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De olho no período junino, o agricultor Antônio Jesus Dias, conhecido como ‘Seu Botinha’, plantou milho em seu lote no perímetro irrigado Poção da Ribeira, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), no município de Itabaiana.

Seu Botinha espera colher quatro mil espigas de milho, que terão como destino principal o mercado de Aracaju. A diferença é que parte do milharal está sendo irrigada, pela primeira vez, com a utilização de um método mais econômico e eficaz de irrigação. Trata-se do sistema irrigação localizada de microaspersão, que se tornou uma tendência entre os agricultores do perímetro.

Seu Botinha trocou a irrigação convencional pela localizada há cerca de seis meses, depois de observar a eficácia em lotes vizinhos. No método tradicional, são lançados jatos de água que caem sobre a cultura na forma de chuva. Esse sistema requer menor investimento de capital, mas exige mão de obra intensa devido às mudanças de posicionamento da tubulação.

Já no sistema de microaspersão, a água é distribuída diretamente na zona de maior absorção da planta, resultando em um melhor aproveitamento e uso dos recursos hídricos e energéticos. Além disso, como o sistema é fixo, o trabalho é facilitado e a mão de obra na lavoura reduzida.

Desde que realizou a troca, o agricultor tem percebido mudanças significativas na germinação e desenvolvimento vegetativo das culturas de sua horta. “O coentro, por exemplo, tem crescido mais rápido agora. Por causa da distribuição irregular de água no método da aspersão, as sementes plantadas próximo ao aspersor não germinavam. Hoje toda a área recebe água de forma igual”, diz o pequeno produtor rural.

Maior produtividade é uma das vantagens oferecidas por esse sistema, de acordo com o engenheiro agrônomo da Cohidro e mestre em irrigação e drenagem, Luiz Gonzaga Luna Reis. Segundo ele, com este método bem operado a planta recebe exatamente a quantidade de água que precisa para se desenvolver. “A irrigação localizada por microaspersão melhora a germinação das plantas, no que resulta em aumento da produção. A eficiência passa de mais ou menos 60% no método tradicional para em torno de 90% na irrigação por microaspersão. Isso quer dizer que, de cada 100 litros de água jogados no solo, 90 são aproveitados. Também é constatado que esse método distribui mais uniformemente a água”, explica.

De acordo com Gonzaga, tal técnica diminui o desperdício e proporciona economia para o agricultor. “As plantações passam a ser regadas com uma quantidade correta de água e em horários mais econômicos, proporcionando maior produtividade, e evitando o desperdício dos recursos hídricos. Além disso, a mão-de-obra utilizada para operar este sistema é mínima se comparada ao outro método, já que é fixo. A fertilização do solo pode ser feita via água de irrigação, por meio de um injetor de fertilizantes”, explica Gonzaga.

Tais argumentos convenceram os agricultores Antônio Tavares de Almeida e Adenilson Xavier de Almeida a adotarem o método de irrigação mais econômico e ecologicamente correto. Pai e filho, que cuidam de 3 hectares de área irrigada, só enxergam benefícios após a mudança.

“Já que temos água e assistência técnica gratuitas promovidas pela Cohidro, é nosso dever investir nas melhores ferramentas para nossa lavoura. Esse sistema de irrigação, além de ser mais prático e melhorar o desenvolvimento das plantas, colabora com o meio ambiente já que diminui o desperdício de água”, declara Adenilson. “É como comparar um computador a uma máquina de escrever”

No lote do agricultor Arnaldo José dos Santos funciona o que se pode chamar de unidade-modelo da irrigação por microaspersão no perímetro da Ribeira. Ele foi um dos da região a implantar o sistema, seguindo à risca as especificações do projeto elaborado por Gonzaga. “O Arnaldo é um exemplo para os demais. Ele mostra interesse em toda nova tecnologia que trazemos para ele”, afirma o agrônomo.

Para o agricultor, quem compara escolhe o método da microaspersão. “Cresceu a quantidade de mudas e sementes que se desenvolvem após o plantio. Caíram a mão-de-obra e o consumo de água, que agora é melhor distribuída pelo terreno. A pressão dos pingos d’água do sistema tradicional não compacta mais a terra, que agira está sempre fofa. Não tem como comparar a microaspersão com o método convencional. É como confrontar um computador com uma máquina de escrever”, ilustra.

Segundo ele, a praticidade permitiu ampliar a área plantada. “Antigamente, no dia de irrigação a gente quase não tinha tempo para fazer outra coisa. O dia terminava com a gente bem cansado, depois de passar horas carregando aquela tubulação por todo o terreno. Depois que adotei a microaspersão, passei a plantar em toda a área pois a tubulação é fixa. Também posso contar com o sistema semi-automatizado, que facilita muito o trabalho por aqui”, relata o agricultor que, de um único ponto da propriedade, consegue controlar a irrigação em todo o campo.

No lote de Arnaldo, o consumo de água caiu de 3.200 para 1.200 m³ de água por hectare por mês com o sistema localizado. Segundo Gonzaga, a redução não causou prejuízos à lavoura. “Aconteceu o caminho inverso. A produção aumentou, pois a distribuição é melhor. Cada cantinho recebe água. Mas é preciso seguir as diretrizes de um projeto elaborado por um especialista. Quem, por conta própria, implanta a microaspersão ou qualquer outro sistema, pode prejudicar a si próprio e até os demais agricultores com o desperdício de água”, alerta.

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