Técnicos e agricultores da Paraíba participam de intercâmbio sobre agricultura orgânica
Um intercâmbio se caracteriza por proporcionar a troca de experiências com vista na construção de novos aprendizados, e nesse aspecto do conhecimento vão se estabelecendo paradigmas que visam a formação qualificada dos envolvidos para o pleno desenvolvimento da sociedade. Com base nessa perspectiva a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) promoveu, nos dias 8 e 9 deste mês, no município de Ribeirópolis, um Intercâmbio Técnico Interestadual sobre Agricultura Orgânica que contou com a participação de nove técnicos e 11 produtores rurais da cidade de Campina Grande, na Paraíba.
A proposta do intercâmbio foi de iniciativa do Sebrae da Paraíba, onde o grupo presta assistência técnica para o desenvolvimento do Projeto de Produção Agroecológica Integrado Sustentável (Pais), após terem lido uma matéria veiculada no site da Emdagro, edição do dia 29/08/2012, com o título “Agricultores de OCS´s participam de intercâmbio em Ribeirópolis”, a qual mostrou as experiências desenvolvidas pela Organização de Controle Social (OCS´s) de Ribeirópolis na produção agrícola na linha agroecológica. A matéria chamou a atenção do grupo, sobretudo pela organização dos agricultores familiares em cooperativas e associações.
O grupo foi recepcionado na sede do sindicato dos Produtores Rurais pela equipe do escritório local da Emdagro em Ribeirópolis, onde, nas presenças do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Antônio de Souza Barreto, do secretário municipal de agricultura Valdir Passos, da prefeita Uita Barreto, de duas representantes da Organização Alemã GIZ e técnicos e articuladores do escritório central da Emdagro, recebeu as boas vindas da gestora Heloísa Maria de Jesus. Em seguida, foi passada a palavra aos técnicos Mário Caíres e Adalberto Sena que detalharam sobre os aspectos do sistema agroecológico voltados para a Segurança Alimentar e o escoamento da produção em nível de mercado, sua produção, custo benefício e comercialização, bem como sobre o processo de organização dos agricultores em associações (OCS´s).
A programação se desenvolveu durante todo o dia com as visitas técnicas em algumas propriedades dos agricultores familiares das comunidades Mocambo, Sebastião e Sítio Velho, todos em Ribeirópolis. Já na sexta, o grupo conheceu as propriedades da presidente da OCS do Território do Agreste Central, Elida Rosa Ferreira, na comunidade Alto Velho, município de Areia Branca, e do presidente da Associação dos Produtores Orgânicos de do Agreste (Aspoagre), Manoel Messias, em Itabaiana. Na primeira propriedade, técnicos e agricultores participaram de uma abordagem sobre os principais aspectos da OCS, seu sistema de produção de hortaliças, raízes e tubérculo, seus custos benefícios e sua forma de comercialização. Na segunda, eles conheceram os métodos de certificação por auditoria e o sistema de produção da daquela associação. Ao final do dia, o grupo visitou ainda a feira da agricultura familiar de produtos orgânicos do Agreste Central, em Itabaiana.
Para o engenheiro agrônomo e responsável pelo projeto ‘Pais’, do Sebrae, Renato Albuquerque, as experiências vivenciadas pelos agricultores familiares sergipanos na produção orgânica chamou a atenção por sua organização. “Tudo aconteceu quando eu li uma matéria que foi divulgada no site da Emdagro sobre esse grupo de produtores orgânicos em Ribeirópolis, que me chamou muito a atenção pela forma de como eles vem tratando essa questão da agroecologia e sua organização em associações”, frisou, acrescentando que atrelado a isso, outro ponto importante da vinda do grupo foi o de conhecer o trabalho desenvolvido pela Emdagro nessa área.
Segundo ele, a experiência de ter vindo a Sergipe foi muito gratificante. “Faço uma avaliação muito produtiva, muito proveitosa a nossa vinda a Sergipe, onde a gente viu a interação entre agricultores e técnicos, porque essa interação aumenta o conhecimento de todos nós. Parabenizo aqui todo o pessoal da Emdagro, os agricultores envolvidos pela realização do intercâmbio e dizer que o caminho é esse a trilha pela agricultura orgânica, pela agroecologia é complicada, é árdua, mas o sucesso é certo”.
Questionado, Renato descreveu que suas expectativas foram alcançadas. “Com o que vi nesse intercâmbio não tive dúvidas que todas as minhas expectativas foram superadas, e aproveito para reforçar que o que mais chamou minha atenção foi a organização dos agricultores em suas propriedades e, ainda mais, a disponibilidade de água que eles tem para implantar sua irrigação”, finalizou.
Para o agricultor familiar, Antônio Rodrigues de Araújo, da comunidade Lagoa Seca, na Paraíba, a troca de experiências foi muito gratificante. “Eu trouxe um bocado de coisa para mostrar aos agricultores daqui e estou levando muitas outras para a minha propriedade, uma delas é a produção da batata doce, que aqui em Sergipe eles produzem de forma interessante”, contou.
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