[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]Aracaju sediou, no dia 21, o 1° Seminário Nordeste de Práticas de Mediação de Leitura. O evento reuniu instituições do terceiro setor dos nove Estados nordestinos, que fizeram um verdadeiro intercâmbio de idéias, projetos e atividades de mediação e incentivo à leitura. O seminário foi realizado pelo Instituto Alexsandro Alcino e Instituto C&A de Desenvolvimento Social, através do Projeto Pequenos Poetas/Programa Prazer em Ler e contou ainda com o apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju), Sociedade Semear, Faculdade Atlântico e Editora Cortez.

Com o tema “Opção pela leitura, opção pela cidadania”, o evento foi dividido em mesas-redondas, sempre focando a formação do cidadão através da leitura, contando com a participação de diversas entidades de Sergipe e de outros Estados do Nordeste.

Uma das questões abordadas para a falta de incentivo à leitura foi a formação do professor. Segundo Ana Lúcia Menezes, professora e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Sergipe, o professor é mal formado e tem dificuldade de incentivar e estimular a leitura em sala de aula. “Devido às péssimas condições de trabalho, salário ruim e acúmulo de atividades, o próprio professor acaba sem tempo de ser um leitor. E, se você não é um bom leitor, não forma leitor”, afirmou

Já o promotor de Justiça de Sergipe, Alonso Gomes Campos Filho, acrescentou mais um ponto: a falta do exemplo dentro da própria casa. “O pai, quando chega em casa, vai ver TV. Os livros dentro de casa ficam nas prateleiras mais altas da estante, como se fosse algo proibido para a criança. Assim não tem como desenvolver o gosto pela leitura. Além do que, livro ainda é caro no Brasil”, disse o promotor.

Dois dos maiores escritores infanto-juvenis, Antônio Gil Neto e Edson Gabriel Garcia, participaram do evento lançando seus livros e explicam um pouco porque o brasileiro não gosta de ler. “Ler é um comportamento. Assim como você é educado para ter um comportamento social, um comportamento sexual, você também é educado a ler, a desenvolver o hábito da leitura. E o estímulo tem que partir de dentro de casa, da sala de aula. Mas a má formação do professor acaba prejudicando a formação de leitores. Você não pode simplesmente dar um livro à criança ou jogá-la numa biblioteca e sair correndo. Você tem que estimular, tem todo um processo de envolvimento, encantamento até se formar um leitor”, disse Antônio.

O preço do livro foi outra questão levantada. “O livro ainda é um pouco caro no Brasil e aponto três razões para isso. Duas de natureza econômica: a tiragem dos livros é pequena, o que encarece o preço final e o poder aquisitivo da população tem diminuído muito. Entre comprar comida e comprar um livro, lógico que o sujeito vai preferir colocar comida na mesa. A terceira razão é de natureza simbólica: o livro ainda não é valorizado no Brasil. As pessoas preferem pagar um passeio a comprar um livro. Muitas vezes, o livro, principalmente de literatura infanto-juvenil, é mais barato que o passeio”, disse Edson.

Edson é também um dos coordenadores do Programa Prazer em Ler, do Instituto C&A de Desenvolvimento. Ele explicou que o instituto, através deste programa, apóia diversas instituições que trabalhem a leitura no país inteiro com dois objetivos principais: formação de leitores e desenvolvimento do gosto pela leitura. “Nós trabalhamos com um tripé: espaço/acervo, a leitura precisa de lugares adequados, bem como de um acervo de boa qualidade; formação do educador; e os trabalhos de mediação, apresentando a leitura como algo a ser gostado”, explicou.

“O Instituto C&A não perde de vista a formação do cidadão, de direitos e deveres, através da leitura”, disse Salvador Pisciotti, voluntário do Instituto, que atua na área de operação das lojas C&A e se define como um facilitador e incentivador para o voluntariado. Ele explica que o Instituto C&A é independente das lojas, sendo mantido pelos acionistas, e que desenvolve uma série de trabalhos, como o projeto Bazar. Através deste projeto, as lojas doam mercadorias com pequenos defeitos ou pequenas avarias, que podem ser recuperado, para serem vendidas a preço simbólico pelas instituições parceiras.

Paulo Porto, do Instituto Alexsandro Alcino, falou com emoção da parceria com o Instituto C&A e sobre a história de sua instituição. Depois de perder dois filhos tragicamente, o casal Paulo e Teresinha Porto resolveu homenageá-los e montaram uma casa para amparar crianças órfãs. A instituição, que começou como um orfanato, há 20 anos, hoje, atende diretamente a mais de 420 crianças do bairro Santa Maria e adjacências, nos dois turnos do dia, oferecendo desde a educação infantil à 4ª série do ensino fundamental.

O projeto desenvolvido pela parceria dos institutos em Sergipe é o Pequenos Poetas, que se desdobra em diversas atividades de mediação e incentivo à leitura para a construção da cidadania, envolvendo crianças, familiares e a comunidade do Marivan, Prainha, Ponta da Asa , Morro do Avião, conjuntos Padre Pedro e Valadares, no bairro Santa Maria, além dos povoados Caipe Novo e Velho, já em São Cristóvão.

O 1° Seminário Nordeste de Práticas de Mediação de Leitura fez parte das comemorações de 20 anos do Instituto Alexsandro Alcino e de 15 anos do Instituto C&A de Desenvolvimento Social. “O evento foi extremamente proveitoso, tivemos uma boa resposta de todo o Nordeste, além de receber a grande notícia de que o Projeto Pequenos Poetas está concorrendo com mais dez projetos ao Prêmio Programa Prazer em Ler, na categoria nacional”, comemorou Edsalba, coordenadora do projeto. Para chegar à final nacional, o Projeto Pequenos Poetas foi o vencedor da etapa regional, disputando com mais de cem projetos da região Nordeste.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3”][vc_column_text]

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