Potencialidades sergipanas encantam pacientes do grupo Mama Fest
Núbia Santana/Ascom FHS
Manifestações folclóricas e artísticas, costumes e os recursos naturais que embelezam o território sergipano serviram de inspiração para 22 integrantes do grupo Mama Fest, composto por mulheres atendidas no Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), muitas delas mastectomizadas – que fizeram a retirada da mama. Na manhã de terça-feira, 22, elas visitaram o Museu da Gente Sergipana, cujo patrimônio é o resultado da obra de restauração do prédio do antigo Atheneuzinho.
O brilho no olhar de Natércia Santana, 66, foi perceptível. Integrante do grupo há oito anos, essa a segunda vez que a aposentada visita um museu e mesmo assim rende inúmeros elogios ao visualizar a estrutura restaurada. “Há 30 anos fui submetida à mastectomia e depois do processo cirúrgico não consegui me afastar mais do Mama Fest. É com satisfação que aproveito cada momento dedicado aos passeios e reuniões para trocar experiências com as pacientes e encorajá-las para a luta que travam a cada dia, rumo ao restabelecimento da saúde”, declarou com satisfação.
Atenta aos ensinamentos dos instrutores do museu, Rivanda Mendonça, 39, aproveita os atrativos do Mama Fest desde que se tornou paciente do Centro de Oncologia do Huse. “Há cinco anos eu era mais uma mulher a estar entre as que realizaram a mastectomia. Foi uma experiência difícil e, portanto, favorável ao recebimento de apoio de terceiros, em especial das pacientes que já tinham passado pelo processo. Mesmo em tratamento, estou feliz por ter a oportunidade de me afastar um pouco do ambiente hospitalar e de fazer parte do cotidiano de outras pessoas”, afirmou Rivanda.
A iniciativa de levar cultura e entretenimento às mulheres inseridas no Mama Fest partiu das coordenadoras do grupo, a fisioterapeuta Carla Mendonça e a psicóloga Regina Macedo. De acordo com Gizelle Martins, fisioterapeuta que acompanha temporariamente o grupo, a intenção de transpor as mulheres aos ambientes que promovam a renovação dos ânimos esteve associada à apropriação do orgulho de ser sergipano.
“Conhecer a história de Sergipe num espaço tão apresentável torna toda descoberta mais prazerosa. O Museu da Gente Sergipana nos remete ao que há de mais rico no nosso Estado e estimula o interesse pelo que é por direito da nossa gente. Isso gera orgulho e orgulho traz felicidade. Recurso que em muito dinamiza a aquisição de bons resultados nos tratamentos oncológicos”, esclareceu a fisioterapeuta.
Comemorando a vida
Através do grupo Mama Fest, as pacientes do Centro de Oncologia do Huse têm a oportunidade de vivenciar momentos que as tornam cada vez mais próximas da recuperação. O grupo é composto por mais de 60 mulheres de diferentes faixas etárias que usufruem de palestras, sessões de filmes e dinâmicas diversas, como bazares e bingos. As reuniões acontecem todas as terças-feiras, das 7h30 às 9h, sendo que em seguida as pacientes são contempladas com ginástica laboral.
“Os recursos viáveis a diminuição das tensões que ameaçam o bem estar das pacientes são aproveitados com alegria pelos profissionais que atuam no Centro de Oncologia do Huse. A ideia de criar o Mama Art, por exemplo, que estimula o artesanato em tecido e madeira, é um exemplo desses recursos, além da criação do coral Em Canto, composto pelas mesmas pacientes e direcionado pela Associação de Apoio aos Adultos com Câncer do Estado de Sergipe (AACASE), o qual tem servido de estímulo para as pacientes oncológicas, que por sua vez, se tornaram reveladoras de grandes talentos”, ressaltou a psicóloga Regina Macedo.
[/vc_column_text][/vc_column] [vc_column width=”1/3″][vc_column_text]- Potencialidades sergipanas encantam pacientes do grupo Mama Fest – Museu da Gente Gergipana / Fotos: Bruno César/Márcio Dantas Ltda