Sergipe Mais Justo: saiba mais sobre os projetos aprovados no edital da Inclusão e Cultura
O Edital de Apoio a Oficinas Culturais, realizado pelo Governo de Sergipe, através das secretarias de Estado da Cultura (Secult) e da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Seides) já tem a lista de 30 contemplados, divulgada em outubro. Cada um deles receberá uma verba de R$ 15 mil para executar seus projetos ao longo de 2013. Entre os selecionados, projetos que contemplam cultura negra, dança, artesanato, cultura popular, música, fotografia, literatura e muito mais.
Segundo a secretária de Estado da Cultura, Eloisa Galdino, esses projetos serão fundamentais para a disseminação da cultura sergipana e manutenção de práticas culturais em comunidades tradicionais. “São 30 projetos com perspectivas diferentes, que disseminam a cultura nas suas comunidades, atendendo in loco o público alvo. Através deles, pretendemos promover inclusão social através de atividades culturais”, diz Eloísa.
Para Eliane Aquino, secretária de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), o enfrentamento à extrema pobreza é transversal e precisa acontecer através do esporte, da educação, da saúde e também de áreas como a Cultura. “Envolver a juventude extremamente pobre em projetos que dão a eles a possibilidade de crescer como cidadãos e futuros profissionais é fundamental para a ascensão social das pessoas. Este edital em parceria com a Secult cumpre esse papel e nos orgulha muito”, sinatetiza.
Sobre o edital
O Edital de Apoio a Oficinas Culturais terá um investimento estadual de R$ 450 mil, fruto do Plano ‘Sergipe Mais Justo’. O público-alvo do projeto é, prioritariamente, pessoas que vivem em situação de extrema pobreza, com renda per capita familiar de até R$ 70, e acontecerá em comunidades da Grande Aracaju, compreendendo os municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão.
Um dos focos principais do Edital de Apoio a Oficinas Culturais, promovido pela Secult e Seides, é a inclusão e capacitação dos jovens em situação de risco através da arte. Por isso, os projetos deverão ter como protagonistas jovens com idade entre 16 e 29 anos, residentes em um dos municípios da Grande Aracaju, e inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal.
A iniciativa inédita trabalha a dimensão da Cultura enquanto ferramenta para o desenvolvimento do cidadão valorizando as potencialidades da cultura sergipana e afro-brasileira.
Projetos selecionados
Abaixo, é possível ter uma idéia da forma como cada um dos 30 projetos contemplados dará sua contribuição para a inclusão social através da cultura:
– A arte do batuque – Augusto Franco, Aracaju
O projeto objetiva incentivar e valorizar a cultura afro-brasileira por meio do Teatro Experimental Negro entre 35 jovens e adultos de 16 e 29 anos inseridos em um contexto de vulnerabilidade ou risco social do bairro Augusto Franco.
– Artesanato com ráfia – Santa Maria, Aracaju
Aula com material plástico, chamado de ráfia. O material foi escolhido por ser de pouco custo e ideal para cursos de artesanato. O projeto tem por objetivo ajudar jovens da comunidade do bairro Santa Maria a ter mais qualidade de vida e uma rende através do artesanato.
– Boca Em-cena, folhetins em cordel: João Firmino um poeta nordestino – Bugio, Aracaju
O projeto propõe um diálogo com os jovens da comunidade sobre a vida e a obra de João Cabra Firmino. Serão desenvolvidas oficinas que dialoguem com a literatura de cordel, as tradições folclóricas sergipanas e o teatro de rua. As oficinas culminarão em um espetáculo de teatro de rua onde será dramatizada a vida e obra de João Firmino.
– Canto e atuação em Reisado – Robalo, Aracaju
A oficina pretende ao final, passar para as novas gerações as tradições do Grupo de Reisado, através de cantos e da atuação, bem como a encenação e postura, a fim de reavivar e manter a tradição que vem sendo passada de geração em geração, não permitindo que as culturas externas e a ‘neocultura’ contaminem o ambiente da comunidade que aos poucos vem perdendo espaço e correndo o risco de cair ao esquecimento.
– Cidades Visuais: cultural, referencialidade e memória – Coqueiral e Getúlio Vargas, Aracaju
O objetivo desse projeto é oferecer duas oficinas de fotografia nos bairros propostos (onde está localizado o quilombo Maloca). O projeto visa contribuir com a formação continuada de dois monitores do projeto Mídia Jovem, sendo um em cada oficina. A oficina também irá produzir obras visuais impressas que serão espalhadas nos espaços público da cidade (tapumes, muros autorizados, murais de praças, entre outros).
– Conto, logo existo – Getúlio Vargas, Aracaju
O projeto ia propor oficinas com base no teatro do oprimido para a comunidade, através de aulas práticas e teóricas, visando o conhecimento, a auto estima e a participação do aluno. Nas atividades constam práticas para a criação de cenário, figurino, maquiagem, instrumentos, artesanato, jogos, entre outros. Já na parte teórica, o curso contará com a composição de músicas, criação de textos, debates pesquisas e muito mais.
– Crescendo com a minha cultura – Santa Maria, Aracaju
A dança em suas várias expressões é o tema do projeto, que abrangerá a capoeira, que faz parte da formação identitária afro-brasileira e o segmento da dança de rua Hip Hop. O objetivo do projeto é incentivar a descoberta de aptidões artísticas dos jovens de 16 a 29 anos através do Hip Hop e Capoeira, bem como valorizar as potencialidades das culturas locais já existentes enquanto canal para a inclusão social e promoção da cultura de paz.
– Cultura Hip Hop: a arte que educa – Coqueiral, Aracaju
O projeto irá trabalhar a cultura hip hop através de oficinas que atuarão nos seus cinco elementos, que são: grafite (desenho ou arte de rua), breack (dança), rap (música), Dj (discotecagem), e o conhecimento. A oficina irá trabalhar a educação popular fazendo uma relação com a ação trasnformadora da cultura, unindo a prática artística com a ação.
– Dança e cultura popular – Reisado Estrelinhas do Nordeste – Povoado São José, Aracaju
O projeto irá manter viva essa tradição que foi passada pelo mestre Ernande a um jovem morador da comunidade carente do povoado São José, que tem o propósito de manter viva a tradição do Reisado. O projeto irá também trabalhar a arte popular através das manifestações populares como reisado, folia de reis, danças (samba de coco, samba de roda, cirandas, lundu), literatura de cordel, contos e poesias.
-Dançando como Caranguejo Uçá, para o mangue reciclar – Loteamento Estrela do Oriente, Aracaju
É um projeto de artes integradas que tem visa a realização de oficinas de dança, meio ambiente e reciclagem no Loteamento Entrela do Oriente, no Bugio. As oficinas buscam promover através da dança e da reciclagem a sensibilização do meio ambiente, propondo reduzir, reaproveitar e recriar a partir do lixo produzido pelos mesmos, bem como proporcionar conhecimento de caráter histórico, social, cultural, política, ambiental e ético.
– Egbé Ayò: arte, cultura e literatura afro-brasileira para crianças e jovens do Olimar – Loteamento Olimar, Barra dos Coqueiros
O projeto visa abordar a literatura afro-brasileira a partir das rodas de leitura com crianças e adolescentes associando outras linguagens culturais, ou seja, a dança e o artesanato. As atividades serão realizadas através de oficinas sobre Figurino, Dança Afro-contemporânea e Literatura Afro-brasileira e contemporânea.
– Estampando cidadania – Getúlio Vargas, Aracaju
O projeto visa a realização de oficinas de estamparia artesanal em tecidos (decoração e vestuário) e uma oficina de modelo e manequim para jovens de 16 a 29 anos, cadastrados no CRAS do Getúlio Vargas e adjacências. Nas oficinas, serão produzidas peças para uma exposição e um desfile de moda que acontecerá no final do projeto na comunidade, e para comercialização em feiras e eventos no Estado.
– Fotografia e iluminação alternativa com câmera digital – Bugio, Aracaju
O projeto tem por objetivo dar visibilidade, por meio da fotografia, as origens da história da população afro-descendente em Sergipe, através de atividades teóricas e práticas, fazendo uso de ferramentas tecnológicas, que fazem parte das novas tendências culturais, para que a população tenha também conhecimento técnico do uso dessas ferramentas. Todo o material adquirido com o projeto ficará a disposição da comunidade para pesquisa. Os participantes do projeto serão, sempre que necessário, contratados para trabalhar como fotógrafos das atividades desenvolvidas pelo Instituto de Cultura e Arte João Mulundu.
– Futuros Ogãs – São Cristóvão
O projeto Futuros Ogãs irá iniciar jovens de terreiros no ritmo ketu, através de oficinas de percussão, visando a formação de futuros ogãs. Os instrumentos confeccionados serão doados ao grupo de capoeira Liberdade Negra, do mestre Pássaro Negro, cujas aulas ocorrem na Escola Municipal Tia Adilma.
– Geladeira Cultural – Barra dos Coqueiros
O projeto Geladeira Cultural tem por objetivo fomentar a cultura local através de oficinas que valoriza a diversidade cultural, integrando educação ambiental, arte de rua e literatura. O projeto pretende empoderar os alunos da rede pública do município através de artes integradas através de ações como educação ambiental, grafite e literatura.
– Ginga Kollybri – Tocando e criando instrumentos – Zona de Expansão, Aracaju
O projeto engloba aulas de movimentação e de prática do universo musical da capoeira Angola, aulas de composição de canções de capoeira, principalmente ladainhas, oficina de musicalização, percussão, danças e culturas brasileiras, além da exibição de filmes, rodas de leitura entre outras ações.
– Gravura em Xilo Estampa – Santa Maria, Aracaju
A oficina visa a geração de renda por meio da criação de uma grife com as xilogravuras produzidas pelos alunos, estampadas em camisetas ou outros suportes. O objetivo central é a ampliação das ações do projeto ‘Gravura de Inverno’, do proponente, a fim de atingir um público que ainda não teve oportunidade de aprender xilogravura.
– Histórias de Oyá – Bairro Cirurgia, Aracaju
O projeto tem como obejtivo oferecer uma oficina de teatro para os moradores da comunidade, buscando fomentar, incentivar e divulgar a cultura sergipana e afro-brasileira através de exercícios, jogos teatrais, e estudo da mitologia africana, focando principalmente em histórias relacionadas ao Orixá Oiá (Yansã), que resultem no desenvolvimento desses jovens proporcionando o aprendizado e a vivência com os temas propostos, tendo como resultado uma peça teatro ao encerramento da oficina.
– Máscaras africanas na Cultura Popular Sergipana – Santa Maria, Aracaju
O projeto pretende, através de oficinas de confecção de máscaras, ressaltar a simbiose entre a cultura africana e a cultura brasileira, especificamente no Estado de Sergipe, berço de uma variada manifestação popular de influência negra, indígena e européia.
– Mulungada: oficinas de lutheria e percussão para jovens do Manoel Preto – bairro Industrial, Aracaju
O projeto tem como objetivo oferecer ao público da comunidade uma alternativa de geração de renda e ainda contribuir com a construção da alto-estima em relação ao pertencimento racial dos adolescentes e jovens. Através do projeto serão oferecidas oficinas de lutheria (construção artesanal de instrumentos de percussão), de literatura (através de contos africanos), de Dança Afro e de Música (ritmos da cultura afro-sergipana).
– Navio Negreiro: em que cais aporta o teu preconceito? Barra dos Coqueiros
O projeto irá oferecer uma oficina de iniciação teatral para pessoas de 16 a 29 anos do Colégio Estadual Dr. Carlos Firpo e concomitantemente possibilitar um mergulho na obra do escrito Castro Alves, em especial na obra ‘Navio Negreiro’. Com essa oficina, além de permitir o conhecimento por parte dos jovens d fazer teatral, oferece uma reflexão sobre o preconceito étnico nos dias de hoje, estabelecendo inclusive, um período histórico.
– Oficina de customização de roupas e acessórios – Bairro 17 de março, Aracaju
O projeto será uma oficina de customização ligada à moda, que objetiva através do bordado, pintura, colagem, patchwork, e da utilização dos mais diversos materiais, a reorganização e criação de novos objetos, roupas e adereços através da customização. O oficina será inspirada na obra de Arthur Bispo do Rosário.
– Oficina de iniciação ao violão popular – Farolândia, Aracaju
O objetivo é levar as pessoas que estão em situação de vulnerabilidade à oportunidade de aprender a tocar um instrumento. Através do edital será oferecido aos participantes da oficina um kit com um violão novo e uma capa, um afinador digital, uma estante para partitura e uma apostila da oficina.
– Oficinas de leitura e contação de histórias – Santa Maria, Aracaju
Serão realizadas oficinas que despertem o gosto pela leitura, associando essa prática ao fortalecimento da identidade cultural desse público através de leituras que trabalhem os elementos das culturas afro-brasileiras em Sergipe. Após a oficina, os participantes estarão aptos a difundir a leitura em sua comunidade, atuando como verdadeiros multiplicadores de ações que tenham a leitura como foco.
– Oficina ‘Mais artesanato’ – São Cristóvão
O projeto irá oferecer oficina de confecção de peças de artesanato para a comunidade jovem de São Cristóvão, com temas que objetivam difundir e valorizar o patrimônio cultural local material e imaterial, gerando opção de trabalho e renda na comunidade. Ao final será organizada uma exposição com cartão postal e folders das peças, mostrando o resultado do projeto através do artesanato confeccionado pelos próprios alunos.
– Oficina tocando e dançando: do corpo ao instrumento – São Cristóvão
O projeto se baseará no forró, especialmente a música e a dança características desse ritmo. O objetivo central é resgatar e reafirmar as raízes musicais e os passos, danças e tradições que compõe o forró entre os moradores do Povoado Parque Santa Rita, em São Cristóvão, através de uma oficina que inclua, prioritariamente e simultaneamente a dança e a música características do forró, além da utilização de recursos digitais como a máquina fotográfica e celulares.
– Oficina de teatro no Pontal da Ilha – Barra dos Coqueiros
O projeto tem por objetivo oferecer uma oficina de teatro para moradores do Pontal da Ilha, antes denominada ‘Ilha do Rato’, (Barra dos Coqueiros). O projeto busca incentivar e divulgar a cultura sergipana e afro-brasileira, através de exercícios e jogos teatrais que reflitam esse universo cultural e proporcione como resultado um esquete teatral no encerramento da oficina. O projeto também objetiva democratizar o acesso às artes cênicas para a comunidade, que não conta com espaços de lazer e entretenimento para crianças, jovens e adultos.
– Pescando Memórias – São Braz, Nossa Senhora do Socorro
O projeto irá promover através da cultura popular e das artes visuais o fortalecimento dos laços presentes com os passados e as tradições do Povoado São Braz, utilizando o apoio do edital como forma de incentivar os jovens da localidade nas artes visuais e no desenvolvimento sustentável, enaltecendo sua cultura popular.
– Reforço escolar com arte e cultura – Santa Maria, Aracaju
O objetivo do projeto é desenvolver uma oportunidade de reforço escolar para alunos da comunidade em questão, através da arte e da cultura, contribuindo para o desenvolvimento social desses jovens e melhorando assim o rendimento escolar. Oficinas de música, percussão e cultura popular, associados a aulas teóricas com temas oferecidas pelo próprio público, serão realizadas, garantindo assim o sucesso do projeto.
– Xilogravura na Barra dos Coqueiros – Barra dos Coqueiros
O projeto visa promover uma oficina de xilogravura, estimando a formação de novos xilogravuristas no município da Barra dos Coqueiros, para que esses possam utilizar essa arte como fonte de renda.
- Sergipe Mais Justo: saiba mais sobre os projetos aprovados no edital da Inclusão e Cultura – Foto: Fabiana Costa / Secult