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Eles são menos de 3% da população sergipana e apenas 0,43% dos brasileiros, mas fazem questão de dizer que são índios e de manter viva as mais fortes raízes da cultura indígena. Nesse dia 19 de abril, os índios Xokó foram homenageados pelo Governo do Estado e receberam de presente o mobiliário que faltava na igreja secular, da Ilha de São Pedro, que fica no centro da aldeia dos Xokó, município de Porto da Folha.

A aldeia Xokó tem 95 hectares e fica a 186 quilômetros da capital na ilhota de São Pedro do rio São Francisco. Tem 400 índios que moram em casas de alvenaria, se comunicam por telefone celular, fazem faculdade e se locomovem por meio de motocicletas. Os cerca de 80 indiozinhos estudam em escola sediada na aldeia e que leva o nome de Dom José Brandão de Castro, um dos grandes incentivadores e apoiadores na luta dos índios.

Vestem-se de índio apenas nas festividades para saudar o branco e dançar o toré, ritual sagrado da tribo. Na quinta-feira, dia 19, se pintaram, colocaram seus cocares, resgataram do baú as maracás e as mulheres as saias de palha da costa para receberem os bancos, altar e ambão da igreja tombada pelo Governo do Estado, em janeiro de 1984.  O secretário-chefe da Casa Civil, Jorge Alberto, representou o governador Marcelo Déda no ato da entrega. O subsecretário de Estado do Patrimônio Histórico Cultural (SUBPAC), Luiz Alberto, também participou do ato.

Compromisso cumprido

“O governador Marcelo Déda não pôde comparecer, pois está em viagem à Brasília. Essas mobílias são o cumprimento de um compromisso estabelecido na inauguração da restauração desta Igreja e demonstra todo o esforço que o governo faz na preservação de sua história, memória e cultura”, disse Jorge Alberto. Ele ressaltou que, este governo é o que mais preserva a memória do Estado. “Restauramos grandes monumentos históricos, como o Palácio Olímpio Campos, antigo Atheneuzinho, esta igreja e conseguimos, ainda,  a chancela de patrimônio da Humanidade para a Praça São Francisco, em São Cristóvão”, complementou.

O subsecretário Luiz Alberto, velho conhecido dos índios Xokó, disse que aquele ato fecha um ciclo iniciado com o processo de restauração da igreja, conduzido de perto pela SUBPAC.  Ele agradeceu o apoio dos índios e de toda a equipe de governo na conclusão do trabalho. “Cada etapa que se chega é a conquista de muita gente. Hoje chegamos ao término de um ciclo que dependeu de um conjunto de pessoas e da relação de autoridades. Não poderíamos fazer nada sem o apoio imediato do secretário Jorge Alberto, do governador Marcelo Déda, do Banese e de toda a equipe SUBPAC. É uma cadeia, é o resultado dos esforços de todos, a começar pelos índios, em conquistar um só objetivo”, disse Luiz Alberto que  acompanha a história de luta e resistência dos Xokó desde a década de 80, quando a tribo ainda lutava pela conquista da fazenda Caiçara e Ilha São Pedro.

O representante da comunidade, o antigo cacique Apolônio, disse durante a solenidade que nunca havia visto a igreja tão bonita.  “Foi preciso um governador como Marcelo Déda e uma pessoa bem próxima a ele, como Luiz Alberto, para essa igreja ficar assim, tão bonita”, disse. O atual cacique “Bá”, falou emocionado. “Hoje o dia amanheceu chorando, mas foi um choro bonito de molhar a terra. Temos passado um tempo difícil com a falta de chuva e hoje choveu. É um dia bonito porque nossa igreja está enfeitada com os bancos e móveis que faltavam. Obrigado, Deus Tupã, obrigado governador e a todos vocês”, falou o jovem índio.

Educação patrimonial

Os índios puderam assistir após a entrega oficial dos móveis, uma representação histórica de música medieval e renascentista do grupo Renantique.  Os músicos abriram a temporada do projeto “Patrimônio em Concerto”, da SUBPAC com apoio da Sergás, na aldeia dos índios.  “Para nós do Renantique, é um momento histórico que cruza duas culturas tão fortes neste país. Estamos trazendo uma música da cultura colonizadora e invasora a terras indígenas”, disse o representante do grupo, o músico Emanuel Vasconcelos.

O Renantique, grupo de seis músicos independente formado há 16 anos, levou à Ilha de São Pedro um repertório específico de música ibérica do século XII e XVI e canções de trovadores medievais dos séculos XII e XIII.  “É muito bonito”, disse o índio Apolônio. “É magnífico”, reforçou uma professora de Porto da Folha que foi parte de uma comitiva levada pelo prefeito desse município, Manoel de Rosinha, para assistir a entrega do mobiliário e inauguração de um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), na ilha.

O CRAS vai funcionar com psicólogo, assistente social e pessoal de apoio formado pelos próprios índios. Uma índia, que está concluindo o curso de psicologia, vai ser responsável pelo atendimento na unidade inaugurada no ‘Dia do Índio’ pelo prefeito de Porto da Folha e pela primeira-dama, dona Rita.

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