Servidores destacam melhorias durante aniversário do Huse

Ainda recém-formado, o médico José Fernandes prestou concurso para o hospital público que estava sendo inaugurado em Sergipe. Depois de duas décadas e meia, o médico celebrou o aniversário do maior hospital do estado, o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), lembrando dos diversos avanços pelos quais a unidade passou. O início das comemorações aconteceu na última segunda-feira, 7.

O médico, que hoje trabalha na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), acompanhou diversos processos de melhorias. “Quando o hospital começou, a estrutura era bem menor. Eu, como meus companheiros do primeiro concurso, vi todos os processos de melhoria, como criação de Unidade de Queimados, criação do centro de trauma, e o novo Pronto Socorro”, elencou.

Segundo José Fernandes, é um orgulho para os servidores trabalhar no hospital. “Sinto orgulho de trabalhar aqui, foi meu primeiro emprego. Aqui é minha casa e é aqui que salvamos vidas”, destacou.

José Américo, técnico de laboratório, também lembra as várias mudanças. “Mudou muito. Tudo aqui era manual, hoje é tudo é informatizado. Hoje, o hospital tem tomografia, Oncologia, coisas que não tinha. Já escutei gente dizer que isso aqui é bico. Para mim não é. Aqui é o meu trabalho”, disse o técnico que também está há 25 anos na unidade.

Avanços

Somente em 2010, o Huse realizou 157.964 atendimentos. Para garantir esse atendimento, o Governo do Estado fez diversos investimentos na unidade. Uma delas é o novo Pronto-Socorro. Inaugurado em 16 de dezembro de 2010, o novo PS possui uma área de quase 3.500 m², onde foram investidos R$22 milhões.

Para equipar o novo espaço, o Governo de Sergipe investiu mais R$ 2.706.300,26 em aparelhos de alta tecnologia e mobiliário. São respiradores, monitores multiparamétricos, desfibriladores, carros de emergência, aparelhos de raio-X, além de macas, cadeiras de rodas e colchões.

“O Huse cresceu em espaço físico e em organização do trabalho. O investimento feito pelo governador Marcelo Déda, em consequência da reforma sanitária, mudou o perfil do Huse. Apesar de ser um hospital voltado para urgência e emergência, ele não possuía uma capacidade instalada suficiente para dar conta das necessidades. Hoje, nós temos 60 novos leitos de UTI implantados no Huse, tanto na pediatria quanto adulto. São leitos que estão equipados com alta tecnológica”, destacou o secretário de Estado de Saúde, Antonio Carlos Guimarães, que participou da comemoração do aniversário do hospital.

Além disso, o Hospital de Urgência também vai receber uma nova unidade pediátrica. A partir de um investimento de R$ 275 mil, em uma área de 1300 m², o novo setor pediátrico contará com 53 leitos de internamento e dez de UTI. Além disso, a urgência e emergência terão 30 leitos azuis, 15 verdes, 10 amarelos e três vermelhos.

Novo modelo

O Huse adotou, em 2007, o modelo de Acolhimento com Classificação de Risco – preconizado pelo Ministério da Saúde. “A classificação de risco é um dos passos para que os pacientes sejam melhor atendidos. Priorizamos o atendimento do paciente em estado mais grave, não do que chegou primeiro. Com isso, damos atenção ao paciente que mais precisa e o resultado é uma sobrevida maior”, explicou José Edvaldo do Santos, diretor operacional da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS).

Outra metodologia adotada foi o modelo de horizontalidade. “O pessoal foi redimensionado. Temos médicos horizontais que, junto com uma equipe multidisciplinar, fazem uma proposta terapêutica para cada doente que fica sob a sua responsabilidade. Eles ficam responsáveis pelo paciente desde a chegada até a sua alta. Isso é uma coisa que não tem preço. Isso não custa milhões, é o compromisso que a equipe assume continuamente com o usuário no SUS”, reiterou o secretário de Saúde.

Equipe

No início, em 1987, a equipe do Huse era composta por cerca de 500 profissionais, Hoje, o maior hospital público de Sergipe possui em seu quadro funcional aproximadamente de 3,2 mil funcionários, dos quais 1.722 estatutários e 1.512 celetistas contratados por meio de concurso público após a implantação da Fundação Hospitalar de Saúde.

O diretor-geral da FHS, Emanuel Messias, destacou o papel dos servidores na construção do hospital. “Sabemos que se não tivermos uma equipe que acredita e que veste a camisa do hospital, não adianta fazermos altos investimentos. Nós acreditamos na equipe que compõe o Huse. Sabemos que o servidor é a peça mais importante de toda essa engrenagem”, disse Emanuel.

A enfermeira Maria Natividade está no quadro do hospital desde a sua inauguração. Ela faz questão de salientar a participação do servidor no processo de construção do hospital.  “Nós, servidores, conseguimos fazer uma interação entre o passado e o presente. Trabalhar aqui é como se fosse algo sagrado. Em nós, tem que existir o amor pelo outro. Acredito que é possível fazermos ainda melhor. Somos incansáveis nessa luta porque acreditamos que fazer saúde com responsabilidade não é depender de um dirigente, mas de um colegiado”.