Sergipe reduz internações de idosos por queda

Edivaldo Carlos Santos, 72 anos, é morador do município de Gararu e está internado na Ala C do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), após um acidente doméstico. “Escorreguei em casa, tive um corte no joelho que ficou muito inchado. Como tenho diabetes, meu problema complicou um pouco”, contou o aposentado.

Dados do Ministério da Saúde informam que assim como o senhor Edivaldo, outros 235 idosos foram internados em Sergipe vítimas de queda entre os meses de janeiro e maio de 2012. No Brasil, país em que a população está envelhecendo cada vez mais, é preciso reforçar os cuidados necessários para evitar esses transtornos, que podem levar ao óbito.

De acordo com o coordenador de ortopedia do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), Daniel Bispo, a falta de equilíbrio, resultado da junção do sobrepeso e de uma musculatura enfraquecida é a principal causa das quedas. Aliados a essa causa, os idosos também são mais propensos à osteoporose, uma doença que enfraquece os ossos e aumenta o risco de fraturas espontâneas.

“As medicações ajudam a controlar a osteoporose mas, para prevenir as quedas, é preciso cuidar de três aspectos: um ambiente físico propício, sem objetos que possam impedir a caminhada,  o controle do peso através de uma alimentação saudável e a realização de atividades físicas diárias, como academia e musculação, que vão fortalecer a musculatura”, explicou o médico.

Em Sergipe, a Secretaria Estadual da Saúde (SES), realiza ações de apoio institucional às unidades básicas de saúde (UBS) e equipes de Saúde da Família (ESF) dos municípios promove, através do núcleo de gestão de linhas de cuidado (NUGELC), ações de educação permanente e acompanha esses indicadores.

“São enormes os desafios a serem enfrentados na atenção à pessoa idosa. Cabe ao NUGELC estabelecer a linha de cuidado da pessoa idosa, implantando protocolos de atendimento, fluxo de exames de rotina e complementares, aumento da oferta de exames específicos e atendimento” explicou Stella Maria Gouvêa, responsável pela área técnica de doenças crônicas não transmissíveis.

Dados

De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS), cerca de 30% das pessoas idosas caem a cada ano. Essa taxa aumenta para 40% entre os idosos com mais de 80 anos e 50% entre os que residem em Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI). As mulheres tendem a cair mais que os homens até os 75 anos de idade, mas a partir dessa idade as frequências se igualam.

Cerca de 2,5% das pessoas idosas que caem necessitam hospitalização e, desses, apenas metade sobrevive após um ano. “É preciso um esforço coletivo para que, apesar das limitações que possam ocorrer, essa parcela da população possa redescobrir possibilidades de viver com a máxima qualidade possível, que aumenta quando a sociedade considera o contexto familiar e social e consegue reconhecer as potencialidades e o valor das pessoas idosas”, finalizou a responsável.

Quedas

Em Sergipe, de acordo com o Sistema de Informação Hospitalar (SIH), as taxas de Internação por fraturas de fêmur na população acima de 60 anos vem se mantendo estáveis desde 2009, com uma média de 16,8 internações para cada 10 mil idosos nos municípios com mais de 100.000 habitantes (Aracaju e Nossa Senhora do Socorro). A meta do Ministério da Saúde é de reduzir 2% dessas internações por ano. Analisando o mesmo Sistema de informação, entre os meses de janeiro e maio 2011, foram registradas 1.853 internações por queda, sendo 291 de idosos.  Em 2012, no mesmo período, houve uma redução, com 1.438 internações sendo 235 de idosos.