Projeto ´Acolher: da Rua à Cidadania` é referência entre os que necessitam de assistência social
O projeto consiste em promover a reinserção familiar de pessoas que, atualmente, estão em trajetória de rua. Somente em 2006 foram acolhidas 272 pessoas na Central Permanente de Acolhimento, localizada no bairro Cirurgia. Lá, a Prefeitura mantém uma casa onde os acolhidos são alimentados regularmente e têm acesso a cômodos com camas individuais para pernoite. Além disso, dispõe de um espaço para que as pessoas acolhidas possam lavar roupas e usufruir de uma estrutura que os levem a ter o sentimento de vida em família.
No entanto, segundo a coordenadora do Projeto, Mônica Ferreira, um dos principais objetivos da iniciativa é trabalhar em conjunto com as famílias de origem dos atendidos, pretendendo a reinserção dos indivíduos no núcleo familiar. ”Ao chegar, o usuário passa por uma triagem; se houver identificação com o perfil do projeto ele é inserido na casa. Lá prestamos um atendimento psicossocial juntamente com a visita domiciliar, para fazer a interação. O acompanhamento das famílias é feito por meio dos Centros de Referência do bairro. A partir disto, detectamos as necessidades médicas, de documentação, se necessitam de passagem e damos os devidos encaminhamentos”, informa a coordenadora.
O tempo máximo de permanência na casa é de três meses, e não existe prioridade entre os casos; todos são tratados igualmente pela equipe, que conta com psicólogos, assistentes sociais e coordenador administrativo. Os responsáveis pelo processo de convencimento do futuro acolhido são os chamados ´educadores sociais´, que na central, se dividem em duplas, e trabalham diariamente nos três turnos“. É todo um processo de conquista, inicialmente precisa-se ganhar a confiança do morador de rua, tentar saber o porquê dele estar ali, depois começa a parte pedagógica. Nossos educadores sociais são capacitados pela Prefeitura, a qual é pioneira nesse serviço”, declara Mônica Ferreira.
Dentre as maiores dificuldades encontradas no trabalho com indivíduos em trajetória de rua, segundo a coordenadora, está a mendicância e a falta de conscientização da sociedade quanto aos malefícios da prática de doação de esmolas. Ainda de acordo com Mônica Ferreira, sua experiência no trabalho com moradores de rua mostra que as facilidades dessa prática viciam; e quem doa está contribuindo com as tristes estatísticas do que ela chama de ´uma nova indústria´: a da esmola. “Precisamos divulgar mais o trabalho do educador social, o qual não consiste simplesmente em tirá-los da rua, mas sim dar consistência para uma nova vida. Quem simplesmente doa dinheiro a essas pessoas está praticando um trabalho de deseducação”, esclarece a coordenadora.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]