Sergipe é cenário do filme ‘Aos Ventos que Virão’
Há alguns anos, o cenário artístico e cinematográfico de Sergipe tem passado por diversas transformações. Fruto do incentivo do Governo de Estado, que percebe a importância da cultura sergipana ser valorizada e vê o cenário cinematográfico como uma das portas para essa mudança. A novidade deste ano para o cinema nacional é o filme “Aos ventos que Virão”, que será dirigido pelo cineasta cearense Hermano Penna e que tem como tema a justiça, o direito igualitário e atrai a simbologia do cangaço como uma resposta cega para as dificuldades.
Como nas outras produções, o Governo do Estado participa ativamente apoiando e prestigiando a iniciativa de mais um filme a ser rodado em Sergipe, através do Fundo Estadual de Patrocínio e do Instituto Banese. Dessa forma, na tarde desta quarta-feira, 3, a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, visitou as oficinas produção e de capacitação de atores, que estão sendo realizadas em parceria com o Curta-se, para o filme, e constatou a satisfação e o profissionalismo dos atores em participar da oficina.
Para a secretária este é um momento muito especial da cultura e do cinema sergipano, que se evidenciam e crescem em nível nacional cada dia mais. “Acredito muito neste projeto e acho que se Sergipe é coisa de cinema, nada mais importante do que envolvermos aqueles que atuam neste cenário, aqui no estado. Isso é premissa de todos os projetos que estamos apoiando, inserir e capacitar os profissionais locais para que eles mesmos possam atuar, e é exatamente o que estamos fomentando com as oficinas preparatórias para este filme”, ressaltou.
Hermano Penna afirma que está muito feliz com o apoio do Governo do Estado e do Instituto Banese, o que é fundamental para os primeiros passos para a realização deste filme. “Estes são recursos importantíssimos para nosso filme, e o que é muito importante também é o apoio da Secult nas oficinas preparatórias, pois independente do longa, é visível a alegria no olhar destas pessoas, que estão se capacitando e tendo a oportunidade de mostrar o seu talento para todo o país”, apontou o cineasta.
O oficineiro do curso e renomado preparador de elenco, Sérgio Penna, que já trabalhou em diversos filmes como “Carandiru” e ‘Lula o Filho do Brasil’, explica que para ele não há uma preparação específica para cada filme, o trabalho é feito tendo em base o conhecimento de cada participante, e a forma como cada um vê o personagem a que se dispõe. “Nós sempre buscamos a verdade no olhar de cada ator, buscar um elenco comprometido com o filme, com as emoções e com o foco da história. Trabalhar isso em um filme que será rodado em Sergipe, com um elenco formado basicamente por sergipanos, é mais que uma honra, é um merecimento para esses capacitados e profissionais atores sergipanos”, observou Sérgio.
A empolgação é geral entre os participantes das oficinas que almejam ansiosamente pela definição de papéis e pelo início das gravações. O ator Orlando Vieira, reconhecido ícone do cinema sergipano, define o filme como uma oportunidade em que os atores sergipanos terão para mostrar seu trabalho. “A vinda do filme para Sergipe é uma maravilha, pois dá oportunidade para os atores sergipanos comprovarem a sua dedicação pela arte e pelo cinema. Para mim, principalmente, que não esperava mais estar atuando, é uma satisfação enorme estar ao lado dos meus conterrâneos”, completou.
O secretário de Comunicação e Turismo de Estância, Luiz Carlos Dussantos, por sua vez, atua como ator nas horas vagas e está participando da oficina de preparação de atores. Para ele, a oficina é muito importante, pois além de preparar os integrantes da equipe, enriquece ainda mais a carreira profissional. “Sergio Penna é realmente um dos maiores preparadores de elenco que existem no país, e este é um privilégio muito grande para os sergipanos, pois estamos tendo a oportunidade de adquirir riquíssimos conhecimentos com uma pessoa tão especializada no assunto como ele”, disse.
A atriz Iara Cunha, que já chega aos 17 anos de carreira, comemorou bastante o trabalho que está sendo realizado pela produção do filme, juntamente com a Secult. “Este trabalho está sendo um divisor de águas para o cinema sergipano, pois estamos trabalhando com pessoas extremamente profissionais, que valorizam nosso trabalho e nos auxiliam que melhoremos cada vez mais”, finalizou.
Roteiro
O longa traz grandes expectativas para o público sergipano em geral. Hermano Pena explica que o filme inicia na época do cangaço, no fim da década de 30, exatamente na tragédia de Angico, e conta a história de um ex-cangaceiro, o Zé Olímpio, que luta durante toda a vida por melhores condições para seu povo.
“O filme é uma metáfora de ter um país onde a justiça seja para todos, a cidadania seja comum para os brasileiros. Então o grande tema é a justiça a cidadania, o papel das instituições para construir este país justo que nós desejamos. E isso é feito inicialmente com o nome do filme. “Aos ventos que virão”, uma alusão àquilo que muito desejamos mas que infelizmente ainda não temos. É, na verdade, um filme que parte da história de um sergipano, para construir uma identidade completamente brasileira”, concluiu.
- Sergipe é cenário do filme ‘Aos Ventos que Virão’ – Grupo reunido com a secretária Eloísa Galdino
- o cineasta Hermano Penna e o preparador de atores Sérgio Penna / Foto: Lúcio Telles/Cultura