Produtores do assentamento Carlos Lamarca produzem suas próprias sementes
O Departamento de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Deagro), a Embrapa e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) desenvolvem um projeto de transferência de tecnologia no assentamento Carlos Lamarca no município de Simão Dias. O projeto trata da introdução de sementes de milho e feijão adequados especificamente para o tipo de solo do local. Na terça-feira, 20, e na quarta-feira, 21, técnicos do Deagro e da Embrapa se reuniram em Nossa Senhora da Glória, para fazerem um treinamento sobre as tecnologias empregadas no projeto.
"Uma das metas do Governo do Estado para 2008 é que as próprias comunidades produzam suas sementes. O assentamento Carlos Lamarca conseguiu, em dois anos, produzir excedentes das sementes de milho e feijão", disse o técnico do Deagro Walter Ramos.
Os trabalhos contam com a assistência técnica do Deagro. As sementes adaptadas são desenvolvidas pela Embrapa. Em dois anos de projeto na assentamento Carlos Lamarca, os produtores têm agora suas próprias sementes, que antes compravam de outras regiões.
De acordo com a técnica do Deagro Rosângela Nunes, o assentamento possui 31 famílias assentadas pelo Incra. "O resultado da experiência é satisfatório. Em apenas dois anos eles, criaram suas próprias sementes de qualidade e assim que tiverem autorização, poderão vender o excedente que estocaram", disse Rosângela.
Segundo Rosângela, os produtores do assentamento enviaram à Embrapa um pedido de autorização para venda das sementes produzidas na região. "Ter autorização da Embrapa é o que falta para comercializar as sementes. É o certificado para garantir ao consumidor que ele está levando uma semente de qualidade", explicou.
Apoio
Mesmo declarando que a comunidade tem dificuldade devido à estiagem, a presidente do assentamento, Maria Virgínia Santos, reconhece que o apoio dos técnicos do Deagro e da Embrapa trouxe oportunidade para os moradores. "Quando Lourival (técnico do Deagro) esteve aqui falando desse trabalho, ficamos desconfiados, achávamos que ele não sabia o que dizia. Mas como a semente é de boa qualidade e ele nos ensinou a época certa de plantar e colher, estamos conseguindo tocar a produção", disse Maria Virgínia.
São duas áreas comuns de um hectare e meio cada, trabalhadas coletivamente, tendo a produção divida em partes iguais. Quando é encerrado o serviço coletivo, os produtores trabalham seus lotes individuais. "Trabalhando o coletivo primeiro, garantimos as sementes para plantar no nosso próprio pedacinho, sem falar que economizamos com a compra de sementes de fora. Daí, só precisamos comprar adubo", explicou Maria Virgínia.
Para a produtora Josefa dos Santos, 47, trabalhar com as sementes trazidas pelo Deagro e pela Embrapa garantirá o sustento dos moradores. "Com essa semente, vi que nosso assentamento pode crescer cada vez mais, porque a semente é mesmo de boa qualidade", disse ela.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Produtores do assentamento Carlos Lamarca produzem suas próprias sementes – Sementes estocadas produzidas pelos assentados / Foto: Ascom/Deagro