Projeto ‘Rodas da Vida’ é uma das ferramentas de humanização do Huse
Mesmo atenta ao estado de saúde do pai, a jovem Valery Grace Bezerra não abre mão da aprendizagem e até mesmo dos momentos de descontração promovidos todas as quartas-feiras, a partir das 15h30, na Ala 400 do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Aos poucos, o corredor que dá acesso às enfermarias ocupadas por pacientes clínicos torna-se propício à realização do projeto ‘Rodas da Vida’, ação que visa promover reuniões informais com acompanhantes, pacientes e profissionais da saúde que atuam na área.
“Há seis meses acompanho a recuperação do meu pai, que apresentou disfunções renais e por isso está sendo assistido pelo Huse. Em meio a tantas preocupações, a minha participação assídua no projeto ‘Rodas da Vida’ é um refúgio, no qual são levantadas discussões sobre temas diversos, em especial, os que dizem respeito ao cuidado com o paciente”, definiu Valery.
Os objetivos a serem alcançados com o projeto estão diretamente ligados ao leve semblante de quem o prestigia a cada semana, incluindo uma equipe multiprofissional formada por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, nutricionista, fisioterapeuta, secretário, agente de limpeza e assistente social.
“’Rodas da Vida’ nasceu quando os meus conhecimentos sobre cogestão, ambiência e clínica ampliada estavam sendo aperfeiçoados no curso ‘Apoiadores da Política Nacional de Humanização’, promovido pelo Ministério da Saúde com apoio do Hospital Universitário, que participei como ouvinte. No mês de outubro, após dois anos de execução do projeto, certamente, toda a equipe lembrará da primeira reunião em que acompanhantes e profissionais da saúde discutiram a cerca das principais necessidades da Ala 400, com o devido esclarecimento de dúvidas para o maior favorecimento do paciente”, explicou o idealizador do projeto, o médico Edney Vasconcelos.
Subprojetos
De acordo com o idealizador, que não hesita em incorporar a música e a interação alegre dos participantes durante as reuniões, o ‘Rodas da Vida’ ainda se divide em três subprojetos. São eles o ‘Alta Ampliada’, que motiva a união e participação de toda a equipe multiprofissional responsável por um dado paciente no momento em que é dada a alta hospitalar; ‘Biblioteca Viva’, através do qual bibliotecários do Huse percorrem as enfermarias e realizam a distribuição de livros entre acompanhantes e pacientes; e o ‘Eu sei o que tenho’, criado para direcionar o profissional da saúde a esclarecer o diagnóstico do paciente, tanto para o próprio quanto para o acompanhante.
“O projeto ainda consegue se tornar mais interessante quando trata de temáticas do nosso interesse, a exemplo de depressão, infecção hospitalar e doenças sexualmente transmissíveis. Com o auxílio dos profissionais da Ala, somos capacitados e passamos a cuidar melhor do paciente que acompanhamos e até de nós mesmos, sem falar que isso gera união de forças e apoio mútuo nos momentos mais críticos”, ressaltou Josefa Santana, que acompanha o irmão vítima de traumatismo craniano após um acidente de trânsito.
Para o aposentado José Alves dos Santos, que está se recuperando de dores no estômago, a passagem pelo Huse foi surpreendente. “Enquanto muitos reclamam do serviço público de saúde, eu só tenho a agradecer aos profissionais que me receberam. Não é em qualquer unidade de saúde que o paciente pode usufruir de um momento de descontração e de discussão sobre algum assunto de interesse coletivo. Parabenizo todos os profissionais e agradeço a oportunidade de conhecê-los por meio do projeto ‘Rodas da Vida’, declarou.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Projeto ‘Rodas da Vida’ é uma das ferramentas de humanização do Huse – Fotos: Bruno César/FHS