[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira (NPDOV) está realizando, há duas semanas, o curso ´Linguagem e Estéticas do Audiovisual´, ministrado pelo mestre em cinema paraibano Zonda Bez. As aulas seguem até quarta-feira, dia 25, na sede do Núcleo, quando acontecerá um encontro com profissionais do ramo para debater a 7ª Arte, além de apresentação teatral e exibição de filmes.

O ministrante do curso, formado em Comunicação Social, já escreveu para revistas luso-brasileiras, atuou como foto-jornalista e como diretor de cinema. É ele quem fala um pouco mais sobre esse novo curso do NPDOV à equipe da Agência Aracaju de Notícias (AAN).

AGÊNCIA ARACAJU DE NOTÍCIAS – Como está sendo o curso? Houve até um aumento no número de vagas, não é verdade?

ZONDA BEZ – Foi bem inesperado, porque os cursos e as oficinas que eu faço normalmente são com uma média de 20 alunos, por conta das ações que a gente desenvolve em conjunto também. Quando eu pensei o curso, não pensei nele fechado, mas que possa ter interferência das pessoas que estão assistindo. Então, ele é feito a partir de módulos e cada módulo gera um seminário por parte dos alunos. As pessoas que estavam lá no primeiro dia, a gente já a partir dos tópicos que existem dentro da História do Cinema e das estéticas, os grupos selecionaram determinados pontos e vão desenvolver esses tópicos. Na verdade a gente trabalha em parceria, eu abro espaço para eles na medida que eles vão abrindo espaço para mim.

AAN – O curso é mais prático ou teórico?

ZB – O curso se concentra especificamente na questão da linguagem cinematográfica, de como ela foi construída ao longo do tempo e que tipo de usos se fez dessa linguagem ao longo desses 112 anos. É um curso mais teórico, porque não dá para a gente pensar em fazer cinema sem conhecer o lado da história do cinema e das estéticas do cinema. O realizar do filme, o técnico, o crítico ele precisa ver para poder reconhecer as estéticas, quando ele ver alguma coisa nova não vai achar que aquilo acabou de ser inventado, ele vai ter a base para saber exatamente que esse filme faz referências tais, tais e tais. Tanto que o módulo que nós tratamos dos primórdios do cinema e fomos até os anos 20, eu exibi um curta daqui da Gabriela Caldas desse ano, que chama ´Epifani´, que traz nele toda essa influência da história do cinema, faz relação com vários outros movimentos e é isso que realmente importa, perceber onde eles se encontram de forma prática, assistindo e discutindo sobre os filmes.

AAN – É o seu primeiro curso aqui em Aracaju e no Núcleo de Produção de Áudio Visual Orlando Viera?

ZB – Não. A minha relação com Aracaju já tem algum tempo, com oficinas já estive em 2005 pelo Ministério da Cultura, no Festival de Artes de São Cristóvão; em março desse ano vim pelo Núcleo ministrar a oficina Cineclubismo, que gerou o Sanatório Cineclube – já foi uma semente que gerou um fruto. E inclusive o Sanatório foi completamente adotado nessa proposta do curso, que entre um módulo e outro acontece seções públicas.

AAN – Como tem sido a resposta dos alunos nesses primeiros dias do curso?

ZB – Eu acho as pessoas ainda um pouco tímidas. Mesmo que o nível da turma seja muito bom, porque tem gente que estuda História, Comunicação, que já é jornalista, já pesquisa algumas coisas, mas ainda sinto as pessoas um pouco tímidas para falar e faz parte da minha metodologia essa interação contínua com quem está freqüentando. Eu não gosto nem de chamar “aluno”, na verdade eu sou um facilitador. Não estou propondo mostrar a História do Cinema como um todo, mas é um recorte dentro dessa história, porque a História do Cinema está em qualquer livro; isso é fácil de achar. A diferença está em como isso é organizado e como fazer com que as pessoas ganhem realmente o interesse.

AAN – No conteúdo do curso você coloca algum trabalho seu como diretor?

ZB – Eu vou apresentar apenas um curta meu. Tenho trabalhos anteriores, mas esse é o meu primeiro trabalho de direção. É um curta de 5 minutos que se chama ´Camareira´, que vou apresentar no último dia, quando a gente vai discutir as questões das tecnologias no cinema. É um encontro também que vai ser organizado por mim e pelo pessoal que está freqüentando. A idéia é juntar diversas perspectivas do audiovisual aqui em Sergipe; alguém da crítica, alguém da parte mais administrativa ou pedagógica, um realizador mesmo. E vamos discutir como é fazer cinema hoje, como é falar de estética, de linguagem do cinema no momento em que você está a cada dia com uma nova tecnologia, cada vez mais rápida e que influencia diretamente a forma de se fazer um filme.

AAN – O que você está achando do rendimento inicial dos participantes?

ZB – Eu acho que eles estão indo bem. Os seminários vão abrir esse espaço para que as pessoas mostrem seus trabalhos de alguma forma. Então a gente tem grupos que vão tratar de tópicos bem diferentes, como documentário brasileiro, filme experimental, a questão da música no cinema, são sete tópicos no total e as apresentações começam a partir do sábado. Quem quiser chegar para assistir pode assistir. Queria lembrar que na quarta-feira, dia 25, quando encerra do curso, às 19 horas, no Núcleo, vai acontecer essa mesa sobre cinema e novas tecnologias e a exibição de curtas. Ao final vai ser apresentado o espetáculo ´Sim Salabim´, de dois artistas – um uruguaio, Robert e a Iris, que é uma brasileira. Eles fazem parte da caravana ´Cultura Viva´, que está percorrendo o Brasil.

AAN – Qual é a sua visão sobre esse trabalho da Prefeitura de Aracaju, por meio do Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira?

ZB – Com a criação do Núcleo, acho que a Prefeitura está exercendo um papel muito importante aqui na cidade na área do audiovisual. A minha percepção é que existe uma certa carência de informação e de formação. Mesmo em relação à Universidade Federal de Sergipe, eu estive perguntando para os alunos, e eles têm carência de disciplina na área de cinema, estética, documentário. É claro que a carga horária não é muito grande, é um curso de 24 horas, mas é um percurso que pode abrir muitas perspectivas, e acho que é isso que o Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira está conseguindo fazer nesse momento. A Prefeitura tem que ser parabenizada por essa ação, em parceria com o Ministério da Cultura, sem dúvida alguma. Lá em João Pessoa – onde eu moro atualmente – também fiz parte do Núcleo de Produção Digital, já ministrei oficinas, só que o movimento aqui ele é outro, ele tem uma dinâmica muito mais interessante do que lá, por exemplo. Que todos olhem com bons olhos esse trabalho, porque o audiovisual é a grande indústria, a grande possibilidade para o Brasil de geração de renda, de cultura para a massa do que século XXI. A gente tem que pensar nisso, é um investimento que vai valer o esforço.

O Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira fica localizado à rua Lagarto, 2161, bairro São José. Informações: (79) 3211-1505.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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