Seel investe na inclusão social através do esporte
Por Ana Dulce Melo, repórter da Secom
Medalha de bronze no 4º Campeonato Brasileiro de Boxe Olímpico Masculino Cadete, Carlos Rafael Santos Silva ratifica a força do esporte como agente de inclusão social. Residente do bairro Santa Maria, um dos mais carentes de Aracaju, Rafael é aluno do projeto Punhos de Ouro há oito meses. Em outubro, durante a Competição, realizada em Vitória, Espírito Santo, recebeu o convite para integrar a seleção brasileira de Boxe.
O projeto Punhos de Ouro estimula a prática do boxe entre crianças e adolescentes carentes. Criada em 2005 pelo ex-atleta e atual presidente da Federação Sergipana de Boxe, o professor Valter Duarte, a ação é desenvolvida em parceria com a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel). “O projeto é realizado no bairro Santa Maria. De 2005 para cá, já atendemos mais de 700 crianças e hoje treinamos 80 atletas. A maioria das crianças chega ao projeto por iniciativa dos pais, catadores de lixo no bairro, que nos procuram com o objetivo de ocupar o tempo das crianças”, explicou.
“Revelamos vários atletas da seleção brasileira. Temos casos de crianças que viviam em situação de risco, em contato com as drogas e hoje estão ressocializadas, totalmente envolvidas nas atividades esportivas”, disse.
Além das aulas de boxe, as crianças assistidas pelo Punhos de Ouro recebem cestas básicas. De acordo com Valter Duarte, o apoio da Seel foi fundamental para a consolidação do projeto no bairro Santa Maria. “A academia funcionava em um galpão alugado. Através da parceria entre as Secretarias de Esportes, de Segurança e de Administração, conseguimos nossa sede própria. Estamos trabalhando para ampliar a assistência do projeto, ofertando, também, acompanhamento psicológico e pedagógico”.
Mais do que descobrir possíveis campeões nacionais, o incentivo da Seel a projetos como esse visa preencher construtivamente o tempo livre de crianças e jovens, contribuindo para sua formação e afastando-os das ruas. De acordo com o secretário de Estado de Esporte, Maurício Pimentel, é graças ao potencial que o esporte tem de educar que os atletas aprendem a conviver melhor em grupo, a conhecer as suas capacidades, a tomar decisões e buscar soluções para os problemas.
“O esporte é um instrumento de inclusão social e de melhoria do convívio familiar. O projeto Punhos de Ouro é um projeto de inclusão social desenvolvido em parceria com a Federação Sergipana de boxe que tem revelado bons atletas, como Rafael”, disse.
Os efeitos da prática esportiva já são sentidos por Carlos Rafael, que revelou ter melhorado o desempenho escolar depois que começou a treinar boxe. “Antes de entrar para a academia, passava as manhãs na rua, fazendo bagunça. Agora, treino de manhã e vou para a escola à tarde. Minha concentração nas aulas melhorou bastante e até as brigas com minha mãe diminuíram”, contou.
Aluno do sétimo ano do ensino fundamental na escola estadual Vitória de Santa Maria, o jovem pugilista sonha participar das Olimpíadas de 2016. “Se em oito meses de treino eu consegui ser bronze em uma competição nacional, acredito que posso conseguir mais vitórias e até ir para as Olimpíadas. Achava que ia viver sempre no Santa Maria, o boxe me mostrou que posso ser o que eu quiser e eu quero ser boxeador e advogado”.
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