Semarh reúne donos de posto de lavagem para acordar reabertura
Buscando solucionar a problemática existente no município de Lagarto acerca dos postos de lavagem interditados na última quinta-feira, 14, por inexistência da licença ambiental, o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Genival Nunes, reuniu-se com a classe na manhã desta sexta-feira, 15, e promoveu soluções viáveis para que os postos passem a funcionar ainda esse fim de semana.
A solução estratégica, idealizada pelo secretário, foi a elaboração de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) específico para a situação. Ele vai permitir que os postos de lavagens reabram ainda este fim de semana sob as restrições embutidas no termo, dentre as quais a principal é a permanência do bloqueio dos diques.
O termo de ajuste prevê que, até que possam voltar a trabalhar normalmente e dentro do que foi exigido pela Adema, os empresários apenas utilizem os postos para realização de lavagens simples (pintura e aspiração).
Para que os postos voltem a trabalhar executando todos os tipos de lavagens – em especial a lavagem geral, aquele que lava o motor, chassis e pulverização dos veículos – eles deverão apresentar a Adema um projeto executivo. O TAC prevê a adequação dos postos de lavagens, de acordo com as normas vigentes, para um prazo de 45 dias. O projeto deve conter prioritariamente um sistema de tratamento de efluentes oleosos e adequação do tratamento doméstico, ou seja, caixas separadoras de óleo e água.
Também serão necessárias algumas outras adequação, como a não utilização de tipo de solventes para retirada de manchas e a do saponáceo biodegradável. Apenas será permitido o uso de detergente ou sabão neutro do tipo utilizado pelas donas de casa. Por funcionarem próximos ou vizinhos a residências, os donos de postos terão que rever ainda a parte acústica do maquinário que lava os carros, objetivando diminuir o impacto sonoro o máximo possível.
Crédito
Sendo ainda mais solícito aos personagens diretos dessa problemática, os empresários do ramo de lavagens de carro, a Adema buscou a parceria do Banco Banese para apoiar a classe. O banco irá abrir uma linda de crédito específica para que os postos possam se adequar às questões ambientais.
“Perpassa a questão ambiental e adentra no âmbito social. São famílias que se alimentam do seu trabalho e a adequação pede esforços financeiros. O projeto requer melhoramentos caros e os gastos serão essenciais. Se eles não cumprirem o que rege a lei e descumprirem ao TAC, serão autuados. A multa pode variar entre R$ 50 mil e R$ 1 milhão”, afirmou Genival Nunes.
Na reunião, a qual teve a participação da equipe técnica da Adema, o secretário pediu disponibilidade de empenho no ato de licenciamento, visando maior celeridade na emissão das licenças.
Para a empresária Selma Menezes, que tem sua empresa funcionamento há cinco anos, o empenho da Adema foi bastante humano. “O secretário não viu apenas a parte ambiental, que temos todos a consciência do seu valor e necessidade de preservação, mas também observou a questão social. Eu vivo do que tiro do posto. Até que façamos os ajustes para funcionar corretamente, com a permissão de abrir o estabelecimento para ainda este fim de semana, mesmo com os diques bloqueados pela fiscalização, a lavagem simples já ajudará bastante”, afirmou.
Na opinião de João Francisco, empresário do ramo há mais de 15 anos, os 16 postos fechados só o estarão se não quiserem abrir mais. “ Temos a ajuda da Adema em todas as necessidades e ainda tem a linha de crédito para reforçar a nossa adequação mais rápida possível”, comemora o fato.
A abertura da linha de crédito para donos de postos de lavagem a juros baixos já foi aplicada em outros segmentos empresariais. Em 2009, a Semarh também viabilizou junto ao Banese uma linha de financiamento para que os panificadores pudessem fazer a substituição do forno a lenha pelo forno a gás, visando acabar com a queima de lenha para fazer o pão. Cerca de 30% das panificadoras do Estado já converteram para forno a gás, sendo 100% as de Itabaiana e Carmópolis.
O secretário lembra que também foi feita a mesma coisa com as cerâmicas, quando houve a transformação das não licenciadas para licenciadas para tratamento do ar, licenciamento de jazidas e obrigatoriedade da lenha plantada. “Em um acordo entre Semarh, Sedetec e Banese foi aberta uma linha de crédito específica e a juros baixos para modernização das cerâmicas e das padarias. Agora a intenção é fazer a mesma coisa com os postos de lavagem, que representam um segmento social com mão-de-obra não qualificada”, frisou.
Genival Nunes comemora o fato do processo de transformação dos postos de lavagem, das panificadoras e das cerâmicas visando o meio ambiente tenha ocorrido sem radicalismo. “Isso é um avanço enorme para o meio ambiente”, afirmou, enfatizando que os municípios têm uma responsabilidade grande nesse processo mesmo não fazendo o licenciamento ambiental porque são eles que aprovam a localização para o licenciamento do empreendimento.
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