Semarh conclui curso de capacitação para catadores em Sergipe

Após ser ofertado para os territórios do Agreste Central, Baixo São Francisco Sergipano e do Sul e Centro Sul do estado, o Curso de Capacitação para Catadores de Materiais Recicláveis foi oferecido aos catadores dos municípios que compõem o Consórcio Público de Saneamento Básico da Grande Aracaju.  Realizado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) com recursos do tesouro estadual, a capacitação iniciada nesta terça-feira, 15, será encerrado na próxima quinta-feira, 17 de outubro.

O evento que ocorre na cidade de Laranjeiras, município sede do Consórcio Público, terá o total de 30 catadores cursistas. Presente na abertura do evento, dirigindo-se aos protagonistas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)- catadores e coletores de matérias recicláveis- o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Genival Nunes, destacou que “a Semarh, junto aos municípios e ao Ministério Público (MP), estão construindo uma nova história para Sergipe”.

O secretário justificou a afirmativa narrando às contribuições do Governo do Estado de Sergipe diante da implementação da política nacional de Resíduos Sólidos. “Com a criação dos consórcios públicos em Sergipe, uma série de iniciativas foram e estão sendo providenciadas. Estamos, com a realização desse curso, atravessando uma etapa, iniciando um amplo processo de transformação. Todos os passos tomados culminam com a inclusão dos catadores”, admite Genival Nunes.

Segundo ainda enfatizou, “o Governo Federal poderia simplificar o encerramento dos lixões a céu aberto potencializando a geração de energia, jogando todo o lixo, tanto o rejeito como o material reciclável, no incinerador. Contudo, pensando naquele que dedicou a vida trabalhando por anos nas lixeiras, o governo desenvolve uma política de inclusão aos catadores, onde um amplo processo foi detalhadamente pensado”, aponta Genival Nunes, que ressaltou o papel especial do Ministério Público (MP) na fiscalização das leis, e cumprimento do Estado em suas determinações.

Durante os cursos nos territórios, o MP tem levado sempre uma palavra de incentivo aos catadores. Segundo José Soares Aragão, representante do Ministério Público Estadual, o órgão é militante da causa do catador desde 1999, quando iniciou o processo de organização da classe durante processo de retirada das crianças do trabalho nos lixões.

“O ministério vem somar-se à Semarh nesse processo de transformação pra melhorar a vida dos catadores. É uma soma de iniciativas que vêm por atender a determinação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Em todas as capacitações que estive acompanhando, a minha palavra para os catadores tem sido para que eles acreditem nesse momento ímpar que passa o Brasil. Iniciamos no estado, há 14 anos, dento do Ministério Público um trabalho que hoje está consolidado por meio da Cooperativa de Recicláveis, a CARE. E que agora semelhante procedimento toma corpo respaldado pela lei nacional, a 12.305”, destacou Aragão.

Capacitação

Os catadores terão três dias consecutivos de curso, somando total de 12 horas/aula. Para a formação e capacitação dos catadores, o curso promove oficinas que privilegiam temas que buscam autonomia, a função social da atividade da coleta e organização para o trabalho para os catadores.
Com horários de 8h às 12h e das 14h às 18h, os catadores desfrutam de uma didática positiva que discute temas como “Origem do Catador”, texto que aborda o contexto histórico, social e ambiental dos catadores. Essa didática do curso vem sendo ministrada pela técnica ambiental da Semarh, Ismeralda Barreto, especialista em Resíduos Sólidos.

Uma parte ímpar do curso vem sendo aplicada pelo educador Antônio Neto. Essa parte da didática trata com exclusividade sobre o senso empreendedor do catador- uma tarefa com base Política Nacional de Resíduos.

“A oficina proporciona a elevação da autoestima do catador por narrar a importância do processo de organização associativa e cooperativista. Também, o gerenciamento no contexto da catação, negociação e reciclagem. O objetivo é esclarecer os benefícios que a cooperativa oportuniza para eles, encurtando os passos e fortalecendo a inclusão social e de  mercado”, explica o educador.