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Com o objetivo de ampliar as discussões e informar à sociedade sobre Usina Nuclear, assunto que tem sido alvo de diversas discussões no Estado, a Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese) realizou nesta sexta-feira, 26, a sua primeira edição de 2010 do Almoço com Empresários, cujo tema foi ‘Os Benefícios da Implantação de uma Usina Nuclear no Estado de Sergipe’.
 
Além do representante da Acese, Luiz Eduardo de Magalhães, foram convidados a falar sobre o assunto a professora doutora em Física da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Suzana Lalic, e o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo, Jorge Santana, que representou o governador Marcelo Déda no encontro e aproveitou para parabenizar a Associação pela iniciativa.

Os trabalhos foram abertos pela professora Suzana, que conceituou energia nuclear e mostrou como ela se posiciona diante das outras fontes de energia. Suzana traçou um panorama da situação energética no Brasil, comparando combustíveis fósseis – carvão, petróleo, gás natural; hidroeletricidade; energia nuclear – fissão e outras fontes menos usadas, como geotérmica, solar e eólica.

De acordo com ela, de todas as atividades industriais, a geração de energia elétrica em usinas nucleares é uma das que oferecem menos risco. “Em mais de 20 anos de geração de energia nuclear em Angra dos Reis (RJ), nunca houve um acidente ou evento que pusesse em risco os trabalhadores das usinas, a população ou o meio ambiente da região”, afirmou.

Para Suzana Lalic, a população está comentando o assunto ainda pensando no perigo ou em acidentes como o que aconteceu em 1986 na Central Nuclear de Chernobyl, quando 31 pessoas morreram. “A tecnologia utilizada naquela época não pode ser comparada como se fosse a que existe hoje. Em Chernobyl não havia um prédio de contenção, por exemplo. Se existisse, é provável que não houvesse danos à sociedade. É preciso que a sociedade seja informada e adquira conhecimentos sobre a enorme possibilidade de se trabalhar com a central de forma segura, desde que sejam obedecidas as normas essenciais ao seu funcionamento”, disse a doutora.

Nordeste

Após as explicações técnicas passadas pela doutora em Física, o secretário Jorge Santana divulgou como o programa nuclear brasileiro pode atender às demandas da sociedade em termos de consumo de energia. De acordo com as informações passadas por ele, serão construídas duas centrais, uma no Sudeste e outra no Nordeste, cuja disputa gira em torno de Sergipe, Bahia, Alagoas e Pernambuco.

Jorge mostrou as metas do Governo Federal, que começaram em 2008, no início da seleção de local para instalar a Central Nuclear do Nordeste. O resultado sobre a localização deve sair ainda este ano, para que em 2019 entre em operação a primeira usina e, em 2021, a segunda. Já o Sudeste deverá iniciar as operações em 2023, com a primeira usina. A segunda deve ser instalada em 2025.

Ele mostrou ainda que no mundo existem 436 usinas em operação, 53 em construção e 135 em planejamento. “Na China são 16 usinas; 10 na Grã-Bretanha; nove na Rússia; seis na Coreia do Sul e duas em cada um dos seguintes países: Bulgária, Ucrânia, Eslováquia, Japão e Taiwan, além do novo investimento na área que deve ser feito pelos Estados Unidos, num valor de US$ 54,5 bi”, citou.

Sociedade

Para Jorge, o envolvimento do público é desejável e necessário ao processo de seleção do Estado que deve receber a central. “Um dos critérios mais relevantes para essa escolha é a aceitação pela sociedade, por isso é muito importante que se abra esse debate, a fim de que as pessoas tenham compreensão, clareza sobre a importância do tema. Sergipe não pode perder essa oportunidade, que representa um expressivo reforço na economia do estado, a começar pela geração de emprego, mas não podemos tomar essa decisão sem debater com a sociedade”, destacou.

Energias renováveis

Santana comentou ainda que o apoio à energia nuclear não significa que o Governo não está dando atenção a outras fontes de energia. Em dezembro de 2009, o diretor presidente da Energias Renováveis (Energen), Joaquim Ferreira, apresentou um projeto que anuncia que Sergipe será o mais novo estado brasileiro a produzir energia eólica. O parque de aerogeradores será construído no município da Barra dos Coqueiros, e terá capacidade para produzir cerca de 30 MW – energia suficiente para abastecer uma cidade de 200 mil habitantes.

Já para consolidação de um núcleo de competências em energias renováveis, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) liberou para o Estado de Sergipe um valor de cerca de R$ 12 milhões – já com contrapartida do Governo do Estado -, que devem ser distribuídos em programas de atração e fixação de doutores, programas de bolsas e editais temáticos de pesquisa.
 
A principal finalidade é criar infraestrutura para o desenvolvimento de ações em Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) na área de energia, com foco específico em energias renováveis – biomassa, solar e eólica -, incluindo a infraestrutura para a medição, melhoramento e acompanhamento dos impactos ambiental, biológico e de eficiência energética decorrentes do incentivo à industria de energia.

Após a explanação do secretário, o representante da Acese, Luiz Eduardo Magalhães fez uma breve apresentação sobre os impactos econômicos que a central nuclear deve trazer para Sergipe. “Cada usina deve significar um aumento de cerca de 40% em nosso PIB, são investimentos de US$ 4 bilhões por usina, cada uma com 1000 MW”, destacou.

Também estiveram nesta edição do Almoço com Empresários o diretor-presidente da Junta Comercial do Estado de Sergipe (Jucese), Lauro Vasconcelos; o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento Industrial e Recursos Minerais de Sergipe (Codise), Ancelmo de Oliveira; o secretário municipal do Planejamento de Aracaju, Ducival Santana; o presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Aracaju, Emmanuel Nascimento, a secretária de Estado da Cultura, Eloisa Galdino e a cônsul do Chile, Maria Eugênia.

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