Transparência e valorização marcam relações da Saúde com sindicatos

"Vamos implementar uma política para melhorar a vida dos servidores. O que estamos propondo é mais transparência com as despesas públicas". Com estas palavras, o secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho, deu o tom das negociações democráticas com os representantes de sindicatos da área da saúde e servidores do Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (HUSE) durante reunião que aconteceu na unidade no final da tarde desta sexta-feira, 16. 

"Estamos iniciando um processo de reconstrução. Não podemos resolver problemas de trinta anos da noite para o dia. Precisamos, antes de tudo, construir as regras e as bases para que os serviços de saúde possam evoluir daqui para frente e é isso o que estamos fazendo", disse o secretário, ao afirmar que a criação das Fundações Estatais aprovadas no final de 2007 pela Assembléia Legislativa será um grande instrumento para desprecarizar as relações trabalhistas entre o Estado e os servidores da Saúde.

Rogério Carvalho enfatizou que nenhum servidor será prejudicado, muito menos perseguido com a criação das Fundações de Saúde. "Com as fundações, os servidores continuarão sendo servidores do Estado cedidos à fundação, já devidamente gratificados pela SES. Ninguém será prejudicado, pelo contrário, implementaremos uma política que melhore a situação de cada servidor, uma política que valorize não o profissional de forma individual, mas o coletivo".

Investimentos

De acordo com Rogério Carvalho, passado o momento da epidemia de dengue, o próximo passo da gestão é a remodelação de toda rede hospitalar do Estado, incluindo a organização da estrutura física, bem como a renovação dos equipamentos de todos os hospitais que comporão a rede. Ele anunciou investimentos em 12 hospitais do Estado, incluindo municípios como Tobias Barreto, que há dez anos sofria com mau funcionamento da única unidade hospitalar da cidade, cujo comando será do Estado a partir de janeiro de 2009.

"São mais de 30 anos de atraso que nós temos que superar. Por muitos anos nenhuma unidade desta recebeu a devida melhoria de que necessitava para que os serviços ali gerados continuassem resolutivos e de qualidade", recordou o secretário. De acordo com ele, se há três anos o Estado tivesse testemunhado a mesma epidemia de dengue que testemunhou nesses últimos meses, Sergipe teria vivenciado uma grande catástrofe.

"Os hospitais do interior do Estado estavam todos praticamente fechados. Aracaju ainda não contava com ambos os Hospitais Municipais construídos pela Prefeitura durante a nossa gestão e o HUSE não contava com uma equipe de gestão bem definida e organizada como a que conta agora, equipe esta responsável pela cobertura dos atendimentos, que tiveram seu número mais que triplicado", disse Rogério Carvalho.

Segundo ele, nos próximos 20 meses o Estado irá investir algo em torno de R$ 25 milhões em obras e equipamentos para tornar o Hospital de Urgência de Sergipe uma referência para o Brasil. Ao todo, serão disponibilizados à população sergipana 220 leitos no HUSE, sendo 60 deles para unidades de terapia intensiva e semi-intensiva.

Compromisso

De acordo com a presidente do Sindicato de Enfermagem de Sergipe, Flávio Brasileiro, o encontro foi agendado para que as categorias pudessem discutir com o Governo do Estado sobre algumas pautas elaboradas em conjunto com representantes de cada sindicato da área da saúde. Entre os assuntos a serem debatidos destacaram-se a elaboração de um Plano de Cargos, Carreira e Vencimento (PCCV) para os servidores estaduais que atuam na saúde; esclarecimentos sobre as gratificações e jornadas de trabalho; criação das Fundações de Saúde e melhorias nas condições de trabalho.

Para ela, o secretário Rogério Carvalho esclareceu algumas dúvidas quanto às novas mudanças que a atual gestão vem implementando no SUS do Estado, como por exemplo, a criação das Fundações de Saúde. Flávia Brasileiro também destacou a atenção com que a Secretaria de Estado da Saúde tem acolhido as solicitações feitas pelos sindicatos. "Já houve ganhos consideráveis em relação a gestões anteriores no que diz respeito ao acesso ao debate com os gestores da Secretaria de Saúde", disse.

Para Rogério Carvalho, o encontro foi mais uma possibilidade de construção conjunta para melhoria dos serviços de saúde no Estado, tanto para a gestão como para os representantes de cada categoria. De acordo com ele, o governo do Estado sempre manteve em aberto as negociações com as categorias.

"Tenho absoluta certeza de que ambos defendemos a mesma coisa. Sei que o objeto de cada um de vocês é o mesmo que o meu. Sou militante da saúde pública desde os tempos em que fui estudante de medicina. O que todos nós queremos é um serviço de saúde pública descente e condições de trabalho dignas", disse Rogério Carvalho, dirigindo-se aos presidentes dos Sindicato dos Enfermeiros, Flávia Brasileiro, e do Sintasa, Augusto Couto. 

Além dos presidentes das duas entidades sindicais e de servidores da Saúde, também participaram da reunião a secretária adjunta de Estado da Saúde, Mônica Sampaio, e o diretor geral do HUSE, Josias Passos.