Saúde leva teste rápido para detecção de hepatite C ao Presídio Feminino
Evitar a disseminação da hepatite C e conhecer os possíveis casos entre a população carcerária de Sergipe. Estes são os motivos pelos quais técnicos da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e do Hospital Universitário (HU) fizeram uma parceria para a realização do teste rápido que detecta a hepatite C entre os internos das unidades prisionais. Na manhã desta sexta-feira, 5, a equipe esteve no Presídio Feminino (Prefem) de Aracaju.
“Esta é a segunda vez que realizamos esse tipo de exame em uma unidade prisional. Em setembro do ano passado, fizemos o teste em cerca de 150 sentenciados do regime semi-aberto do Presídio Estadual de Areia Branca. Destes, oito deram positivo, um número até considerado baixo em relação à situação observada nos presídios do Brasil”, informou o médico Alex França, coordenador do Serviço de Hepatologia do HU.
O teste é realizado em 20 minutos. Quando constatados casos positivos, a equipe retorna para fazer o exame completo e o envia para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Posteriormente, é feita uma biópsia e os casos confirmados seguem para tratamento. “Os internos do presídio de Areia Branca diagnosticados com hepatite C e que já se encontram em liberdade estão fazendo o tratamento no HU. Com relação aos outros, estamos aguardando a resposta se será permitido tratá-los no próprio presídio ou levá-los ao HU”, explicou o médico.
Adesão
No Presídio Feminino, das 134 mulheres sob custódia, 126 aceitaram se submeter ao teste. Do total de coletas realizadas, apenas cinco deram positivas. Ao longo do ano, outras unidades prisionais do estado receberão a equipe da SES e do Hospital Universitário para a realização do teste rápido. “Este trabalho será utilizado como estudo científico pela Universidade Federal de Sergipe para depois ser publicado”, ressaltou Alex França.
A vice-diretora do Prefem, Hedylamar Bomfim Santos, destacou a ida da equipe à unidade. “Por se tratar de um presídio, existe a dificuldade de deslocamento, já que é necessário formar uma escolta. Quando os serviços de saúde vêm até as internas, deixa a direção menos preocupada e faz com que elas tenham mais orientações”, disse, considerando fundamental a realização do teste para detecção da hepatite C entre as internas, já que muitas utilizam alicate de unha coletivo sem a devida esterilização.
Edla Valquíria de Assis foi uma das internas que aceitaram se submeter ao teste rápido. “Já tinha feito o da Aids, que deu negativo, mas o da hepatite C é a primeira vez”, afirmou, acrescentando que sempre participa dos serviços que são levados ao presídio. “Tudo o que for bom para a nossa saúde eu tento fazer. Gostaria que fossem realizadas também consultas médicas aqui, porque é mais difícil de sairmos para nos cuidar”, sugeriu a detenta.
- Saúde leva teste rápido para detecção de hepatite C ao Presídio Feminino – Foto: Wellington Barreto/Saúde