Unicef divulga relatório sobre infância e adolescência no Brasil e no mundo
O objetivo agora é promover a igualdade de oportunidades. Crianças do sexo feminino, negras, indígenas e aquelas com necessidades especiais são discriminadas no Brasil. O relatório indica que elas têm mais risco de chegar à adolescência analfabetas.
Em comparação com crianças brancas, as negras têm metade da chance de freqüentar o Ensino Fundamental. Crianças indígenas têm sete vezes mais chances de chegar à adolescência analfabetas, quando comparadas com meninos de áreas urbanas. As crianças com deficiência, que constituem 10% do total, têm o quádruplo de chances de não serem alfabetizadas na adolescência, comparadas com as sem deficiência.
“São números assustadores que caracterizam uma falta de consciência. Pequenos atos discriminatórios precisam ser alterados, valorizando a diversidade de gêneros, etnia e necessidades especiais”, afirmou a representante do Unicef no Brasil, Sra. Reiko Niimi.
Num quadro global, a situação da criança no Brasil tem melhorado. Em dois anos, o país pulou da 89ª posição para a 93ª. Embora seja difícil caracterizar melhorias específicas, Reiko Niimi, acredita que o Brasil está no rumo certo. “O investimento feito no programa Saúde da Família e o investimento para dar acesso quase universal ao Ensino Fundamental são compromissos muito importantes feitos no Brasil”, disse.
O programa brasileiro Bolsa-Escola recebeu reconhecimento do Unicef durante a solenidade. Pela sua eficácia ao combate à exclusão, o programa está sendo levado para países africanos e latino-americanos. Para a representante do Unicef, a unificação dos programas sociais pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, com a criação do programa Bolsa-Família, significa uma evolução.
“Graças a essas conquistas, podemos pedir mais. O Brasil é capaz de fazer melhor, pelo nível socio-econômico do país. É possível preencher as lacunas que ainda existem para assegurar que o Estatuto da Criança e do Adolescente seja cumprido”, completou.
Até 2015, o Unicef pretende atingir oito metas. Entre elas, a erradicação da pobreza e da fome, a universalização do ensino básico, a igualdade entre homens e mulheres e o combate ao vírus HIV/Aids. A expectativa é de promover a igualdade entre todos e respeitar integralmente os direitos da criança e do adolescente.
Para a senadora e Coordenadora da Frente Parlamentar pelos Direitos da Infância e da Adolescência, Patrícia Saboya, presente ao evento, “toda criança tem direito de estar numa escola de qualidade, de correr de pé descalço, de não trabalhar antes dos 16 anos de idade, de construir uma vida digna e de ter esperança de um futuro bem melhor”.
Ela acha a legislação brasileira É uma das mais avançadas no mundo, mas faz uma ressalva.”É difícil tirar a lei do papel. O caminho é longo e árduo para dar aos 45% da população jovem que vive na pobreza uma vida digna”.
Fonte:Agência Brasil[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text] [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]