Secretário do Meio Ambiente conhece projeto de piscicultura apoiado pela Cohidro

O secretário de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Genival Nunes, viajou ao interior do Estado para conhecer o projeto de piscicultura desenvolvido por famílias locais com apoio da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), na manhã do último sábado, 24. O secretário esteve acompanhado do presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, e do diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da companhia, João Quintiliano. O objetivo da visita é a concessão do Licenciamento Ambiental e de Operação para as barragens de Jacarecica II e Poção da Ribeira, municípios de Areia Branca e Campo do Brito, respectivamente, de modo que a criação de peixes continue sendo praticada pelas associações de produtores.
 
Através da Gerência de Aquicultura e Pesca, a Cohidro apoia o desenvolvimento da piscicultura, prestando assistência técnica aos produtores e oferecendo tecnologias para a criação de pescados e alevinos através de cursos, palestras, treinamentos e reuniões. O trabalhão de incentivo à piscicultura já dura 13 anos e beneficia mais de cem famílias de oito associações, que trabalham na criação de tilápias e tambaquis, dentre outras espécies. A produção anual supera as 400 toneladas.
 
A primeira parada da comitiva aconteceu no povoado Coqueiro, município de Areia Branca. Às margens da barragem Jacarecica II, cerca de 40 famílias se dedicam à criação de tilápias. A produção mensal chega a 1,5 t. O secretário Genival Nunes, também presidente da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), conheceu e se encantou com o projeto.
 
“Acho uma maneira fantástica de se produzir proteína como alternativa à carne bovina. Acredito que um estado banhado pelo oceano e por água doce tem uma capacidade enorme de produzir proteína por outras vias. Outro fator importante é a função social, a própria utilização das barragens artificiais na criação de tilápia, que hoje é um peixe nobre, agregando um valor enorme à produção do material pescado, mas, sobretudo um valor social extremamente importante. É impressionante a quantidade de famílias envolvidas nesses projeto, com criatividade, dedicação e o incentivo do Governo do Estado”, declarou Genival.
 
Já no povoado Serra das Minas, em Campo do Brito, o secretário conheceu a Unidade de Mini-Processamento e o Berçário de Alevinos, de onde é possível acompanhar todo o processo de criação dos peixes. Localizado na barragem Poção da Ribeira, o projeto de produção de tilápias, da Associação de Criadores de Peixes da Barragem de Campo do Brito, revela a viabilidade da piscicultura racional.
 
Cerca de 12 famílias de trabalhadores rurais integram a associação e são responsáveis pela criação de tilápias em tanques-redes, uma espécie de gaiola onde os peixes vivem numa área delimitada, mergulhados no lago formado pela barragem que, em certos locais, tem até 20 metros de profundidade. Cada gaiola pode abrigar mais de mil peixes. Os tanques-redes são construídos no local pelos próprios associados, e apresentam uma qualidade superior àqueles que anteriormente eram adquiridos de fornecedores de fora do Estado.
 
Importância do Licenciamento

O secretário Genival Nunes comentou sobre a importância do Licenciamento Ambiental para a continuidade e crescimento do projeto. “O Governo do Estado está retomando a liberdade dessas famílias através de algo de fundamental importância que é a liberação do Licenciamento Ambiental. A autorização é necessária para que eles tenham acesso ao crédito que vai, fundamentalmente, melhorar a forma como desenvolvem esse projeto, com mais tecnologia, com matrizes geneticamente ainda melhores, para continuar garantindo a qualidade do produto, que já é excelente”, ressalta o secretário.
 
O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, também reconheceu a importância do Licenciamento Ambiental e de Operação. “A piscicultura me deixa bastante entusiasmado, não só pela beleza do trabalho desenvolvido, como também pelo valor econômico e social que essa atividade agrega. O Licenciamento vai possibilitar que as associações busquem recursos através de créditos em bancos, como também comercializem seus produtos com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), grande parceira para o escoamento da produção dos pequenos produtores familiares”, destacou Bodano.

 Diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Quintiliano, explicou que a atividade de criação de peixes possuía uma licença prévia para o funcionamento. “A Cohidro, juntamente com as associações de criadores, solicitou à Adema a licença definitiva de operação da barragem, uma vez que já existia uma autorização prévia. Aliado a isso, vamos apresentar ao órgão ambiental um projeto técnico sobre a pisicultura, e explicar que a criação de peixes não prejudica a qualidade da água. Uma das preocupações da Adema é com a água, a qual também é utilizada para consumo humano, mas vamos demonstrar que a atividade não causa impactos ambientais”, afirmou o diretor.