[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Maria, José, João e Josefa são apenas alguns nomes comuns, mas que identificam pessoas muito guerreiras e que deixaram suas cidades no Nordeste há algum tempo para tentar uma vida melhor na `cidade grande´. Assim foi formada a imensa comunidade nordestina no Rio de Janeiro. Comunidade que alivia a saudade da terra natal no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, onde funciona a tradicional Feira de São Cristóvão.

Ontem, 28 de outubro, foi um belo domingo de sol que vai marcar a história da Orquestra Sanfônica de Aracaju, afinal, foi para o show na Feira de São Cristóvão que foi gerada a maior de expectativa desta primeira turnê do grupo pela cidade maravilhosa.

No trajeto para o local do último show, o clima era de muito entusiasmo entre os músicos dentro do ônibus. “A emoção de tocar para os conterrâneos deu um brilho especial para o show de despedida da Orquestra”, disse Robertinho dos Oito Baixos, filho de Gerson Filho e Clemilda e uma das grandes atrações do grupo.

`Feira dos Paraíbas´

No local, um verdadeiro patrimônio cultural, histórico e artístico, uma multidão já esperava pela apresentação dos sergipanos. A feira é algo bonito de se ver: ambiente de sociabilidade, integração e comunhão de pessoas de várias camadas sociais, que se encontram para compartilhar o mesmo gosto pela cultura nordestina.

Um verdadeiro pedaço do Nordeste no coração do Rio, com cerca de 700 barracas fixas que oferecem as várias modalidades da cultura nordestina: culinária típica, artesanato, trios e bandas de forró, dança, cantores e poetas populares, repente e literatura de cordel.

Visitar a Feira de São Cristóvão é um programa que atrai cerca de 450 mil visitantes por mês, entre turistas e cariocas, que podem ainda curtir shows nos dois palcos principais – João do Vale e Jackson do Pandeiro -, além de apresentações de repentistas e cordelistas na Praça Catolé do Rocha, no centro do Pavilhão.

Logo de cara dá para perceber que o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, ou seja, a Feira de São Cristóvão, é uma verdadeira festa para todos os sentidos. E nem precisa ter todos eles aguçados, tamanha a quantidade de cores, sabores, cheiros e sons.

Já na entrada, os visitantes são recepcionados pela estátua em bronze de Gonzagão. De chapéu de couro, tem ao lado um banquinho. Ou melhor, um convite quase irresistível para uma foto. Um touro mecânico, junto à portaria, pode dar a idéia de que lá dentro se encontrará um rodeio. Mas a festa é muito maior e mais diversificada.

Foi nesse local tão especial que a multidão, formada por pessoas de todas as idades, de crianças a sessentões, de cariocas descolados a nordestinos acabrunhados, de estrangeiros americanos a africanos, de chiques a bregas, puderam conferir o último show da Sanfônica em terras cariocas.

Tocando em casa

Visivelmente emocionados e felizes, os 25 sanfoneiros, três percussionistas e um baixista fizeram um lindo show que, sem dúvida, marcou a história da feira.

A Orquestra Sanfônica, mantida pela Prefeitura Municipal de Aracaju, por intermédio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju), se sentiu em casa durante a apresentação.

É na Feira de São Cristóvão, a quilômetros de distância de sua cidade, João Pessoa, que Antônia de Jesus consegue acalmar o coração e diminuir a saudade que sente de seus familiares que ficaram na Paraíba. “Eu venho aqui todos os fins de semana e me sinto muito feliz sempre. Hoje, estou especialmente emocionada com a apresentação desses sanfoneiros sergipanos. É uma das coisas mais lindas que já vi”, afirma a paraibana.

O repertório popular e tipicamente nordestino foi aplaudido pelo gigantesco público e canções como ´Asa Branca´ e ´Xodó´, além de outros clássicos do forró, além de números de bossa nova, chorinho e até tango argentino, fizeram com que aquelas pessoas pudessem se sentir em sua terra novamente.

José Antônio dos Santos, conhecido como ´Chico Buchudo´, nascido em Natal, Rio Grande do Norte, era um dos mais empolgados durante a apresentação. “Essa Orquestra deve ser reconhecida em todo o país. Estou me sentindo em casa por estar na feira e hoje de uma forma bastante especial por ouvir os acordes dessas sanfonas iluminadas. Jamais esquecerei da apresentação da Orquestra de Sanfônica de Aracaju”, disse antes de voltar a dançar animadamente com uma ‘carioca da gema’.

No meio da multidão

A carioca Ana Braga, que mora em São Cristóvão e visita a Feira todos os fins de semana, estava encantada com os sanfoneiros. “Nossa, eu nunca vi uma Orquestra de sanfoneiros. Eles são ótimos. O show é maravilhoso. Quando Robertinho desce do palco e toca no meio das pessoas é fantástico. É muito bom dividir o mesmo espaço com músicos tão competentes e com o filho de Clemilda”, diz.

A presença de Robertinho na Orquestra é uma atração à parte. Filho de dois grandes nomes da música nordestina, o sanfoneiro, que é sinônimo de alegria, sempre vai para o meio do público tocar, dançar e sentir de perto o calor das pessoas. Ele transforma a festa num verdadeiro arraial, fazendo as pessoas dançarem passos de quadrilha, todas unidas e sentindo a energia da música do nordeste ao som dos acordes das sanfonas mágicas da Orquestra.

Junto ao público presente, estavam a presidente da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju), Lucimara Passos, a diretora de turismo Tanit Bezerra e o coordenador de eventos, Fernando Montalvão.

Na companhia do grupo da Funcaju estava o presidente da BR Distribuidora, José Eduardo Dutra, que se emocionou com a apresentação dos músicos e fez questão de cumprimentá-los e de conhecer o ônibus plotado da Orquestra e que fez sucesso pelas ruas do Rio. “A Orquestra Sanfônica de Aracaju é uma das coisas mais bonitas de Sergipe. Vi a primeira apresentação, na estréia deles no Forró Caju 2007, e fico emocionado em poder presenciar a apresentação aqui na Feira de São Cristóvão e por saber que esses sanfoneiros estão sendo reconhecidos. É muito bom saber que temos um grupo tão especial representando o rico e belo patrimônio cultural de nosso Estado”, comenta Dutra.

Após o show, os músicos jantaram e confraternizaram em clima de animação e deixaram o local com a sensação de dever cumprido e felizes com a aclamação do público no Rio de Janeiro.

O ônibus da Orquestra Sanfônica de Aracaju já está na estrada de volta para Aracaju após o sucesso dessa temporada na cidade maravilhosa, onde foram reconhecidos por pessoas do mundo inteiro e onde puderam perceber como é bom ser nordestino, ser sergipano e representar sua terra natal.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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