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Considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um grave problema de saúde pública que afeta toda a sociedade, o suicídio ainda é visto por muitos com preconceito. Foi pensando nisso que o serviço de Psicologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) criou o Projeto Salva Vidas: Tentativa de Suicídio.
 
Funcionando há seis meses, o projeto é pioneiro no estado e tem como objetivos quantificar dados, sensibilizar os profissionais e qualificar a atenção ao paciente com tentativa de suicídio.

De acordo com a psicóloga, Adriana Viana, o acompanhamento é feito em todo o hospital até o momento da alta. “Quando o paciente entra pela área vermelha aqui do Huse, o serviço de psicologia é acionado para acompanhar o caso até o final e dar o encaminhamento necessário para cada situação. Os mais graves são encaminhados para a Urgência Mental do Hospital São José”, declarou.
 
Acolhimento
 
O transtorno mental e os aspectos psicológicos são os principais fatores de risco que levam uma pessoa a cometer o suicídio. Ligados a esses transtornos estão a depressão, o alcoolismo, a esquizofrenia, a solidão, a dinâmica familiar conturbada e a auto-desvalorização. Por isso, o acolhimento é fundamental para o tratamento dessas pessoas.
 
“Um dos maiores problemas encontrados nesses pacientes é a falta de suporte familiar”, afirmou a assistente social, Patrícia Pinheiro. De acordo com ela, quando as vítimas chegam ao hospital e relatam suas histórias o conflito familiar está entre os casos. “Aqueles que tentam o suicídio, geralmente, não conseguem pensar em alternativas para resolução de seus problemas e acabam tendo a morte como a única solução. São pessoas que sofrem e travam uma luta interna entre o viver e o morrer”, enfatizou.
 
De acordo com a técnica de enfermagem, Acácia Maria, o acolhimento e o suporte dado pela família, ajudam no tratamento do paciente. “Quanto mais o paciente fala e conta sua história, menor é a chance dele cometer o suicídio porque se sente acolhido e pensa em outras possibilidades que não a morte”, comentou.
 
Parcerias
 

O projeto tem a parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV), que presta um serviço voluntário e gratuito de apoio emocional, oferecido a todas as pessoas que querem e precisam conversar sobre suas dores e descobertas, dificuldades e alegrias. A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) também é parceira através dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e a Coordenação Estadual de Saúde Mental.
 
Para a psicóloga Millena Fontes, o trabalho multidisciplinar é importante para o resultado do projeto. “Como o suicídio é um problema de saúde pública, a sensibilização dos profissionais para esse caso é fundamental para um diagnóstico preciso”, destacou.
 
Capacitação
 
Desde o início do mês de abril está sendo desenvolvida no Huse uma capacitação que contará com médicos, psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros para a sensibilização do profissional para estes casos. Em novembro, o projeto será apresentado no Congresso Brasileiro de Psiquiatria que acontecerá no Rio de Janeiro.

“Desse projeto foi construído um manual que será disponibilizado na internet. Depois, será elaborado um protocolo e encaminhado para a sala de prescrição médica para todos terem acesso. O objetivo do protocolo é matriciar as equipes de saúde do Huse”, destacou o psiquiatra Felipe Tavares, que acrescentou ainda que o papel da psiquiatria é atuar preventivamente, orientando a equipe a trabalhar para promover a identificação dos fatores de risco.

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