Sociedade pode ajudar no enfrentamento ao turismo com finalidade sexual
O enfrentamento ao turismo com motivação sexual é um problema complexo que requer a participação de todos, Assim como as outras formas de exploração sexual infanto-juvenil. Em Sergipe, não encontramos este tipo de exploração de forma expressiva com em outros estados, mesmo assim, o turismo com finalidade sexual continua sendo amplamente combatido através do Comitê Estadual pelo Enfrentamento à Violência Sexual das Crianças e Adolescente na e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMCA).
Para o Ministério do Turismo (Mtur), com a realização da Copa do Mundo de 2014, estima-se que o fluxo de visitantes aumente 25%. Já para as Olimpíadas de 2016, há uma expectativa de crescimento de até 16%. Como existe a possibilidade que esse fluxo turístico também possa ocorrer com finalidades sexuais, o Mtur elaborou uma cartilha de Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescente no Turismo, onde direcionará ações no combate a exploração.
Segundo a assistente social e gerente de divulgação turística da Empresa Sergipana de Turismo (Emsetur), Maria de Lourdes Moreira no Brasil, a exploração sexual de crianças e adolescentes ocorre principalmente na região nordeste, “nas regiões de praia, nas fronteiras estaduais e internacionais e em áreas com intenso movimento de pessoas, como nas grandes capitais”, explica.
Por conta disso que o Mistério do Turismo realiza o Programa Turismo Sustentável e Infância, tendo como principal objetivo do programa o trabalho na prevenção e o enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes nos equipamentos turísticos e ao mesmo tempo desenvolver, através da atividade turística, proteção ao meio ambiente, redução da pobreza e desigualdades regionais, por meio da criação de empregos e geração de renda. “O Plano é fruto do consenso de todos os segmentos turísticos envolvidos no objetivo comum de transformar a atividade em um importante mecanismo de melhoria do Brasil e fazer do turismo um importante indutor da inclusão social. Uma inclusão que pode ser alcançada por duas vias, a da produção, por meio da criação de novos postos de trabalho, ocupação e renda, e a do consumo, com a absorção de novos turistas no mercado interno”, ressalta Maria de Lourdes.
A exploração sexual e tráfico de crianças e adolescentes são crimes, e a lei brasileira não apenas penaliza somente quem pratica, mas também quem facilita ou age como intermediário. Segundo a assistente social, é inaceitável que os equipamentos do turismo (hotéis, bares, clubes noturnos, e outros) sejam utilizados por pessoas dispostas a explorar sexualmente crianças e adolescentes. “É importante a participação da sociedade para coibir este crime para que possamos contribuir com as questões de garantia de direitos e de prevenção, que são da responsabilidade do setor turístico”.
De acordo com Maria de Lourdes, os agentes do setor (empresas, órgãos de governo, profissionais, associações, organizações não-governamentais e comunidade) devem atuar como agentes de proteção de crianças e adolescentes, especialmente vítimas da exploração sexual do turismo. “É preciso também que o trade turístico (empresas e pessoas que fazem parte do setor de turismo) se comprometa e tome medidas concretas para evitar essa violência”, espera.
- Sociedade pode ajudar no enfrentamento ao turismo com finalidade sexual – Imagem/Divulgação