Reunião discute implantação da Rede Cegonha na Maternidade Santa Izabel

O Hospital e Maternidade Santa Izabel, localizada no Bairro 18 do Forte, zona norte de Aracaju, deverá ser uma das primeiras unidades de saúde em Sergipe beneficiadas pelo programa Rede Cegonha, do Governo Federal. Esse foi um dos principais temas discutidos durante reunião técnica na tarde de quarta-feira, 18, entre o secretário adjunto de Estado da Saúde, Jorge Viana, e o diretor da Associação de Beneficência Aracajuana Santa Izabel – entidade mantenedora da maternidade – José Carlos Pinheiro, com técnicos do Ministério da Saúde (MS) e da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju (SMS).

A reunião contou com a participação da supervisora do Programa de Qualificação de Maternidades, Aline Costa, para os Estados de Sergipe, Ceará e Roraima. Segundo Aline, o programa de qualificação, desenvolvido pelo Departamento de Ações e Programas Estratégicos (DAPs) da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) do MS, já beneficia a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MSNL) – gerenciada pela Fundação Hospitalar de Sergipe (FHS) – há um ano e meio, e deve estender o benefício à Santa Isabel.

De acordo com a técnica do MS, com a adesão da Maternidade Santa Isabel ao programa Rede Cegonha, o objetivo é qualificar e humanizar ainda mais o parto. “Com a Rede Cegonha, o governo pretende garantir amplamente os direitos da mulher e da criança, trabalhando o parto em toda sua integralidade, desde o planejamento familiar, passando pelo parto propriamente dito até a criança completar os dois anos de idade”, justificou Aline Costa.

A supervisora aproveitou para conhecer – ao lado da direção da maternidade, do secretário adjunto da Saúde e de técnicos do município – as instalações das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Materna, Pediátrica e Neonatal (Utin) da Maternidade. Durante a visita técnica, Aline Costa também conheceu a nova Ala PPP (Pré-Parto, Parto e Pós-Parto), que deve ser adequada para o projeto Rede Cegonha. A supervisora afirmou ter ficado satisfeita com as instalações e equipamentos. “Este é o modelo que a gente quer: a paciente chega, facilmente passa pela classificação de risco e chega à sala de pré-parto”, explicou.

Humanização

Segundo o médico José Carlos Pinheiro, a expectativa é a de que o Programa de Qualificação de Maternidades e a implantação da Rede Cegonha tragam grandes benefícios para as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) atendidas na unidade, garantindo uma assistência mais humanizada. “Estamos trabalhando com a perspectiva de aumento de leitos, para ver se diminuímos a superlotação e qualificamos ainda mais o parto com a adesão à Rede Cegonha”, disse.

Segundo ele, atualmente a Maternidade Santa Izabel dispõe de 100 leitos obstétricos. “Na UTI Materna são mais dez leitos e um de isolamento, enquanto a UTI Pediátrica possui sete leitos”, disse o médico, que na visita às unidades estava acompanhado da coordenadora da Utin, a médica Débora Fontes, além dos técnicos da SMS, Cristiani Ludmila e Murilo Andrade. Ainda de acordo com o médico, na Ala PPP, que deverá abrigar a unidade Rede Cegonha, serão mais nove leitos.

Para Jorge Viana, a decisão de incluir a Santa Izabel no Projeto Rede Cegonha tem um caráter estratégico pela importância que a unidade possui na rede perinatal de Sergipe. “É uma maternidade que realiza cerca de 1.200 partos por mês, possui uma Utin com 40 leitos, UTIs materna e infantil, portanto, tem todas as características que se enquadram muito bem no projeto do Ministério da Saúde”, explicou o secretário adjunto.

Rede Cegonha

O programa Rede Cegonha foi lançado no final de março pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e prevê investimentos de R$ 9,4 bilhões em todo o país até 2014. O programa é composto por um conjunto de medidas para garantir a todas as brasileiras, pelo SUS, atendimento adequado, seguro e humanizado – desde a confirmação da gravidez, passando pelo pré-natal e o parto, até os dois primeiros anos de vida do bebê.

As medidas previstas na Rede Cegonha, coordenadas pelo MS e executadas pelos Estados e Municípios, que deverão aderir às medidas, abrangem a assistência obstétrica (às mulheres) – com foco na gravidez, no parto e pós-parto, como também a assistência infantil (às crianças).