Secult e Fapitec financiam pesquisa sobre cadeia produtiva da música em SE
Por Maira Andrade, da Ascom/Secult
Mapeamento dos artistas sergipanos; construção de circuitos musicais; análise do uso das tecnologias digitais por parte dos artistas e promoção de estratégias de negócios. Esses são os objetivos da pesquisa ‘Economia Política da Música: trabalho, tecnologia e mercado’, coordenada pela pesquisadora Verlane Aragão e que faz parte do Núcleo de Apoio à Pesquisa para a Cultura (Napec/Secult), realizado em parceria entre a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e a Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica (Fapitec/SE).
Segundo a pesquisadora, o trabalho surgiu através de uma demanda do Fórum da Música, que a procurou no ano de 2010, com a proposta de fazer um estudo que analisasse a realidade da cadeia produtiva da música no Estado. A partir de então ela iniciou os trabalho através do programa de Iniciação Científica da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
“Nosso núcleo já tem uma tradição nos estudos da economia política de educação e cultura. Inclusive, eu já havia trabalhado com pesquisas na área da cultura, mas não tinha me debruçado especificamente para a área da música. Foi isso que, provavelmente, influenciou o Fórum a nos procurar para sugerir essa pesquisa”, explicou Verlane.
De 2010 para cá a pesquisadora e sua equipe iniciaram um longo trabalho de catalogação e mapeamento com os artistas sergipanos. Porém, devido à falta de recursos, era muito difícil dar continuidade ao trabalho. “O desenvolvimento da pesquisa no Programa de Iniciação Científica permitiu que nós delimitássemos de forma mais consistente o nosso objeto e a nossa metodologia, porém, faltava o recurso para colocar o pessoal no campo. Então esse edital veio pra suprir essa carência e dar mais logística ao nosso trabalho”, completou a pesquisadora.
Andamento do projeto
Verlane conta que o projeto se divide em algumas fases, que estão sendo cumpridas progressivamente. A primeira delas foi o mapeamento dos artistas e de todos os agentes que fazem parte do fazer musical, utilizando cadastros de caráter sistematizado como o da Secretaria da Cultura, a lista de emails e contatos do Fórum Música Sergipe, o documento Som da Terra, formatado e publicado por Amorosa e o site Palco Mp3.
“A partir desses cadastros começamos a fazer um mapeamento de onde se concentravam os artistas e passamos a alimentar o banco de dados relativo aos demais agentes. Ao total, foram catalogados cerca de 800 agentes da área da música, encontrados em 20 municípios sergipanos”, esclareceu.
A partir de agora, será criado um banco de dados com os artistas e demais agentes da área da música. O produto final da pesquisa será a criação de um catálogo virtual e um impresso, que devem estar prontos até janeiro. Verlane Aragão explica que o cadastro virtual será alimentado pelos próprios agentes, possibilitando que se tenha um produto atualizado constantemente.
“É importante lembrar que esses catálogos contarão com a presença de técnicos de som, produtores, iluminadores, ou seja, todos que de alguma forma, fazem parte da área da música”, disse Ela ressalta ainda que no futuro, pretende lançar um livro com os resultados da pesquisa.
A importância do Edital
Para Verlane Aragão, a pesquisa é um caminho para conhecer e é apenas através da investigação que o pesquisador consegue obter resultados para determinadas questões. A área da música é uma delas. Por isso, ela considera a pesquisa extremamente importante.
“Quando comecei a conhecer a área percebi que muitas vezes àqueles que fazem música estão isolados. As vezes reunidos em grupos ou fóruns, os estilos musicais os aproximam, mas através da pesquisa conseguimos dar esse sentido de totalidade”, complementou.
Para ela, é exatamente ai que entra a grande importância desse edital, afinal, ao dar esse sentido de totalidade e estabelecer informações sobre a realidade dessas pessoas, é possível começar a elaborar ações. No caso deste projeto, especificamente, essas ações são para o gestor público.
“O relatório final deve vim com a construção de um diagnóstico e proposições em termos de políticas públicas. Mas a pesquisa pode servir a qualquer um. Ao fórum ou ao artista, que queira entender melhor a realidade da qual ele faz parte. A pesquisa é uma forma do artista se encontrar com ele mesmo”, concluiu.
Verlane afirma ainda que na última década, surgiram iniciativas que de alguma maneira mostram um maior interesse em sistematizar informações relativas ao campo da cultura, mas essas publicações ainda têm um caráter muito geral, com informações agregadas. Para ela as pesquisas locais, que vão a campo e que conseguem fazer um recorte estadual, permite que as informações sejam de uma realidade mais próxima. “Nesse caso, foi construído no âmbito da secretaria, o que acaba garantindo que essas pesquisas vão ser aplicadas em ações, neste caso especifico, de políticas públicas”, analisou.
Para o secretário adjunto da Cultura e coordenador do Napec/Secult, o trabalho desenvolvido por Verlane Aragão irá ajudar bastante a cadeia produtiva da música em Sergipe. “É notória a riqueza da música sergipana, que está demonstrado sua força nos últimos anos, com reconhecimento e ascensão de artistas e bandas de variados estilos e ritmos, em nível nacional e até internacional. Esta pesquisa possibilitará um conhecimento mais profundo das cadeias produtivas da música sergipana e seus resultados indicarão caminhos para políticas culturais que ampliem a alavanquem o mercado interno e a geração de novos negócios e a sustentabilidade de carreiras”, argumentou.
Sobre o Napec/Secult
O Núcleo de Apoio à Pesquisa para a Cultura (Napec/Secult) surgiu através de um termo de parceria entre as Secretarias de Estado da Cultura (Secult) e do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sedetec), através da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica (Fapitec/SE).
O termo consiste na implementação de ações conjuntas, inclusive através de editais, que assegurem a realização de estudos e pesquisas aplicadas ao Sistema Estadual de Informações e Indicadores Culturais, Economia da Cultura, Cadeias Produtivas da Cultura e Economia Criativa, principalmente a respeito de temas relacionados às políticas públicas de Cultura no Estado de Sergipe. Através do termo, está sendo possível que pesquisadores e estudiosos do Estado tenham um incentivo a mais na hora de analisar temas relevantes à cultura sergipana.
Além do projeto da pesquisadora Verlane Aragão, foram contemplados no primeiro edital os projetos ‘A musealização do patrimônio arqueológico em Sergipe: um estudo sobre endosso institucional e gestão de acervos coletados’, da pesquisadora Elizabete de Castro Mendonça; ‘Rede Integrada de Pontos de Cultura de Sergipe’, sob coordenação de Manuela Ramos da Silva; ‘Cooperação descentralizada na grande Aracaju’, de Tereza Cristina Nascimento França e ‘Quilombola: aratu, história e cultura no interior de Sergipe’, da pesquisadora Dinamara Feldens. Todos receberam uma verba de até R$ 30 mil reais para execução do trabalho.
Série especial de reportagens
No dia 28 de novembro a Assessoria de Comunicação da Secult deu início a uma série semanal de reportagens sobre as pesquisas contempladas pelo Napec/Secult.
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- Secult e Fapitec financiam pesquisa sobre cadeia produtiva da música em SE – A pesquisadora Verlane Aragão