Projeto de reurbanização da Coroa do Meio concorre a prêmio da Escola Nacional de Administração Pública
Segundo Fujiwara, a iniciativa da Enap visa estimular e gerar um intercâmbio de experiências administrativas de relevância social, tanto de poderes públicos, quanto de organizações não governamentais, para formar um banco de dados que auxilie cidades brasileiras e até outros países a enfrentarem desafios semelhantes. “Quando vimos esse projeto no papel, ficamos curiosos em saber detalhes e conhecer os mecanismos de envolvimento social aplicados pela prefeitura de Aracaju. Constatando ïn loco, fiquei impressionado com o alcançe social, recuperação ambiental e com o nível de participação da comunidade no processo”, declarou o diretor.
Antes do encontro com o prefeito, Fujiwara fez uma visita ao local acompanhado de técnicos da Emurb, Fundat e das secretarias de Planejamento e Assistência Social que desenvolvem projetos no local. Utilizando uma ortofoto produzida em 2004, o prefeito Marcelo Déda explicou ao diretor todo o processo de expansão urbana de Aracaju, nas últimas décadas, demonstrando os graves problemas provocados pela ocupação desordenada e pela falta de políticas específicas de infra-estrutura e urbanização que levaram a situações como a, até então, verificada na Coroa do Meio.
ENGAJAMENTO
Durante a explicação, o prefeito recordou um fato curioso que revelou a sua ligação pessoal com a questão desde o movimento estudantil. “Recordo-me claramente que, em 1980, eu documentei com uma câmera Super 8 a derrubada dos casebres de pescadores que residiam no local, por conta do projeto elitista desenvolvido pelo prefeito da época que queria transformar o local num bairro modelo. Isto deu origem a estas ocupações desordenadas. Mais de 20 anos depois, tenho o orgulho de contribuir, como prefeito, com o resgate da cidadania de 600 famílias que deixam palafitas para morar em suas casas”, revelou Déda. “Este é o primeiro projeto que inverte a lógica das intervenções em áreas degradadas no interior da cidade. Nós não estamos recuperando o bairro para os ricos afastando os pobres, nós estamos recuperando o bairro, o meio ambiente e oferecendo condições de inserção e cidadania aos mais carentes no próprio local”, completou o prefeito.
Celio Fujiwara afirmou ainda que observa no projeto um grande potencial de replicabilidade para outras cidades brasileiras e para outros países. “Dentro dos nossos critérios de avaliação, os projetos são avaliados dentro de um padrão cuja pontuação máxima é de 160 pontos. Este projeto da Coroa do Meio, em seus diversos ítens, já alcançou 144 pontos” disse o diretor, ao revelar que a iniciativa de formação de um banco de transferência de experiências e da premiação dos melhores projetos recebe o aval de organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU).
Para conceder o prêmio, denominado “Prêmio do Milênio”, a Enap está avaliando 400 projetos desenvolvidos em todo o país. Destes, ao final do processo, serão premiados os 24 melhores em oito categorias distintas, após todos os critérios de avaliação que se realizam até o final do ano.
Participaram do encontro, ao lado do prefeito, o presidente da Fundat, Edson Caetano, o diretor de Operações da Emurb, Walmor Bezerra, o diretor Operacional da Fundat, Marcelo Barreto, a assessora da Secretaria de Planejamento responsável pelo acompanhamento do projeto, Maria Abreu, além da diretora de Assistência da Secretaria de Assistência Social e Cidadania, Edvaneide Lima.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]
- Projeto de reurbanização da Coroa do Meio concorre a prêmio da Escola Nacional de Administração Pública – Fotos: Silvio Rocha