Professor do Costa e Silva fará palestra no consulado dos EUA sobre sua experiência nos EUA e Timor Leste
Quando pensamos na profissão de professor, nos vem à cabeça o papel intelectual, que concebe seu próprio trabalho, concepção que está ligada a uma visão emancipadora da educação e do mundo. O professor Everaldo Freire, do Colégio Estadual Costa e Silva, leva muito a sério essas funções. Exemplos disso são as experiências exitosas que ele tem tido além-fronteiras brasileiras, levando a língua portuguesa para outros países, contando sempre com o apoio da Secretaria de Estado da Educação. Por isso, no próximo dia 12 de julho, o professor Everaldo Freire estará no Consulado dos Estados Unidos, em São Paulo, para uma palestra. O professor contará as vivências de lecionar língua portuguesa no Timor Leste e nos Estados Unidos.
O professor Everaldo Freire explicou que o Brasil tem projeto de cooperação com o Timor desde 2002 e que faz parte do projeto de reconstrução com esse país. “O Timor tem o português como língua oficial. Como existe uma relação diplomática via Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Educação, eles têm um edital bianual, através do qual professores interessados se inscrevem, realizam entrevista na Capes, e os escolhidos decidem se vão ou não para lá. Em junho de 2012, tive a oportunidade de concorrer ao edital. Participei de uma entrevista em Brasília e quinze dias depois embarquei para o Timor Leste”, explicou.
Com relação à experiência vivida nos Estados unidos, Everaldo concorreu ao edital pela Fundação Fulbright, bolsa extremamente concorrida aqui no Brasil, da qual, inclusive, Fernando Henrique Cardoso participou. Everaldo foi alocado na Universidade do Texas e ficou de agosto de 2012 a maio de 2013.
Português como Língua estrangeira
O professor explicou que desempenha um trabalho em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, onde tem atuado como coordenador didático-pedagógico no Núcleo de Ensino-Aprendizagem de Português como Língua Estrangeira (Neaple), juntamente com a professora doutora Linda Correia. “Temos a intenção de tocar um projeto através do qual tenhamos uma habilitação em Sergipe, com o intuito de habilitar sergipanos para o ensino de português como língua estrangeira, já que isso é uma demanda inegável. Temos estrangeiros trabalhando no centro de Aracaju. Sergipe é um lugar bem acolhedor, e com um projeto como este Sergipe só tem a ganhar”, ressaltou.
Experiências
Para o professor, a motivação para este trabalho é a constatação da importância da educação básica na escola pública no Brasil. “Quando a gente convive com o diferente, a gente aprende a enxergar melhor a nossa própria realidade. Agora tenho um respeito e visão bem maiores com relação à diversidade. Começo a enxergar que as condições de trabalho em que convivemos aqui não são tão aquém assim como as pessoas pensam”, disse o professor Freire.
O professor citou ainda que em decorrências das duas experiências, a Revista Veja o convidou para ser um dos protagonistas da matéria do dia 12/12/2012, edição 2.299, ano 45, nº 50. Para ele, o interesse da revista só veio ressaltar a importância que o professor teve no trabalho desenvolvido em prol da difusão da língua portuguesa.
“Diria para os meus colegas da educação que reclamassem menos das condições de trabalho que enfrentam no estado e que participassem da seleção. Os editais são as formas mais democráticas que nós temos no Brasil. Eu sou pernambucano, adoro Sergipe, sempre tive o apoio da Seed. A partir do momento em que você vai para a zona de conforto e vai para a zona de combate você volta pronto para qualquer batalha.
Dificuldades
O professor disse que no Timor, apesar de o Português ser língua oficial, devido aos 24 anos de ocupação da Indonésia, a população mais idosa é a que fala o idioma. Até porque nasceu quando o Timor era território ultramarino português. Lá os Jovens têm mais dificuldade de compreender a língua portuguesa.
Segundo Freire, os Estados Unidos têm um contexto diferente, porque o português é língua estrangeira. “Nós temos os alunos norte-americanos, com outras dificuldades, imersos em um contexto de não imersão. O material é diferente, a imprensa não veicula muito material em português, a não ser que os alunos procurem veículos específicos, como a internet ou de descendentes. Porém, uma característica muito importante nos Estados Unidos é que os filhos de brasileiros estão tendo a necessidade do ensino de português como ensino de herança, e aí o Banco do Brasil tem dado um apoio significativo. Esse programa da Fulbright já existe há algum tempo, mas o Brasil tem enviado professores de português há uns quatro anos. Começou com 10 pessoas e em 2013 vão 45 professores”.
Fulbright
Para lecionar como professor Assistente de Língua Portuguesa nos EUA, a Capes, por meio da Coordenação Geral de Cooperação Internacional, e a Comissão para o Intercâmbio Educacional entre o Brasil e os Estados Unidos Fundação Fulbright promove a seleção para professor assistente de Língua Portuguesa nos EUA. O objetivo é incrementar o ensino de português em universidades norte-americanas e estreitar as relações bilaterais entre os dois países.
Através do edital, o professor conta com moradia, alimentação, transporte local, seguro saúde e passagem aérea de ida e volta em classe econômica promocional.
Timor Leste
O objetivo da Universidade Nacional de Timor Lorosa (UNTL), com sede em Díli, é contratar, em regime temporário, docentes lusófonos interessados em atuar como professor do ensino superior, em cursos de bacharelato e licenciatura.
A atividade dos docentes visa cumprir objetivos traçados pela Untl, entre os quais estão: difundir a língua portuguesa como veículo de ensino, por meio da ampliação do corpo docente lusófono e da paulatina capacitação dos seus quadros no referido idioma e apoiar a formulação e implantação de novas diretrizes curriculares.
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