Violência Sexual: Governo realiza oficina para técnicos da Atenção Básica de Estância

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realiza durante esta terça-feira, 12, no campus da Universidade Tiradentes (Unit), em Estância, um treinamento de sensibilização e implementação do programa ‘VIVA contínuo’, destinado aos técnicos da Atenção Básica. Com o tema ‘Oficina Violência: um assunto de todos’, a iniciativa tem o objetivo de orientar os profissionais sobre as questões da violência sexual, atendendo o que é estabelecido pela portaria Nº 2.488 do Ministério da Saúde e pela Política Nacional de Atenção Básica.

O curso é destinado aos agentes de saúde, médicos, enfermeiros e técnicos da Vigilância Epidemiológica. Segundo a técnica do Núcleo de Gestão em Linhas de Cuidados da SES, Patrícia Lima, a região de Estância demonstra uma sensibilidade maior que outras em relação às questões da violência.

“Dos 75 municípios, apenas 13 já realizam a notificação de casos de violência sexual. A região de Estância demonstra uma sensibilidade maior no atendimento às crianças, adolescentes, mulheres e idosos. Dos 10 municípios da região, quatro já fazem a notificação”, destaca.

A próxima capacitação será feita no próximo dia 21 de novembro, em Aracaju, para a região de Nossa Senhora do Socorro. Ainda de acordo com Patrícia Lima, a formação desses profissionais é fundamental para fortalecer o conceito de Saúde Ampliada na Atenção Básica.

“A missão de integralidade do Sistema Único de Saúde (SUS) significa acolher e cuidar. O profissional de saúde precisa ter a consciência da importância do atendimento às vítimas de violência, realizando a notificação dos casos. Para isso, o profissional também deve fazer a comunicação entre o Ministério Público, o Conselho Tutelar e a Polícia. Com a montagem do mapa da violência, através da notificação, é possível que façamos ações em locais específicos onde há uma incidência maior dos casos”, acrescenta.

Atendimento de referência

A Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) é o serviço de referência no Estado que garante a assistência às vítimas de Violência Sexual. O local oferece um atendimento individualizado às mulheres, idosos, crianças e adolescentes. Para isso, uma equipe multidisciplinar (composta por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais) atua de plantão com o intuito de oferecer o acolhimento necessário às vítimas que chegam acompanhadas dos familiares ou dos conselheiros tutelares.

Assim que recebem encaminhamento das delegacias da capital, do interior ou do Instituto Médico Legal (IML), os pacientes passam pelo consultório médico onde são solicitados exames laboratoriais que indicarão se a vítima contraiu alguma doença infecto-contagiosa.

Nos casos de violência aguda, ou seja, até 72 horas após o ato, é feita a profilaxia para evitar gravidez indesejada e Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), além dos exames laboratoriais. As vítimas que sofreram abusos em outros momentos também podem procurar a MNSL para buscar apoio psicológico e realizar exames e tratamentos relacionados às DSTs.