Trabalhos de Sergipe sobre DST/Aids e Sífilis são reconhecidos nacionalmente
Quatro trabalhos realizados por técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (SES) – um na área de vigilância epidemilógica e três relacionados à prevenção das DST/Aids – foram reconhecidos e deverão servir de modelo nacionalmente após apresentação durante o VIII Congresso da Sociedade Brasileira de DST, que aconteceu entre os dias 19 e 21 deste mês, no Centro de Convenções Estação, em Curitiba (PR). O evento teve como tema central “O Impacto das DSTs na Mulher” e contou com a participação de profissionais de saúde de todo o Brasil.
Três dos trabalhos foram apresentados pela gerência estadual do Programa de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) da SES. Outro na área de vigilância epidemiológica foi apresentado por duas profissionais de enfermagem da SES, relatando a investigação sobre os casos de Sífilis Congênita notificados em Sergipe. Esse trabalho vem subsidiando a SES na definição de ações que serão contempladas pelo Plano Estadual de Eliminação da Sífilis Congênita no Estado.
Diagnóstico tardio
Três dos trabalhos foram apresentados pelo médico Almir Santana, gerente estadual do Programa de Controle de DST/Aids da SES. O primeiro está relacionado à campanha voltada para os médicos sergipanos e anunciada no ano passado com o objetivo de garantir o diagnóstico precoce do vírus HIV – transmissor da Aids. “Percebemos que o diagnóstico da Aids em Sergipe vem sendo feito muito tardiamente, e isso compromete a qualidade de vida das pessoas que vivem com a doença”, explica.
Prova disso, segundo ainda Almir Santana, é que muitas vezes, logo após o paciente ser diagnosticado com a doença acaba falecendo. “Quando os sintomas se manifestam é porque o diagnóstico já é tardio”, justifica. De acordo com o gerente do Programa Estadual de DST/Aids da SES, os profissionais de saúde devem ficar atentos para os primeiros sinais da Aids.
“Às vezes, o paciente apresenta alguns sintomas compatíveis com a Aids, como diarréia durante dois a três meses e perda de peso sem uma causa justificada. O médico investiga todas as possibilidades, mas não pensa na Aids”, alerta.
Ele acrescentou que “no Nordeste, e não apenas em Sergipe, muitos pacientes estão sendo diagnosticados com Aids nos hospitais de urgência, e não na rede de Atenção Básica, como deveria ocorrer”. De acordo ainda com Almir Santana, a campanha tem por objetivo fazer com que os médicos pensem mais na Aids e solicitem o teste para diagnóstico do HIV. “Isso porque os sintomas, em média, começam a se manifestar entre cinco a oito anos após a pessoa ser infectada”, salientou.
Mitos e verdades
O terceiro trabalho apresentado por Almir Santana foi o kit da campanha “Mitos e Verdades sobre a Aids” , realizada pela Gerência do Programa Estadual de Controle de DST conjuntamente com a Diretoria de Comunicação da SES e lançada em fevereiro deste ano. O médico mostrou o material – composto da Agenda Anual de Prevenção e um vídeo educativo -, para que possa ser reproduzido e levado também à população dos demais estados brasileiros, com distribuição em escolas, associações de bairros e moradores, etc.
A Agenda Anual de Prevenção surpreendeu a maioria dos participantes do evento. “Descobrimos uma forma de trabalhar o tema Aids durante o ano inteiro, e não somente no Carnaval ou no 1º de Dezembro (Dia Mundial de Luta contra a Aids)”, disse o médico. Segundo ele, foi mostrado aos congressistas que o assunto também pode ser abordado e divulgado na mídia em outras datas.
Segundo ele, a ideia da Agenda Anual de Prevenção, elogiada pelo próprio Ministério da Saúde (MS), é realizar as campanhas educativas e de conscientização durante 14 datas distintas durante o ano. “Sugerimos datas como 5 de junho, dia da descoberta dos três primeiros casos de Aids no mundo, ocorrida em 1981 e que agora está completando 30 anos; o Dia dos Pais, para reforçar a prevenção durante o pré-natal das gestantes; e o Dia do Sexo, lembrado em 6 de setembro, quando seriam feitas abordagens sobre sexo seguro”, exemplificou.
Além de indicar pelas datas formas de trabalhar o tema DST/Aids durante o ano inteiro, a agenda traz um mito e uma verdade por mês, acompanhados de ilustrações bem-humoradas. ”É importante para o trabalho de prevenção desmistificar os mitos relacionados à Aids”, justifica Almir Santana.
Segundo ele, o mito mais comum passa a ideia de que “usar camisinha é o mesmo que chupar bala com papel, induzindo as pessoas a pensarem que não há prazer na relação sexual com preservativo”. Outro mito muito comum, acrescenta, está associado à aparência das pessoas. “Se o parceiro ou parceiro se veste bem, é bonito ou bonita, então é limpinho e não há riscos”, frisou. O médico disse que o kit apresentado no evento chamou atenção porque de “forma criativa foge à tradicional palestra, através do uso de imagens divertidas” para combater esses mitos.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Trabalhos de Sergipe sobre DST/Aids e Sífilis são reconhecidos nacionalmente – Foto: Arquivo pessoal