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Fernanda Carvalho, repórter da ASN

As portas do Palácio-Museu Olímpio Campos permaneceram abertas ao público durante a madrugada desta terça-feira, 3, para a última despedida ao governador Marcelo Déda. Gente vinda de todo o estado se aglomerava na parte externa do palácio e pacientemente enfrentavam a numerosa fila que se formava, e não parava de crescer, para ter acesso ao corpo do governador. Todos queriam poder olhar pela última vez, chorar, dar adeus e agradecer ao chefe do executivo estadual.

Autoridades ou gente do povo, sem dúvidas, todos que ali estavam tinha algum tipo de gratidão por Déda, seja pelos exemplos que ele deixa ou pelas ações que realizou e que mudaram a cara de Sergipe e a vida de milhares de pessoas. Com certeza, em meio à multidão, se encontrava pelo menos um sertanejo que viu sua vida mudar com a Rodovia do Sertão, implantada por Déda. Antes da rodovia, a população do Sertão sergipano circulava em vias difíceis, perigosas e mal podiam escoar sua produção de leite, o povo é grato por isso ter mudado.

Com certeza, também se encontrava ali, misturados à multidão, muitos dos mais de 100 mil cidadãos que hoje podem ter a tranquilidade de possuir um emprego com carteira assinada, pois as políticas desenvolvidas pelo governo de Marcelo Déda e Jackson Barreto sempre se preocuparam com o pai e mãe de família que veem no trabalho com carteira assinada a esperança de levar uma vida digna, ou com o jovem que teve a oportunidade de obter seu primeiro emprego para assim poder sonhar com um futuro melhor.

Ali também estavam trabalhadores rurais que viram no incentivo ao pequeno produtor ou à agricultura familiar a chance de permanecer vivendo da terra e na sua terra querida; e alguns dos integrantes das mais de 216 mil famílias que o Governo de Sergipe ajudou a sair da extrema pobreza; como também, aqueles que se encantaram e se encantam com o Museu da Gente Sergipana ou beneficiadas com tantas das obras e ações do governo.

Mas ali também se encontravam pessoas a quem Déda abraçava na rua, porque gostava de gente e mais que isso, da sua gente. Pessoas em que em algum momento Déda foi até a residência, sentou no sofá, tomou um café e colheu depoimentos sobre a vida para que vendo e conhecendo a realidade do seu povo pudesse na sua cabeça estratégica traçar uma gestão governamental que realmente ajudasse a mudar para melhor a vida da gente que o elegeu.

Gente como a professora Marise Paixão, que sempre votou em Déda. “Fico aqui até a hora que for para vê-lo, porque eu amo ele. Essa coisa linda que você tá vendo aqui, sei que era o sonho dele e estamos realizando. Ele era um ídolo do povo, era humano, falava com o pobre. Ele era como puseram em algumas camisas: “um semeador de sorrisos”, que abraçava a todos independente de cor, origem, religião ou raça”, disse Marise.

Foram essas pessoas gratas ou apenas que o admiravam pelo homem público de caráter e fibra, que foram prestar sua última despedida ao governador e por que não dizer ao ídolo? Afinal é comum ver solenidades fúnebres de ídolos lotadas de gente. Ídolos são pessoas amadas, respeitadas, admiradas e isso Déda sempre foi por sua gente.

Na área interna da residência oficial do Governo do Estado, essas pessoas passaram pelas coroas de flores que forravam o chão do térreo do palácio e subiram a escada coberta por um tapete vermelho, por coincidência vermelho como a bandeira que Déda sempre levantou durante sua vida, que levava até a urna fúnebre por onde puderam passar e se despedir do seu governador.

Pessoas como a diarista Raimunda Sousa, que perdeu um dia de trabalho para se despedir do seu governador. “Todos que estão aqui amavam o nosso governador. Essa é uma homenagem real para alguém que vai deixar muita saudade e fazer falta, porque Déda trabalhava bem, era amigão e tinha um sorriso que ninguém vai esquecer”.

Mais honrarias

Pelo extenso número de pessoas, as visitas que se encerrariam às 12h tiveram que ser prolongadas. Ao meio dia a família do governador autorizou que a urna fosse levada para o calçadão em frente ao palácio, onde a multidão presente pôde cumprir suas últimas homenagens.

O nome de Déda não saia da boca do povo, que bradava o título de guerreiro. Músicas eram cantadas em sua homenagem. “Serei eternamente grata à população de Sergipe, por suas orações, pelo cuidado com a gente. Falo o tempo inteiro que Marcelo Déda não morreu, pois quando cada sergipano olhar para o céu e ver a estrela mais brilhante vai saber que é Marcelo Déda. Ele estará sempre presente com a gente. A gente não vai deixar nunca que a história de Marcelo Déda morra. Ele pode não está mais aqui, mas o legado dele ainda ajudará muita gente; novos políticos que se inspirarão nele para saber que é possível fazer política sem politicagem, de uma forma grandiosa pensando no povo e para o povo”, desabafou  a primeira-dama, comovida com a grandiosidade da homenagem popular a seu marido.

“Posso dizer, com minha experiência de vida, pública que o carinho do povo sergipano, do povo de Aracaju, com Marcelo Déda é de gratidão e isso não sai dos meus olhos. Nada mais gratifica na hora de dor do que esse sentimento de solidariedade do povo”, afirmou Jackson Barreto.

Para Jackson, o que foi visto no palácio e na Praça Fausto Cardoso ontem e nesta terça-feira,3, foi algo nunca visto na história do estado. “A beleza de homenagem que o povo sergipano prestou a Marcelo Déda aqui, em aglutinação. Para o povo sergipano fica sua passagem na vida privada e pública principalmente, porque esse foi o dom da sua vida. Ele dedicou sua vida inteira ao bem comum, ao bem da gente sergipana. Ficamos aqui com as saudades, a dor da sua ausência e, acima de tudo, a responsabilidade de conduzir o governo dentro daqueles princípios estabelecidos por ele: de competência, trabalho e honradez”, relatou.

Gisélia Varela, 49, ficou surpresa com a mobilização de todo o estado para o último adeus ao governador. “Eu vi que a cidade inteira parou para dar o último adeus a Déda, eu nunca tinha visto essa movimentação toda em Aracaju. Em cada esquina, as pessoas se aglomeraram para prestar a sua última homenagem. Eu acho que não vai ter outro político que movimente a cidade inteira como ele movimentou. Ele acabou ganhando ainda mais o respeito e a simpatia de todos”, disse Gisélia.

A autônoma Maria Aparecida atravessoou a ponte da Barra dos Coqueiros para despedir-se do chefe do Executivo. “Acho que nós, sergipanos, temos o dever de homenageá-lo. Marcelo Déda dedicou sua vida ao nosso estado. Ainda não acredito na despedida”, declarou.

O comerciante Adailton dos Santos veio de Lagarto com mais 15 pessoas. O grupo saiu do Centro-Sul na noite de ontem para render homenagens a Marcelo Déda. “Hoje é um dia histórico para Sergipe. Déda marcou uma geração de políticos e deixou sua marca no nosso estado”.

Saudade

Por volta das 15h, após as honras militares, o corpo do governador foi novamente colocado em cima do carro do Corpo de Bombeiros e seguiu até o aeroporto e de lá para Salvador, onde foi cremado, sob aplausos, assim como na sua chegada. O corpo se foi, mas ficam a saudade, as lembranças, o orgulho pelo sergipano Déda e, acima de tudo, os seus exemplos.

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