agradeço a todos os que contribuíram para minha aprovação”, declarou.
 
Feliz também está a mãe de Ângelo Barreto, aluno surdo do Pré-Universitário aprovado no curso de design gráfico da UFS. “O Pré-Uni contribuiu muito para o sucesso do meu filho. Os professores sempre foram muito dedicados, e ele também não perdia um dia de aula. Estou muito orgulhosa dele. Recomendo a todas as mães que tenham filhos com deficiência procurarem a rede estadual de ensino, que está cada vez mais acolhedora”, declarou dona Maria José.
 
Educação inclusiva
 
De acordo com o secretário de Estado da Educação, Belivaldo Chagas, o resultado foi muito bom, principalmente devido às dificuldades pelas quais a rede estadual de ensino passou no último ano de 2012. Belivaldo afirmou que o resultado reflete a política inclusiva empreendida pela Secretaria. “Essa política vem sendo adotada desde 2007 e busca a inserção desses alunos no ensino superior através de ações que possam potencializar seus conhecimentos”, frisou.
 
Para Maria Zelita Batista, diretora do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional da Seed (Dase/Seed), uma dessas ações é a contratação de intérpretes de Libras para atender à demanda dos alunos surdos. “Também estão sendo adaptados os espaços físicos aos critérios de acessibilidade. Os projetos de construção, reforma e ampliação de escolas já contemplam esses critérios. A Secretaria também vem adequando sua proposta pedagógica para atender a cada tipo de deficiência e a esse público que está vendo na rede estadual uma porta de entrada para o ensino superior”, ressaltou.
 
Na opinião de Maria Aparecida Nazário, diretora da Divisão de Educação Especial da Seed (Dieesp/Seed), os gestores da educação têm o compromisso não apenas de promover a matrícula de alunos com deficiência nas escolas, como também garantir o acesso, a permanência e o sucesso deles. “Diante disso, podemos entender que o Governo do Estado vem cumprindo seu papel quando propicia, através de diversas ações, que 19 sergipanos com deficiência tenham acesso ao ensino superior”, ressaltou.

Aprovação em 2013

A rede pública estadual de ensino aprovou 2.285 alunos no vestibular 2013 da UFS e 1.045 em outras instituições de ensino superior.

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