Sergipe não tem casos registrados de talassemia
De acordo com dados do Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose), o Estado não possui nenhum caso registrado de talassemia, anemia hereditária também conhecida como Anemia do Mediterrâneo, que faz com que o paciente produza glóbulos vermelhos menores e com menos capacidade de transportar oxigênio aos tecidos. O dia 8 de maio é lembrado em todo o mundo como o Dia Internacional da Talassemia.
De acordo com a médica hematologista do Hemose, Conceição Passos, há em Sergipe apenas alguns casos identificados de alfa-talassemia, ou seja, presença leve de sintomas da talassemia propriamente dita. Segundo ela, o portador do tipo alfa necessita apenas de medicamentos específicos, mas não de transfusão de sangue. Por isso, eles são tratados normalmente nos consultórios e postos de saúde.
"Pacientes de talassemia em seu tipo mais grave precisam de transfusão de sangue periodicamente, administradas em intervalos de duas a quatro semanas, além de atendimento especial", afirmou Conceição, ao ressaltar como as doações de sangue são importantes para salvar vidas em diversas situações.
Tratamento
Ainda de acordo com a hematologista do Hemose, as vitaminas, tônicos, medicamentos e dietas não surtem efeito na talassemia. É preciso fazer a transfusão de sangue quando necessário, de acordo com a solicitação do médico, para corrigir a anemia e garantir que os tecidos recebam uma quantidade normal de oxigênio.
O paciente com talassemia maior, forma mais grave da doença, precisa de transfusões de sangue a cada 20 dias, durante toda a vida. Porém, as transfusões contínuas causam no organismo acúmulo de ferro, que precisa ser retirado por meio de um procedimento chamado de terapia quelante.
Campanhas de alerta sobre a doença são realizadas em diversos países e, no Brasil, a Associação Brasileira de Talassemia (Abrasta) trabalha em parceria com os Hemocentros para esclarecer da população sobre a doença não contagiosa e hereditária, que atinge cerca de 2,7 milhões de brasileiros em sua forma mais leve.
Origem
Talassemia deriva da combinação das palavras gregas thalassa = mar e emas = sangue. Com esta palavra, os médicos queriam descrever uma doença do sangue cuja origem está nos países banhados pelo mar, e mais precisamente no Mediterrâneo, como Itália e Grécia. Hoje a doença se alastrou praticamente no mundo todo. Percentagens relevantes de portadores de talassemia são registradas no Canadá, Estados Unidos, Brasil e Argentina, bem como no Brasil, Índia e Austrália.
Plaquetas
A médica Conceição Passos faz também um apelo à sociedade para que continue doando sangue e plaquetas no Hemose, de modo que o hemocentro possa suprir a demanda dos hospitais públicos e privados para atender, em casos específicos, a pacientes com dengue.
As plaquetas são utilizadas também em pacientes portadores de leucemia, em tratamento de quimioterapia e anemia falciforme assistidos pelo Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), além de outras doenças do sangue tratadas no ambulatório do hemocentro.
O Hemose já vem funcionando aos sábados, das 8h às 13 horas, desde o início de abril. Neste dia 10, o hemocentro vai funcionar para atender exclusivamente aos doadores de plaquetas. Os interessados podem agendar sua doação com o Serviço Social pelos telefones (79) 3259-3191 e (79) 3259-3174.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Sergipe não tem casos registrados de talassemia – Foto: Márcio Garcez/Saúde