Unidade de Conservação do Governo recebe novos grupos de pesquisadores

A Unidade de Conservação da Natureza (UC), Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, criada em 2007 pelo Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, tem servido de laboratório de pesquisa e estudos para várias universidades do Brasil. Exemplo disso, na manhã dessa terça-feira, 9, alunos do curso de graduação em Ecologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) concluíram  as atividades de campo desenvolvidas na UC, iniciadas desde sexta-feira, dia 5 de julho.

Com equipamentos como paquímetro, trena, lupa e podão os 11 futuros ecólogos, juntamente com equipe de quatro professores, estiveram durante todo o feriado prolongado percorrendo a Unidade de Conservação a fim de colocarem em prática todo o conhecimento obtido na academia por meio das aulas teóricas. A UC do Junco, com área total aproximada de 766 hectares, está localizado no município de Capela, a 67 km da capital sergipana, e é um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica do Estado.

Presente na expedição da aula em campo, o especialista na área de Zoologia, professor Renato Gomes Farias, revela que o experimento é algo bastante singular para os estudantes da disciplina Ecologia de Campo, uma vez que já no 7º período, se aproximam do encerramento do curso com a oportunidade de conhecer de uma forma mais concreta a realidade pós-teoria, concebida em uma área de Mata Atlântica.

“Eles têm a oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido na teoria e experimentá-lo praticando. Por meio de dinâmicas de grupo e diversificada metodologia, eles observam a interação entre as espécies da fauna e a flora, bem quanto mesmo individualizado.  A pesquisa também foi feita no período noturno, podendo identificar animais e como eles se comportam à noite”, explicou o professor sobre as atividades desempenhadas durante as aulas práticas.

Segundo ele, a pesquisa produz resultados, podendo está apontando para diversidades de espécies que podem se prolongar na área pesquisada ou mesmo indicar a sua ausência. “Esses resultados de organismos são indicadores importantes para a biodiversidade da natureza. Embora direcionado para o meio acadêmico, os resultados obtidos na pesquisa transcendem, servindo para auxiliar planejamentos diversificados. A UC do Junco é uma área essencial para os pesquisadores e para a sociedade. É uma iniciativa muito bem tomada pelo Governo do Estado”, considerou o professor Renato Gomes.

“Já estive aqui no Junco em outro momento de pesquisa. Vejo o quanto a Unidade de Conservação contribui para a realização de estudos e pesquisas de diversas áreas afins, tão essenciais para a ciência. Durante a aula em campo, observamos a presença de Bambuzal. Mesmo sendo  uma espécie exótica, a espécie não tem influência sobre o recrutamento de plântulas, ou seja, do seu  primeiro estágio de desenvolvimento da planta. Com isso, diferente da observação do Plano de Manejo da UC, a espécie não aponta  problemas futuros para o Junco”, justificou  a aluna Rafaella Santana Santos, em sua análise sobre a flora local pesquisada.

Apoio logístico

“As instalações ofertadas pela Unidade de Conservação do Junco nos dá possibilidade de maior tempo na pesquisa. Aqui há alojamentos, sala de laboratório, sala para dinâmicas em grupo, biblioteca, cozinha, copa e banheiros. Essa estrutura faz com que o nível de pesquisa seja pleno, peça melhor possibilidade de  acomodação do pesquisador, estudante ou não. O interessante é que o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o SNUC,  traz a importância da criação das UC’s, mas a estrutura física das UC’s  não é citado”, afirma a aluna do 7º período de Ecologia, Jéssika Ferreira lima.

“Muito bom que nas UC’s de Sergipe tenham esse diferencial e que oferecem esse espaço por meio de parceria com as universidades. Tive a chance de vir aprimorar conhecimento e o momento foi ímpar pela prática trazer resultados surpreendentes,  bem diferente do que na teoria”, comentou satisfeita Jéssika.