Saúde oferece tratamento gratuito a pessoas com hepatites virais

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) mantém, em parceria com o Hospital Universitário (HU) e o apoio da Secretaria de Saúde de Aracaju, um Núcleo de Assistência aos Portadores de Hepatites Virais que atende e faz o acompanhamento de adultos com problemas hepáticos e portadores das Hepatites B, C, Tóxica e Delta.

De acordo com o médico hepatologista Maurício Pacheco, coordenador do Núcleo e integrante da equipe de profissionais da Vigilância Epidemiológica do Estado, 90% dos atendimentos são realizados para pessoas portadoras de hepatite viral. Os outros 10% são dirigidos a pacientes com indicação de transplante de fígado e portadores de esquistossomose, nódulos hepáticos, hepatopatia alcoólica, que pode se tornar uma cirrose, entre outras doenças.

"Nós fazemos todo o encaminhamento para os que precisam de transplante hepático, o que não é feito em Sergipe. Encaminhamos para o local que melhor se adeque a cada pessoa porque o nosso tratamento está cada vez mais individualizado", informou o coordenador.

Tipos de hepatites

Segundo Maurício Pacheco, a hepatite tipo A é transmitida através de coliformes fecais, em locais onde geralmente falta saneamento básico. Os outros quatro tipos de hepatites são transmissíveis pelo contato com o sangue contaminado. "A maioria das pessoas infectadas não sentem nada no início, depois passam a ficar ictéricas (de cor amarelada, principalmente os olhos), têm náuseas, vômitos, dor abdominal, intolerância a alguns alimentos e cansaço", explicou.

A hepatite B é considerada uma Doença Sexualmente Transmissível (DST), a do tipo C é geralmente passada por usuários de drogas contaminados que compartilham a mesma seringa e transfusão sangüínea – antes de 1992, porque a partir desta data, todos os hemocentros fazem exames para detectar o vírus.

A do tipo Tóxica é adquirida pelo excesso de certos medicamentos antiinflamatórios e anti-térmicos e também pelo consumo abusivo de álcool. A hepatite Delta ocorre muito na Região Norte (Amazônia) e só contamina aqueles que já têm a do tipo B.

2º núcleo do Brasil

O Núcleo de Assistência aos Portadores de Hepatites Virais de Sergipe, localizado no Hospital Universitário, foi fundado em 2003 e conta com uma equipe multidisciplinar composta por cinco médicos, uma nutricionista, uma psicóloga, três auxiliares de enfermagem e futuramente, um infectologista.

"A hepatite C foi considerada, no final dos anos 90, como um problema de saúde pública, com efeitos colaterais graves, então o Ministério da Saúde orientou a criação de núcleos de aplicação de medicamentos e acompanhamento. A pioneira foi a Escola Paulista de Medicina. Com o auxílio de outros profissionais, conseguimos implantar o Núcleo aqui em Sergipe não só para atender pacientes de hepatite C, mas de todos os problemas que envolvem o fígado. Nós somos o segundo núcleo do país", esclareceu Maurício Pacheco.

Qualquer pessoa com suspeita de hepatite, até mesmo gestante, pode ir até o núcleo fazer o cadastro e o exame para o diagnóstico via Sistema Único de Saúde (SUS), convênio ou particular.

"Geralmente, as pessoas são encaminhadas pelos médicos dos postos e dos consultórios, ou pelo Hemolacen, que envia os pacientes para a Liga de Hepatite do Núcleo, onde é feito novo exame para ter certeza do diagnóstico e iniciar o tratamento, que é muito caro", explicou Eliana Santos, auxiliar de enfermagem do Núcleo.

O tratamento

Segundo a médica Simone Déda, integrante da equipe, o tratamento é semanal e, na maioria dos casos, dura de 24 a 48 semanas, podendo ser estendido por 72, a depender cada indivíduo. Atualmente, existem mais de três mil pacientes cadastrados no núcleo, que recebe pouco mais de 20 pessoas com suspeita de hepatite enviadas pelo Hemolacen por semana. Os postos de saúde e consultórios encaminham cerca de 30 pacientes ao núcleo semanalmente.

Os atendimentos são realizados todas as segundas, terças e quartas-feiras, pela manhã e à tarde. Às quintas e sextas-feiras são feitas as aplicações dos medicamentos. Para agendar o atendimento e receber maiores informações, é preciso ligar para os telefones (79) 3215-3551 e 2105-1798, ou ir até o núcleo no Hospital Universitário, localizado à rua Cláudio Batista, s/nº, bairro Santo Antônio.