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Os técnicos agrícolas da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que atuam no Perímetro Irrigado Piauí (Pepia), fizeram um desafio ao distribuidor de sementes, o qual tinha proposto a inserção de uma recém lançada variedade de pepino híbrido, a Darlington, nos cultivares dos irrigantes atendidos pela Empresa em Lagarto. O resultado bem sucedido do experimento foi mostrado aos agricultores em dia de campo, realizado na última quinta-feira, 2, em um dos lotes do Pepia.

Cerca de 40 dias antes, o lote do irrigante Lucivaldo dos Santos Nascimento, no povoado Tapera do Saco, recebeu o experimento coordenado pelo técnico agrícola da Cohidro, Tito Reis. Foram plantadas 50 mudas em canteiro preparado somente com adubação de esterco de gado, no lote do irrigante Lucivaldo, no povoado Tapera do Saco. Outro canteiro foi preparado há duas semanas, também com os mesmos procedimentos do primeiro, com a diferença de que neste iriam aplicar defensivos químicos para o controle de pragas.

“No primeiro canteiro, o de 40 dias, foi somente aplicado uma pulverização utilizando ‘extrato de nim’, um inseticida natural e bastante conhecido. A intenção do experimento era testar a nova variedade de pepino expondo-a aos tratos mais rudimentares possíveis e com insumos acessíveis aos nossos irrigantes”, explicou o técnico Tito, acrescentando que a variedade começa a produzir aos 30 dias após o plantio e sua florada constante, a mantém com produtividade, em escala comercial, de até 90 dias de duração.

Lucivaldo dos Santos conta que o resultado obtido foi tão positivo que nem pretende mudar o manejo de cultivo da outra área plantada. “Inicialmente, neste canteiro plantado depois, era para usarmos inseticidas químicos, para fazermos uma comparação dos dois métodos: o agroecológico, usado no primeiro campo e o convencional. O primeiro se saiu tão bem que nem pretendo mais usar o veneno”, revelou o irrigante que deseja investir na produção do pepino, depois de ter acompanhado de perto a produtividade desta nova variedade.

“A variedade compensa, pois não tem muito gasto, só esterco e pulverização com produtos naturais, nem preciso de produtos químicos”, justificou Lucivaldo, que foi convencido por optar pelos tratos culturais sem uso de defensivos químicos depois da consultoria do engenheiro agrônomo Remi Bastos, da Cohidro, que o orientou, durante o dia de campo, a manter o mesmo modelo de manejo usado no primeiro campo, pois o veneno aplicado em um canteiro interfere nos demais.

“É uma variedade que promete, é grande no tamanho, pouca semente e resistente a algumas doenças. As pragas do pepino, aqui na região são o ‘pulgão’, a vaquinha e a mosca branca, que inicialmente não atacaram o experimento do técnico Tito. Mas é importante o agricultor observar que o pepino pertence à mesma família de outros vegetais, como a abóbora, a melancia e o maxixe, ele não deve plantar o pepino junto dessas culturas, principalmente no final do período produtivo da já plantada, pois isso pode quebrar a resistência das plantas ao ataque de pragas”, orientou Remi Bastos.

O também engenheiro agrônomo Mário Giovani, representante do fabricante da semente do novo pepino em Sergipe e Alagoas, conta que é uma variedade que ainda irá entrar no mercado local e apostou no seu produto em Lagarto, na intenção de no próximo ano os irrigantes do Perímetro terem interesse em investir suas plantações irrigadas na variedade, ciente da vocação do município tanto para hortaliças quanto ao cultivo livre de agrotóxicos.

“Estou propondo um produto aos agricultores de Lagarto, que já foi implantado em Pernambuco, sede de nossa empresa. Nossa proposta é oferecer novas variedades e tipos de cultivares aos irrigantes, de forma que eles possam diversificar os produtos oferecidos, alcançando novos mercados e clientes a estes alimentos”, expôs o agrônomo Mário, revelando que em breve pretende trazer variedades inéditas, na região, de hortaliças como o brócolis, a couve-flor e a abobrinha, para novos experimentos.

Também irrigante pela Cohidro no povoado Tapera do Saco, Raimundo Antônio de Carvalho, se diz satisfeito com o que viu na demonstração feita. “Pretendo procurar esta semente. O tamanho do pepino e a beleza do produto me chamaram a atenção”, conta o agricultor presente no dia de campo promovido pelo Pepia, que ainda teve a presença de representantes de entidades de auxilio ao homem do campo, como Cristiano Santana da Cruz, coordenador no programa Agroamigo do Banco no Nordeste (BNB) de Lagarto, que demonstrou satisfação no interesse dos produtores pelos cultivos sem agrotóxicos.

“Quando a gente vê que o produtor está se preocupando com a qualidade final do produto, sabemos que melhores alimentos vão chegar à mesa da população”, comentou o técnico do BNB no evento, que também teve a presença do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lagarto, Ginaldo Correia, confiante nas ações desenvolvidas pela Pepia. “É a Cohidro se preocupando com a qualidade do produto e principalmente com a redução do veneno, que tem causado muitas entradas no auxílio doença no Sindicato, devido à contaminação na aplicação dos agrotóxicos”, alertou.

O secretário de Agricultura de Lagarto, Antônio Reis, também participou do dia de campo. Segundo ele, é meta da atual administração municipal investir numa agricultura familiar que opte pela produção orgânica e sustentável. “Isso aqui é uma oportunidade onde está sendo aplicado este ideal, de uma produção orgânica, sem venenos, para evitarmos a contaminação destes alimentos, que fazem até com que as pessoas que consomem adoeçam”, afirmou.

Gerente do Pepia, Gilvanete Teixeira conta que a proposta do técnico Tito Reis foi bastante proveitosa para que os agricultores pudessem ter acesso a esta novidade e assim incrementar seus cultivos. “Dei total apoio ao experimento, dispondo o nosso técnico agrícola para acompanhar de perto a experiência oferecida pela empresa de sementes. Não nos arrependemos, pois o produto é bonito, de ótimo sabor e agradou, visivelmente, a todos os agricultores que vieram assistir a demonstração”, comentou.

Mardoqueu Bodano, presidente da Cohidro, vê de forma positiva as parcerias público-privadas que a Companhia participa, desde que o objetivo final seja o benefício do agricultor atendido pela empresa. “É missão da Cohidro, além de fornecer água à irrigação, propor novidades e alternativas que acrescentem qualidade às suas lavouras, acompanhadas da assistência técnica sempre presente e levando a ciência agrícola ao campo, em prol de uma produtividade lucrativa ao trabalhador rural, porém, consciente”, concluiu.

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