Semasc exibe resultados de programas em III Mostra de Arte Social
O clima é de expectativa e de muito ensaio entre crianças e adolescentes atendidos pela Semasc, que já estão em fase de treinamento para realizar as apresentações culturais durante a III Mostra de Arte Social. Cada grupo está realizando ensaios independentes para que não haja imprevistos durante as apresentações. Entre as apresentações, estarão em destaque grupos de música, teatro, dança e atletas, cujos talentos foram despertados durante as Oficinas Sócio-Educativas realizadas pela Semasc, que já retiraram centenas de crianças e adolescentes das ruas de Aracaju.
As tardes são dedicadas aos ensaios das apresentações, que têm como foco nos respectivos repertórios a cultura sergipana, recheadas com reggae, hip hop, forró, música popular brasileira, canções infantis entre tantos outros ritmos, e apresentações esportivas, que estão sendo preparadas e detalhadamente discutidas e cronometradas sob orientação de arte-educadores vinculados à Semasc.
Os garotos não escondem a ansiedade. Otimista, Maxsuel Santos Santana, 14, da Oficina de Percussão do Projeto Criança Cidadã, está ansioso para se apresentar na III Mostra de Arte Social. “Espero que o grupo faça uma bela apresentação no dia da mostra. Estamos treinando para que o nosso desempenho seja reconhecido na sociedade”, afirma o garoto.
Felipe Leandro, 16 anos, da Oficina de Violino do Projeto Jovem Aprendiz, também não esconde a ansiedade. “Acredito que relatar aspectos da cultura sergipana é muito importante. Estamos treinando firme para fazer uma apresentação positiva no dia da mostra, pois gosto de tocar violino e espero que possa continuar no projeto para aprender a manusear mais instrumentos musicais,” relata. “Poder participar da III Mostra é uma grande oportunidade não só para os inseridos no Criança Cidadã, como também de outros projetos da Semasc. Gosto muito de hip hop e espero fazer uma boa apresentação no dia da mostra”, jovem Wanderson Maciel dos Santos, 14 anos, da Oficina de Hip Hop do Projeto Criança Cidadã, que antes vendia geladinho e pegava carrego em feiras livres e nas ruas da cidade. “Depois que entrei nesse projeto minha vida modificou para melhor. Estou muito feliz”, complementa, deixando para trás o passado marcado pela exploração da mão de obra infantil.
Alegre, Lucas Oliveira de Carvalho, 15, da Oficina de Flauta do Projeto Agente Jovem, afirma que, quanto mais preparação, melhor o desempenho do grupo. “Estamos bem, mas se ensaiarmos mais melhoramos o nosso desempenho. Temos chances de fazer uma apresentação muito boa no dia da Mostra Social”, observa o garoto também marcado pela exploração da mão de obra infantil. “Só em participar, é algo muito importante para mim porque antes eu trabalhava e, depois que entrei nesse projeto, tenho melhores oportunidades de vida”, comemora.
Sorridente, Kamilla Souza de Jesus, 13, da Oficina de Coral do Peti, revela que aprende coisas boas naquele programa social, criado pelo Governo Federal para retirar crianças submetidas ao trabalho infantil encontradas nas ruas. “Gosto muito de cantar e dançar. Isso pode me levar ao profissionalismo”, comenta. “No Peti, aprendo coisas que ajudam no meu desenvolvimento como uma criança. Antes não tinha oportunidade de participar de um evento como a III Mostra, pois vendia pastel na feira para ajudar minha mãe em casa. Hoje estou otimista para chegar o dia e fazer uma apresentação positiva com o grupo musical”, frisa.
O educadores sociais comentam a importância do evento. “A importância maior é, justamente, a participação das crianças e dos adolescentes na construção do espetáculo musical, no qual é destacada a identidade sergipana. É bom trabalhar esse aspecto com antecedência para que eles possam fazer uma bela apresentação no dia da mostra”, comenta o arte-educador Rivaldino Santos. “As oficinas dos projetos têm resultados positivos em seus desenvolvimentos, e é por isso que estamos desenvolvendo esse trabalho de integração na visão de reconhecimento social”, complementa.
Programação da III Mostra de Arte Social
14h – Abertura Oficial
15h – Coral Jovens cantores
Cantoria montada na Oficina de Coral do Peti do Lamarão
“Jovens cantores” são vozes de crianças e adolescentes, puxando toadas da musicalidade sergipana e trazendo nossos ícones sonoros
15h25 – Apresentador / Personagem
15h30 – Espetáculo A Lagoa Encantada
Montagem Cênica feita pela turma do Agente Jovem do Coqueiral.
É a historia do Casamento Caipira Nordestino mesclado a aspectos pitorescos da comunidade do Coqueiral: o causo da existência de uma Lagoa Santa, onde dois pescadores tiram prosa em volta dela
16h05 – Apresentador/Personagem
16h10 h – Espetáculo Papagaio Joaquim
Montagem realizada durante o ano de 2005 por crianças e adolescentes do Peti, que abrange as áreas dos bairros Santa Maria, Soledade e Porto Dantas. A suíte é fruto da adaptação do livro “O Papagaio Joaquim” de autoria do arte-educador Manoel Cerqueira. Relata a história de um papagaio, filho de uma família de papagaios de Aracaju, que vem visitar a cidade, berço dos seus pais acompanhado de um amigo do pai (Urubu Zé), dando um passeio nos pontos históricos da cidade
17h15 – Apresentador/Personagem
17h20 – Espetáculo Kata Poeira
Montagem demonstrativa de Capoeira e Karatê, estruturada em forma de show, com educandos dos projetos PETI e Criança Cidadã
17h45 – Apresentador/Personagem
17h50 – Espetáculo Violência Cotidiana
Montagem feita a partir da cultura circense e o teatro de revista. São números dramáticos, cujo tema é sempre a violência cotidiana nas periferias de Aracaju. São narrações de realismo fantástico e gestualidade cotidiana, fruto da aculturação das classes com menos oportunidades sociais
18h25 – Apresentador/Personagem
18h30 – Aula espetáculo: Folclore do Meu Sergipe
Baseada no conceito de aula-espetáculo, criado por Ariano Suassuna, os alunos do Curso Livre de Monitoria em Dança e Teatro para Projetos Sociais da Semasc apresentam aspectos históricos da cultura sergipana através de suas duas linguagens artísticas: teatro e dança. São quadros cênicos baseados na cultura circense, com um misto de humor e terror. Todos trazem como plano central o desenvolvimento artístico dos atuadores
19h15 – Apresentador/Personagem
19h15 – Espetáculo Com Panos e Lendas
Montagem articulada pelos adolescentes dos Programas Sociais Agente Jovem, Peti e Criança Cidadã. A suíte traz para o bailado os aspectos lúdicos e míticos da cultura sergipana, com aspectos contemporâneos da nossa cultura, narrando a lenda da loura do Augusto Franco, do homem que virava lobisomem no Bairro América e da caipora do Santos Dumont.
19h55 – Apresentador/Personagem
20h – Espetáculo Sergipe de Todos os Encantos
Montagem desenvolvida por adolescentes dos Programas Agente Jovem, Peti, Criança Cidadã e Viver Legal, tendo como música tema “Meu Papagaio”, cuja performance transita pelo universo da experimentação musical dos ritmos sergipanos focada na sonoridade folclórica e na cultura de rua. Sons percussivos, de corda, clássico e popular, com vozes aracajuanas.[/vc_column_text][/vc_column]
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- Semasc exibe resultados de programas em III Mostra de Arte Social – Foto: Márcio Garcez