[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]A transformação do lixo em emprego e renda é uma realidade possível na capital de Sergipe. O resultado desse esforço tem o nome de Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Lixo de Aracaju (Care). A entidade que integra 27 ex-catadores é movida a trabalho e o combustível que impulsiona o serviço é o programa de Coleta Seletiva desenvolvido pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Serviço Urbanos (Emsurb).

Jornais, revistas, papelão, embalagens de plástico, garrafas de vidro, metais em geral que teriam o lixo como destino ganham utilidade nas mãos desses trabalhadores. “Todo esse material chega aqui solto, sujo. A gente lava, coloca na máquina para prensar e depois o caminhão leva para as fábricas”, explica José Marcelino Filho. Aos 24 anos, o ex-catador e a esposa são membros da Care, de onde eles extraem toda a renda da família. “Todo nosso dinheiro vem daqui. Aqui é um serviço melhor do que na lixeira, a gente tem serviço certo, chega aqui e já sabe o que vai fazer”, destaca.

A cada dia, o caminhão da Emsurb desembarca na Cooperativa instalada no bairro Santa Maria e vem carregado de trabalho para os 27 cooperados. Trata-se do lixo reciclável adquirido nas comunidades onde é feita a coleta seletiva. A chegada do material é sinônimo de melhoria nas condições de subsistência de pessoas como dona Maria Valdelice Santos. Ela tem 54 anos e durante 14 extraiu da lixeira o sustento. “Criei meus cinco filhos no lixão. Trabalhar lá era ruim, mas não tinha outra opção, era melhor do que roubar”, diz.

Alternativa
Com a criação da Care em 1999, dona Maria Valdelice ganhou uma alternativa de trabalho digno e estável. “Aqui ganho meu dinheirinho da semana, estou mais protegida, posso comprar minhas medicações”, comemora. Enquanto atua na lavagem de plásticos que serão submetidos à maquina de prensa e depois encaminhados para fábricas que atuam com reciclagem, ela destaca outras aquisições conseqüentes do emprego. “Lá na lixeira a gente passava e as pessoas tapavam o nariz, por causa do mau cheiro. Nós disputávamos com os urubus e até os mendigos tinham nojo. Aqui a gente está bem recebido pelo povo, está na sociedade”, afirma.

Vice-presidente da Care, Severina da Silva Santos, 35, ressalta o valor do apoio garantido pela administração municipal. “Cada um de nós ganha um salário por mês, como resultado das doações dos materiais que vêm dos bairros. É muito importante a prefeitura apoiar a gente”, diz. Também ex-catador, o esposo de Severina trabalha na Emsurb, atuando na manutenção das praças da capital. “Tudo isso é uma ajuda para nós”, revela.

Ação coletiva
Criada em 1999 mediante mobilização do Ministério Público de Sergipe, estimulando sociedade civil, empresas privadas e o poder público com as condições de vida dos catadores e suas famílias, a Care se mantém a partir de produtos recicláveis doados por empresas diversas. O programa Defesa Comunitária do MP é responsável pela administração da entidade. “A coleta seletiva realizada pela prefeitura começou no conjunto Inácio Barbosa, mas foi ampliada para mais comunidades. Quanto mais a coleta for ampliada, mais trabalho haverá para os cooperados”, destaca o economista José Aragão, da coordenação do projeto.

De acordo com ele, a Care arrecada cerca de 20 toneladas por mês de material doado via coleta seletiva e instituições privadas. “É necessária ainda a conscientização da sociedade, pois cerca de 50% do material que vai junto com a coleta é lixo que não pode ser aproveitado”, alerta.

O objetivo da Emsurb é estender a coleta seletiva, que hoje é realizada nos conjuntos Bela Vista e Beira Mar I e II, Inácio Barbosa, Jardim Esperança, Beira Rio e Parque dos Coqueiros, Sol Nascente, JK e Santa Lúcia, Médici e Jardim Baiano, além do bairro Siqueira Campos e órgãos da Prefeitura de Aracaju.

As comunidades ainda não atendidas pelo Programa de Coleta Seletiva podem participar diretamente por meio dos Pontos de Entrega Voluntária (PEV´s), separando em casa o material reciclável, como vidro, garrafas plásticas, papel e papelão, entre outros. É o esforço de cada aracajuano em parceria com a iniciativa do poder público municipal em prol de trabalho e renda para pessoas de baixa renda.

Para mais informações e doações, que devem ser deixadas na própria entidade, os interessados podem dirigir-se à Care, situada no Canal Santa Maria, s/n, ou telefonar para 9138 5905.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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