[vc_row][vc_column width=”2/3″][vc_column_text]O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, declarou nesta sexta-feira, dia 12, que a apreensão dos panfletos com a reprodução da matéria publicada esta semana pela Revista Veja sobre os shows que a Prefeitura de Aracaju contratou para inaugurar obras em março, é perfeitamente legal. Durante a entrevista coletiva que convocou no Palácio Ignácio Barbosa, o prefeito reafirmou que não permitirá a nenhuma autoridade interferir no trabalho da administração municipal e deixou clara sua indignação com a atitude tomada pelo governador do Estado, João Alves Filho, que determinou à Secretaria de Segurança Pública (SSP) a intimação dos servidores da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) para explicar o caso.

“Aracaju deixou de ser um departamento do governo estadual com o fim da ditadura militar. A prefeitura da cidade é um poder autônomo e vai continuar assim”, disse Edvaldo Nogueira, para quem o governador do Estado está tentando mais uma vez ingerir no trabalho da administração municipal. “Eu não vou permitir que o governador João Alves ou qualquer outra autoridade queira sentar na minha cadeira a pretexto de nada. Aracaju sempre manteve e vai manter uma relação respeitosa com o governo de Sergipe, mas em hipótese alguma será subordinada a ele”, enfatizou o prefeito.

O material gráfico foi apreendido ontem pela Emsurb porque estava sendo distribuído na cidade irregularmente e encaminhado imediatamente à Procuradoria Regional Eleitoral. Isto porque é papel legal da Emsurb zelar pela limpeza da cidade e fiscalizar toda a publicidade feita nas ruas da cidade, o que inclui a autorização para distribuição de panfletos de qualquer natureza, fixação de faixas e cartazes, dentre outros. “A distribuição era inclusive ilegal porque a empresa que estava entregando os panfletos não possuía nem autorização da Revista Veja para fazê-lo”, acrescentou o prefeito.

De acordo com ele, a prefeitura vai fazer todo o possível para preservar a integridade dos funcionários da Emsurb. “Eles não vão se apresentar e os advogados da Emsurb irão representá-los. A prefeitura vai levar esta situação até as últimas conseqüências na luta para que nossos servidores não sejam punidos porque eles não cometeram nenhuma irregularidade na apreensão dos panfletos”, frisou Edvaldo Nogueira. “Nós não fizemos papel de polícia judiciária e não prendemos ninguém, mas é tarefa cotidiana da Emsurb apreender materiais que estejam sendo distribuídos ilegalmente e não tenham dúvidas de que isso continuará sendo feito”, garantiu.

Depois da apreensão, foi constatado que a empresa distribuidora dos panfletos é prestadora de serviço do governo estadual. “Se eu fosse Sherlock Holmes, diria que o governador João Alves deixou sua impressão digital neste caso. Que interesse uma empresa prestadora de serviços ao governo estadual tem em divulgar uma matéria como esta da revista Veja, que todos sabemos tem um conteúdo extremamente eleitoral?”, indagou o prefeito, ao informar que vai mandar um ofício ao governador João Alves explicitando sua posição em relação aos fatos ocorridos. A prefeitura também requereu da Revista Veja direito de resposta à matéria, já que em momento algum o prefeito Edvaldo Nogueira ou o ex-prefeito Marcelo Déda foram ouvidos.

“Não há declaração de guerra ao governo, mas do mesmo jeito que eu respeito o governador como autoridade maior do Estado eleita pelo povo, ele tem que me respeitar como autoridade maior da capital; Este episódio reflete a exacerbação dos ânimos já antes do período eleitoral deste ano e, enquanto prefeito da capital, eu peço que não deixem a campanha deste ano descambar para este nível. A eleição tem que ser conduzida pela luta de idéias e não com a interferência de poderes sobre outros. É assim que a Prefeitura de Aracaju vai se comportar, sem trabalhar pela candidatura de A ou B”, ratificou o prefeito.

Shows

Edvaldo Nogueira esclareceu também durante a coletiva com a imprensa que a Prefeitura ainda não havia encaminhando à Câmara de Vereadores os documentos sobre as contratações de artistas para as inaugurações de obras durante o mês de março, porque o requerimento assinado pelo vereador Daniel Fortes chegou à PMA apenas nesta quinta-feira. “Eu já havia inclusive cobrado do presidente da Câmara, o vereador Zeca, que esse requerimento chegasse logo aqui para que pudéssemos encaminhar tudo assim como fizemos com o Tribunal de Contas do Estado (TCE)”, contou.

“Se eu tivesse enviado isso antes, estaria me imiscuindo nos assuntos da Câmara e essa é uma atitude que eu reprovo veementemente. Não tenho problema nenhum em apresentar a documentação porque nós fazemos um governo transparente e ético. No ano passado, comemoramos o aniversário da cidade com três shows lindos de Leonardo, Daniela Mercury e Cidade Negra e ninguém questionou nada. É claro que o que está acontecendo hoje é porque estamos num ano eleitoral”, alertou o prefeito.

Ele explicou novamente que todos os shows para as inaugurações foram contratados através de empresas que detinham exclusividade com os artistas e que as diferenças entre os valores que eles dizem ter recebido e os que foram pagos correspondem não apenas ao cachê pessoal dos artistas, mas também às despesas com o transporte de equipamentos, passagens aéreas, hospedagens e alimentação dos componentes das bandas, bailarinos e equipes de produção de cada evento, traslados na cidade, organização de camarins e impostos incidentes sobre os contratos, além do próprio e legítimo lucro da empresa responsável pela negociação.

Além disso, para os shows pagos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foram utilizados recursos próprios do município, arrecadados com os impostos. “Governos de todo o país, inclusive o de Sergipe, contratam como nós contratamos. É uma prática extremamente natural. Nenhum dinheiro do Fundo Nacional de Saúde foi utilizado para shows e a verba foi investida na inauguração de obras da própria SMS”, disse Edvaldo Nogueira.

Acompanharam a coletiva o deputado federal Jackson Barreto; os vereadores Emmanoel Nascimento, Tânia Soares e Sérgio Góes; o ex-senador, ex-presidente da Petrobras e ex-secretário da Prefeitura de Aracaju, José Eduardo Dutra; o procurador geral do município, Luiz Carlos, os presidentes de partidos Rosalvo Alexandre (PTB-Aracaju), Márcio Macedo (PT/SE), Valadares Filho (PSB-Aracaju) e Paulo Viana (PSB/SE), além dos secretários municipais Carlos Cauê (Comunicação), Sílvio Santos (Governo), Oliveira Júnior (Finanças) e Bosco Rolemberg (chefe de Gabinete do prefeito), dentre outras autoridades.[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]

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