Adolescentes em situação de rua são encaminhados ao Projeto Criança Cidadã
Estes encaminhamentos ao projeto são frutos dos acompanhamentos diários feitos pela equipe técnica da Rede Municipal de Atendimento à Criança e ao Adolescente, incluindo as ações dos Conselhos Tutelares de Aracaju e do Poder Judiciário, entre outros. No Projeto, eles têm acesso a uma série de Oficinas Educativas, onde os garotos têm aulas de cidadania e participam de atividades relacionadas à arte-educação.
Em poucos dias de atividade, o projeto da PMA provocou uma verdadeira revolução na vida destes adolescentes. M.S.J, 14, é um destes exemplos. Há duas semanas inserido no projeto, ele já decidiu retomar os estudos. M.S.J. está cursando a segunda série do ensino fundamental e destaca como positiva a experiência que está passando no programa da Semasc. “Estou gostando daqui”, diz. “Na Oficina de Bijuterias estou aprendendo coisas novas. Saindo daqui posso fazer e vender bijuterias. Então, para mim, estar aqui é uma boa oportunidade”, revela a jovem que prefere não lembrar de como era sua vida antes de ser incluso no projeto.
Estes adolescentes passaram por experiências traumáticas: situação de rua, envolvimento com substancias psico-ativas, negligência familiar, abuso e exploração. Sendo detectados pelos educadores sociais da Semasc ou mesmo pelos Conselhos Tutelares ou enviados pelo Poder Judiciário, estes adolescentes são encaminhados ao projeto para que possam, por meio de atividades sócio-educativas desenvolvidas nas Oficinas Educativas, vislumbrar um processo de fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
O projeto tem como objetivo central proporcionar mudanças de hábitos e atitudes, de forma que eles possam não mais vivenciar os riscos aos quais sempre foram expostos, e formar cidadãos, verdadeiros sujeitos de transformação dentro de suas realidades. D. R., 14, está cursando a sétima série e há 15 dias está participando das atividades proporcionadas pelo projeto. Ele revela que antes de entrar no projeto trabalhava em feiras “puxando carrego”, um trabalho braçal de empurrar um carrinho de mão com as compras dos fregueses de mercadinhos que os contratam para transportar as mercadorias. Esta atividade já lhe causou problemas de saúde. “Muitas vezes eu sentia dores nas costas por causa do peso que era muito”, revela. “Mas tinha que carregar para ganhar dinheiro. A única coisa boa era que, de vez em quando, ganhava umas frutas do povo”, revela o jovem. Em função do peso que costumava carregar, ele ficou raquítico e, aos 14 anos, tem a altura e uma aparência física de uma criança de sete anos.
E. S. S, 14, vai completar duas semanas no projeto. Mesmo assim ele já percebe as mudanças em sua vida. “Agora não fico mais por aí, pela rua. Não pego carrego na feira de domingo nem tenho mais dores pelo corpo”, comenta. “Entrei para um projeto legal. No início, eu tinha medo de que fosse ser ruim, mas agora que participo da Oficina de Percussão vejo que posso até um dia ser músico”, observa o jovem, que, além de trabalhar em feiras, ajudava a mãe a produzir acarajé, moendo o feijão.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]
- Adolescentes em situação de rua são encaminhados ao Projeto Criança Cidadã – Fotos: Ascom/Semasc