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Ana Maria Miranda tem 42 anos e três filhos. Ela cata e vende mariscos e, para complementar a alimentação, tem uma pequena horta no quintal de casa. Mas, desde o dia 14, Ana tem olhado de forma diferente para sua horta doméstica. Ela é uma das 22 pessoas que estão fazendo o curso de horta comunitária, da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), na cidade de Santo Amaro. "Antes, eu fazia de qualquer jeito. Agora, estou cuidando melhor da minha horta, pois aprendi coisas que eu nem imaginava", disse Ana, uma das mais animada da turma.

As hortas comunitárias estão sendo desenvolvidas nos Espaços de Cultura e Convivência Social (Eccos), que são unidades da Secretaria de Inclusão Social, localizadas na Grande Aracaju, em Santo Amaro e Simão Dias. Cada turma tem cerca de 25 inscritos, que aprendem desde a limpeza do terreno e o preparo da terra até a colheita e o desenvolvimento de mudas. "Nós trabalhamos com as famílias cadastradas em nossos ECCOS, especialmente com as que recebem nossas cestas de alimentos, pois estão em situação de risco social", disse Mirsa Leite, diretora do Departamento de Segurança Alimentar e Nutricional (DSAN) da Seides.

"Estamos fortalecendo a cidadania, estimulando a ajuda e construção mútua, a socialização, além de enriquecer a alimentação das famílias, orientando para o desenvolvimento das hortas em casa e incentivando o consumo de hortaliças, uma excelente fonte de saúde", completou Mirsa.

Curso

O curso conta com uma semana de aulas teóricas. "Nós sentimos a necessidade de passar um conteúdo mais apurado para eles. Não basta a gente ensinar como fazer, mas precisamos explicar alguns detalhes importantes e necessários", explicou Maria Aparecida Moreira, coordenadora do curso. "Esta parceria é muito importante, pois cria um elo entre a universidade e a comunidade. Eu vim de outro Estado e a informação que tive aqui é que nunca chamaram a universidade para nada", acrescentou a professora.

Depois da teoria, a prática. Os alunos passam por todo o processo da instalação da horta. Eles limpam o terreno, preparam a terra, adubam, montam as leiras e partem para a semeadura. Depois vêm outras formas de adubação, a produção de mudas, o transplante das mudas, o cultivo e a colheita. Em Santo Amaro, ele estão na fase da semeadura.

"Nós plantamos nos canteiros cenoura, beterraba e coentro. Nas covas, pepino e quiabo. Nesta fase, eles aprenderam a semeadura direta, que não precisa de mudas, a adubação de plantio, feita no dia da semeadura, e forma de se plantar em canteiros e covas", informou a professora Cida.

Vandilúcia Ventura dos Santos, 52 anos, mais conhecida como dona Vanda, se disse empolgada com o curso. "Eu cuido de uma roça no terreno em que meu marido trabalha. Tem coisas que eu não sabia e outras que só fiz melhorar. Nossa horta vai ficar ainda mais bonita" disse.

Projeto

A próxima fase é o preparo das mudas. "Daqui a vinte dias, quando plantaremos as mudas, estes canteiros vão estar lindo", disse a professora. "O que estimula a gente é ver esta empolgação e esta animação, criar esta consciência de consumir produtos com boa procedência e que vão incrementar a alimentação deles, ouvir deles que agora ‘nenhum vendedor vai empurrar qualquer coisa’ para eles", explicou.

O projeto Hortas Comunitárias vai acontecer durante dois anos: um ano de construção e um ano de manutenção, podendo ser renovado. A Seides possui nove ECCOS: Bugio, Jardim, Jardim Residencial, João Alves, Parque dos Faróis, Santa Gleide, Santa Maria, Santo Amaro e Simão Dias. Como três deles apresentam algumas limitações no espaço, o curso será direcionado à produção de mudas.

"Além das mudas, existem outras hortaliças que podem ser cultivadas em pequenos espaços, como baldes, bacias, garrafas pet ou outros formatos suspensos. No caso do ECCOS Japãozinho, onde teremos uma padaria-escola, cultivaremos produtos que possam ser usados na própria padaria", informou Mirsa, acrescentando que, a depender da produção de cada ECCOS, pode-se fazer uma feira para vender o excedente da produção a preços simbólicos para a comunidade.

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