Setor privado sergipano conhece e opina sobre PDP do Estado

Após quatro meses de discussões que envolveram governo estadual, Federação das Indústrias de Sergipe e diversas instituições locais e nacionais, nesta terça-feira, dia 23, foi a vez do setor privado conhecer as demandas propostas na Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) para os próximos quatro anos. A apresentação foi feita durante oficina de trabalho realizada no Quality Hotel, sob a coordenação da Rede Nacional de Agentes de Política Industrial (Renapi), órgão da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), responsável por orientar os Estados na construção da PDP.

Responsável pela abertura dos trabalhos e representando o secretário do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Zeca da Silva, o presidente da Codise, Décio Portella, agradeceu a participação das instituições no processo de construção da PDP. “Esse documento representa um plano plural e está sendo elaborado com base em várias opiniões, a fim de contemplar as demandas dos setores prioritários e por isso a necessidade de ouvir todas as partes envolvidas, dessa feita os empresários locais”, observou.

“Esse instrumento pode ser observado como uma forma de integração entre a política industrial com o que queremos chamar de Sistema de Planejamento do Estado, nesse ano em que teremos a construção do Plano Plurianual”, ressaltou o secretário de Estado do Planejamento, Oliveira Júnior, que prestigiou o evento, acompanhado pelo secretário de Estado do Meio Ambiente, Genival Nunes. De acordo com Oliveira, com essa iniciativa o Estado está ajudando o setor produtivo a gerar mais renda. “Temos que aplaudir a iniciativa e nos somar para o sucesso dessa política que tem como principal ação o foco participativo”, enfatizou o secretário de Planejamento.

Antes de abrir o espaço para as observações dos empresários presentes ao evento, o coordenador da Renapi, Paulo Lacerda, explicou todo o processo de construção da PDP realizado em Sergipe ao longo dos últimos quatro meses, observando que, após a validação final nessa reunião, o documento será encaminhado para aprovação do Conselho de Desenvolvimento Industrial (CDI). Além da Sedetec, técnicos da Codise, Fapitec, SergipeTec, Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Federação das Indústrias de Sergipe (Fies), Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan) participaram das discussões.  .

Discussão com a sociedade

Com as discussões abertas após a apresentação inicial, diversos representantes de empresas privadas e de órgãos públicos iniciaram participações sugerindo incrementos em diversos pontos do documento que compõe a PDP. E essa iniciativa, na opinião do superintendente da Infraero em Sergipe, Luiz Alberto Bittencourt, é de suma importância. “A sociedade sergipana pode conhecer as estratégias dos próximos quatro anos ligadas às ações do governo para o fomento da indústria. Tanto o setor público como o privado podem falar a mesma língua, expressando o mesmo objetivo, que é o crescimento”, frisou Bittencourt.

Uma das empresas sergipanas presentes na apresentação da PDP, o Grupo Maratá contribuiu durante o debate levantando, dentre outras, questões referentes ao transporte de carga em Sergipe. “O propósito do Governo e das instituições envolvidas em debater claramente os temas do setor produtivo, estratificadas em ações e metas, é válido porque define qual ação vai ser feita e quem vai realizá-la. Ao discutir entre os setores público e privado, que possuem interfaces no processo produtivo, chega-se, por exemplo, a pontos que têm que ser debatidos na área de transporte, por exemplo”, explicou o diretor de novos negócios do Maratá, Carlos Borges.

De acordo com Paulo Lacerda, Sergipe saiu na frente em relação aos demais estados da região, no sentido de elaborar uma política organizada e alinhada com suas próprias demandas, para servir de diretriz às ações que buscam o desenvolvimento produtivo local. “Sergipe será o primeiro estado do Nordeste e quem sabe até do país a colocar em prática sua Política de Desenvolvimento Produtivo, seguido apenas por Minas Gerais e Paraná”, observou o coordenador dos trabalhos, ao enfatizar que a política elaborada para o estado segue os mesmos moldes da PDP nacional e está alinhada com outros programas federais, a exemplo do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional).

Entre os desafios apontados na construção da PDP de Sergipe estão o de ampliar o nível de investimento produtivo, a oferta de mão-de-obra qualificada, elevar as exportações da estrutura produtiva e fortalecer as micro e pequenas empresas sergipanas. “Tivemos todo o cuidado de deixar que o conteúdo seja elaborado exclusivamente pelos atores locais, ficando sob nossa responsabilidade somente a coordenação dos trabalhos, mas além da elaboração dessa política, sua execução será acompanhada de perto por nós da ABDI”, enfatizou Paulo Lacerda.